domingo, 30 de outubro de 2005


Foto de Francesca Pinna


Il vento che stasera suono attento
- ricorda un forte scotere di lame -
gli strumenti dei fitti alberi e spazza
l'orizzonte di rame
dove strisce di luce si protendono
como aquiloni a cielo che rimbomba
(Nuvole in viaggio, chiari
reami di lassù! D alti Eldoradi
malchiuse porte!)
e il mare che scaglia a sclaglia,
livido, muta colore,
lancia a terra una tromba
di shiume intorte;
il vento che nasce e muore
nell'ora che lenta s'annera
suonasse te pure stasera
scordato strumento,
cuore.

Eugenio Montale

1 comentário:

Armando Rocheteau disse...

O vento que esta noite toca atento
- lembra um forte sacudir de lâminas -
nos instrumentos das frondosas árvores e varre
o horizonte de cobre
onde estrias de luz se estendem
como papagaios de papel no céu que estremece
(Nuvens em viagem, claros
reinos das alturas! De altos Eldorados
portas mal fechadas!)
e o mar que escama a escama,
muda lívido de cor,
atira à terra uma tromba
de espiraladas espumas;
o vento que nasce para morrer então
na hora que lenta no escuro se acoite
pudesse ele tocar-te também esta noite
desafinado instrumento,
coração.
trad. de José Manuel de Vasconcelos, Assírio & Alvim