A selecção de Angola qualificou-se hoje para o Mundial 2006 na Alemanha, ao vencer o Ruanda em Kigali por 1-0, golo de Akwá aos 82 min. Os Palancas Negras conseguiram assim um feito inédito, já que é a primeira vez que Angola, ou qualquer país africano de expressão portuguesa, atinge a fase final de um Mundial. Luanda explodiu em festa e também em Lisboa centenas de pessoas festejaram nas ruas a (sofrida) qualificação, que chegou a parecer não ser possível, já que, apesar do domínio da selecção angolana, os ruandeses defenderam sempre bem, nunca deixando de ameaçar o golo em perigosos contra-ataques.Ficam aqui os nomes dos 14 heróis angolanos que disputaram a partida: João Ricardo, Jacinto, João Pereira, Jamba, Yamba Asha, Gilberto, André Mukenga, Figueiredo, Mendonça, Flávio, Akwá, Maurito, Mantorras e Kalanga.
4 comentários:
Neste blogue salva-se o André.
No meio dos retornados moçambicanos há um angolano que resiste.
É crucial para o bom andamento da CPLP... se é que tem algum?
Além disso, prova-se que Angola não é só petróleo e casamentos reais.
Também tem malta boa de bola.
E por cada GOLO de Angola (ou dos outros países africanos) é mais um degrau que sobe o orgulho dos apanhadores de lixo da Europa.
Também está confirmado que Paulo Portas e Jaime Nogueira Pinto vão apoiar freneticamente Angola, pois este feito é uma prova da grandeza da herança lusa.
zemari@, Angola antes do 25/04/74, era uma espécie de "Little Portugal" ou " Portuguese Town " em África, em tudo semelhante ás China`s Towns espalhadas pelo mundo, em contraste total e absoluto com Moçambique. Quem contava e explicava bem os dois tipos de colonização, com o humor, isenção e sabedoria sublime, era o saudoso Heliodoro Sebastião Frescata, meu professor de filosofia, psicologia e de outras disciplinas entre o 3º e o 7ºano liceal! Esse homem superior, esteve em Angola, antes de se fixar em Moçambique. Tudo o que se passou e passa em Angola, teve muito, ou mesmo quase tudo, com o tipo de imigração/colonização realizada naquela ex-colónia. As conclusões deixo-as para quem viveu e conheceu as duas ex-colónias. Acho que já disse o suficiente.
Caro anónimo,
os números são "como o algodão", não enganam:
Em 1967, para contrariar a guerrilha do MPLA, Salazar empreendeu o povoamento acelerado do interior de Angola e passou a facilitar a emigração de agricultores condenados a viver, em Portugal, dos rendimentos de propriedades do tamanho de “lenços de assoar”.
Em 1974, havia 1 milhão de colonos rurais portugueses dispersos por Angola.
Em Moçambique eram à volta de 200 mil. A grande maioria residente em áreas urbanas de maior ou menor dimensão.
Já agora, diga-se que há 30 anos a maior cidade portuguesa era Paris. Nela e nos arredores residiam cerca de 1 milhão de portugueses. Viviam em bairros de lata (“bidonville”) que «construíam» na região parisiense, tal e qual como os imigrantes africanos fazem hoje em Portugal.
Em 1969 e 1970 entraram em França, cerca de 250 mil (1/4 de milhão) emigrantes clandestinos portugueses.
E os franceses gostavam tanto deles como nós gostamos dos pretos.
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