Dando cumprimento à política de segurança e proximidade do Governo, P.S.P. e G.N.R. vão convidar a população para convívios na esquadra, ou no quartel, da sua área de residência.
Sem mais comentários publicam-se excertos de notícia, de hoje, do D.N.:
O consumo de álcool e de droga no seio da PSP e da GNR é do conhecimento do Ministério da Administração Interna (MAI) desde o ano 2000. .
(…)
… num estudo da IGAI, feito em 2000, a que o DN teve acesso, e que nunca o MAI revelou, lê-se "Podemos constatar facilmente que o abuso de consumo de bebidas alcoólicas é uma realidade conhecida e admitida pela PSP."
(…)
No âmbito deste mesmo estudo, a IGAI entrevistou mais de uma centena de agentes, colocando-lhe uma pergunta concreta "Concorda que os elementos da PSP possam ser testados?" Mais de 90 por cento responderam afirmativamente. Mas ressalvando: "Se foram efectuados a todos e com isenção, e não apenas a alguns como é hábito da Instituição". Curiosamente, 47% dos entrevistados garantiram que os testes são feitos a quem não bebe, e 43% que eram "por simpatias".
Relativamente ao consumo de estupefacientes, a IGAI constatou "Os resultados são reveladores de que o consumo de estupefacientes é um problema que existe na PSP e não se pode continuar a ocultar. E acrescenta-se: "Mostram também que a Instituição não se apercebeu de qual a sua dimensão, pois caso contrário teria tomado medidas mais sérias de controlo".
A IGAI chegou a estas conclusões no ano 2000 e, conforme ontem o DN noticiou - com base em fontes policiais -, a situação não está ultrapassada, ainda que, em comunicado ontem veiculado pela Direcção Nacional da PSP, se garanta que há desde 1982 um controlo interno sobre o consumo do álcool.
Também o Comando-Geral da GNR emitiu um comunicado em que garante a realização de testes de despistagem de álcool com frequência. Afirma-se, por exemplo, que este ano já se realizaram 1754 testes, dos quais apenas três apresentaram resultado positivo.
Contudo, uma dissertação de licenciatura, elaborada por um capitão da GNR, em 2004, demonstra que a situação está longe de estar controlada. Este estudo, aliás, não se distancia da realidade apresentada pela IGAI em 1998. "O abuso do consumo de bebidas alcoólicas é uma realidade conhecida e admitida na GNR", lê-se num relatório a que o DN teve acesso.
4 comentários:
Como é hábito em Portugal, os nossos governantes tentam tapar o sol com a peneira, fingindo que nada se passa. A situação denunciada pelo DN, e neste post, é de uma gravidade tal, que este assunto merecia outro tratamento a todos os níveis. A sociedade civil tem que ser informada com todo o detalhe de todas as acções que os governantes estão a fazer ou pensam fazer. Só assim é que é que se pode garantir a segurança dos cidadãos, e não ocultando e mantendo-os na dúvida. Mais uma situação que prova até à saciedade que este país bateu no fundo. Só nos faltava mais esta, ou seja precisarmos da intervenção da autoridade, e não sabermos que o agente que está perante nós é um viciado em drogas ou em álcool. O que foi denunciado é com certeza a ponta do iceberg. Imagino o que já se passou e o que se irá passar..
Neste país é difícil não ser viciado em nada.
Desconfio de quem não é. Das duas uma, ou é político e ganha bem e reforma-se cedo, ou é rico e não tem preocupações com o dinheiro no dia a dia.
Quem aguenta a realidade que é viver com um terço do ordenado de um espanhol e pagar os bens ao mesmo preço e mais caros?
Quem aguenta ganhar 1/4 do que ganha um sueco, pagar todos os impostos, e quando vai ao Centro de Saúde dizerem-lhe há mais de dez anos, que não tem médico de família?
Quem aguenta ganhar mal, pagar os impostos todos, não ter contrapartidas eficazes, e reformar-se aos 65 anos com a reforma que se conhece, ver os que não pagam impostos andar de BMW e afins, reformarem-se aos 40, e terem reformas chorudas?
Temos que ser viciados. Admira-me até que não sejamos mais.
Penso mesmo que somos mesmo muito bons, com a vida que temos.
Quanto aos polícias, alguém quer ter o trabalho que eles têm, nas condições que (não) têm, e ganhar o que eles ganham? Duvido.
E não me venham dizer que se não querem trabalhar assim nem ganhar aquilo não vão para polícias.
Se for essa a lógica neste país, fazíamos o quê?
Só se formos todos para políticos...
Viciemo-nos...
Caro comentador das 12:12, estou ou estive quase a dar-lhe razão em tudo aquilo que escreveu, mas uma velha coisa chamada "princípios" impede-me de lhe dar. Acredito, apesar de tudo, que ainda não implodimos totalmente, ou melhor ainda, que ainda não vivemos num estado de entropia total, pelo que há componentes da nossa sociedade que têm que ser preservados a todo o custo das angústias da vida que você muito bem descreve. Quando tal acontecer, deixamos de ser animais humanos e passamos a animais irracionais. A fronteira está realmente cada vez mais ténue.
Caro anónimo das 8.34, não me parece que estejamos prestes a transformar-nos em animais irracionais...
Todos sabemos que em Portugal somos bastante irracionais, e claro, somos animais.
Mas há uma coisa que nos impede de juntar animais com irracionalidade.
É que somos Portugueses e há coisas que não conseguimos juntar.
PPara juntar animalidade com irracionalidade seria necessário colocarmo-nos todos no mesmo plano, o que, como se sabe, não é possível.
É que em Portugal ha diversas categorias sociais insolúveis, como por exemplo:
os espertos, os patos-bravos, as tias, os autores de projectos europeus a fundo perdido e que perdem o dinheiro pelos bolsos rotos, os políticos, os ricos, os pobres, etc. etc.
E para ser sincero, não vejo como se poderia uniformizar isto tudo num país como Portugal. Implicaria uma organização impensável...
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