Quero
Quero que todos os dias do ano
Todos os dias da vida
De meia em meia hora
De 5 em 5 minutos
Me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
Creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
E no seguinte,
Como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
Que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
Pois ao dizer: Eu te amo,
Desmentes
Apagas
Teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
Isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
Nem sei de outra maneira a não ser esta
De reconhecer o Dom amoroso,
A perfeita maneira de saber-se amado:
Amor na raiz da palavra
E na emissão,
Amor
Saltando da língua nacional,
Amor
Feito som
Vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
Inexoravelmente sei
Que deixaste de amar-me,
Que nunca me amaste antes.
Se não disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamoamo,
Verdade fulminante que acabas de dentranhar,
Eu me precipito no caos,
Essa coleção de objetos de não-amor.
Carlos Drummond de Andrade
10 comentários:
É para a penca?
mas que merda é essa da penca que anda por aqui desde há uns dias? algum pássaro migratório?
a penca responde.
migartória era a tua tia arara
Eu só sei é que a penca é uma pessoa detestável e pelos vistos acho que toda a gente adora gozar com ela ainda bem que todos gozamos
"Dinheiro perdido,nada perdido;
Saúde perdida,muito perdido;
Carácter perdido,tudo perdido"
Se é penca ou não, não sei. Mas que que este post é um grito desesperado de amor, parece, parece...
Eu já vi este post para outros narizes!
Será que a penca é cocaína ? ou será uma naja?
O post por mim dedicado não se destina certamente a anónimos sem penca e muito menos a quem não entende a poesia de D. de A.
A todos que não se sentiram amados na infância:
Encantarmo-nos connosco próprios não só é normal como desejável.Mas ter fantasias de grandeza e omnipotência revela que, no fundo ,há em nós uma grande falta de amor.
Jaime Graça Machado
Dedicado ao Armando Rocheteau
TOADA DO AMOR
E o amor sempre nessa toada!
briga perdoa perdoa briga.
Não se deve xingar a vida,
a gente vive,depois esquece.
Só o amor volta para brigar,
para perdoar,
amor cachorro bandido trem.
Mas,se não fosse ele,também
que graça a vida tinha?
Mariquita,dá cá o pito,
no teu pito está o infinito.
Carlos Drummond de Andrade
Um beijo
dedico este poema ao meu querido amigo
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