Foto de Robert Capa, da agência Magnum, em 1932, o seu primeiro trabalho publicado. Na fotografia, Leon Trotsky fala aos estudantes de uma universidade na Dinamarca, sobre a revolução soviética.*
"Quando se quebra um braço ou uma perna, os ossos, os tendões, os músculos, as artérias, os nervos e a pele não se rompem segundo uma só linha, da mesma forma que não se colam novamente e saram ao mesmo tempo. Quando se produz uma fratura na vida da sociedade, não existe simultaneidade nem simetria de processo, quer na ideologia social, quer na estrutura económica. As premissas ideológicas formam-se antes do seu rompimento, enquanto as suas mais importantes consequências ideológicas só aparecem muito tempo depois."
Leon Trostky
6 comentários:
Aleluia! Afinal ainda há esperança. Ir buscar o Trotskas é uma atitude revolucionário.
Sejamos seus dignos herdeiros e vamos lá "enterrar" o trokskismo para no seu lugar floresçam mais e melhores ideais e práticas que fundamentem os avanços que se alcançarem na luta de classes com vista à liquidação dessa incongruência que é exploração do homem pelo homem.
Atente-se:
Enquanto escrevi este comentário morreram no mundo dez mulheres devido a complicações resultantes do parto ou da gravidez.
Enquanto escrevi este comentários, 200 jovens contraíram SIDA.
Viva Trotsky e quem lhe suceder com um discurso onde se reconheçam só os necessários argumentos "trotskeanos" para uma nova teoria e uma nova prática revolucionária.
O Leon à época teria eventualmente razão, quando o tempo e outras premissas não eram relevantes. Mas hoje quando se rompe com qualquer coisa, as consequências ideológicas têm que ser no mínimo, expectáveis e antecipadamente mensuráveis, porque senão está condenado ao fracasso. Hoje já não há "romantismo" revolucionário. Como na música, " Those were the days my friend...." . O tempo dele acabou, abruptamente no México. Um acto bestialmente revolucionário, brilhatemente branqueado pelos os comunistas locais e do mundo em geral.
P.S. - O " Der Spiegel " da semana passada, se não me falha a memória, trazia um artigo muito interessante sobre o Mao, e também se não me falha a memória, o titulo era, " Mao , O assassíno em massa ". Recomendo vivamente. Os " X-Files" da politica estão a ser abertos. Vão haver muitas "surpresas"....
Olha eu a pôr-me em bicos de pés... e a gostar.
Ainda por cima, desculpem, não tem nada a ver (ou tem?!) com o “post”.
Sou um amante do teatro. Vi muito, o mais possível, desde 68/69. Em Coimbra há(via) duas companhias estupendas e opostas: o TEUC (grego/clássico) e o CITAC (moderno/stavilasky-grotovskiano).
A Gulbenkian subsidiava a contratação de encenadores sul-americanos (pelo espanholês) de renome internacional.
Vi, aprendi, gozei e considero-me um meio-teatrólogo muito difícil de satisfazer.
Não tenho culpa. Vi do melhor, do no Japão (kabuki e Nô)a Nova Iorque (“Einstein on the Beach”, de Bob Wilson)
E vi do mais melhor bom em Portugal (Coimbra, Porto e muito em Lisboa).
Da tragédia grega ao Living Theatre. Do teatro do Absurdo ao Peter Brook (“Birds”, um espanto no Convento do Beato)
Onde vi também “outra coisa do outro mundo”: «Novos Contos da Montanha», de Miguel Torga, que é(ra) de leitura obrigatória no secundário, numa encenação desse génio singular que é João Brites e do seu “O Bando” irrequieto.
Sem falar da “Ópera dos Três Vinténs”, de Bertolt Brecht, pelo TEC (Cascais), encenada por Carlos Avilez, em 1976. Esta trupe, já em 1968, tinha varrido muitas das teias de aranha que atrofiavam a cena teatral portuguesa com um inovador/brilhante “D. Quixote”, aplaudido em “n” países.
Costumava dizer-se que quando um(actor(riz) (de)clamava "Fiquei cego! Não vejo nada!" só dava vontade de replicar "Ó filho(a)tira a mão dos olhos".
Podem, portanto, imaginar a minha felicidade pela atribuição do Nobel da Literatura a Harold Pinter por ter "recuperado para o teatro os seus elementos básicos: um espaço fechado e um diálogo imprevisível, onde as pessoas estão à mercê umas das outras".
Estamos a falar de um “Figo”, ou melhor, no caso dele, britânico, de um “Lampard”.
É um “menino” (75 anos) que, além de ser um criador multifacetado, diz coisas como estas:
“The laws are brutal and cynical. None of them has to do with democratic aspirations. All of them have to do with intensification and consolidation of state power. Unless we face that reality fairly and squarely, this free country is in grave danger of being strangled to death.” – 1989
"Murder is the most brutal form of censorship".
Na temporada 2001/2002, os Artistas Unidos (Jorge Silva Melo, um “must”) levaram à cena 8 peças de Pinter. Pois, mas já passou.
Mesmo que sejam os mesmos intervenientes nunca será igual. Se é diferente todos os dias que está em cena…
Este é também um dos fascínios do teatro.
Depois há ainda o texto, o cenário, a luz, o som, os desempenhos/actuações e o conjunto disto tudo, ali, à nossa frente, onde um passo em falso pode ser a morte do artista.
Atribuir o Nobel a Harold Pinter foi dar o seu a seu dono.
(Chama-se a isto “dar lustro ao ego”)
PARABÉNS PELO TEU BELÍSSIMO TEXTO, ZEMARI@!
Pois é,zemari"@, também para mim – e então especialmente para "a gente do teatro" e lembro-me logo do Silva Melo, que é um dos grandes responsáveis pela divulgação do Pinter em Portugal - foi uma muito boa e gratificante surpresa essa do Pinter ter ganho o Nobel. Por isso, porque não postas ou mandas postar esse tributo a um homem que foi uma estrelinha entre nós?
(Entretanto o nosso amigo António "tirou-me as palavras do texto"...)
Um "Bravo", ( com pronúncia francesa soa melhor ), para o zemari@. Adorei. Quanto ao facto do comentário estar no post do Leon Trotsky, hoje meu caro, tudo tem a haver com tudo.
Enganam-se nos nomes. Trotsky e Stanislasky. Enganam-se no peso das heranças. Trotsky matou mais. Stanislasky deu origem ao Actor's Studio. Coisas discutíves.
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