quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Manifestar-se faz o professor


Daqui podemos pelo menos deduzir que: o "professor" que o Tomás Vasques imagina (e que o nosso Armando Rocheteau cauciona) não pensa, nem quer saber quem é, o remetente. Ele apenas se quer manifestar. O "professor" do Tomás e do Armando que quer, apenas e só, "manifestar-se", tal incauto desprevenido, assim como desta vez foi apanhado nas malditas correntes de SMS da CGTP, do PC, do BE, do PCTP, do POUS, ou do que mais se dedique a enviar SMS por razão alguma, pode, um destes dias, ser capturado pelas tramas terríveis dos SMS da extrema-direita: do PNR, da Juve Leo, do Grupo 1143. Pois este "professor", não sabendo bem porquê, sabe que se quer "manifestar". "Manifestar" é algo que faz o "professor". De algum modo constitui-se como "professor", ou seja, um ente contaminado pela espúria e pecaminosa presença do "aluno": um "contestatário"; um "manifestante". É a partir desta sabedoria que, avisadamente, a Ministra, o Tomás e o Armando nos previnem para a ilusão das "manifestações" de professores: umas atitudes vâs, tristes e manipuladas de gente convocada pelo primeiro SMS que lhes surja no telemóvel, a seguir ao que diz "maria, keres vir a festa d ze, rsponde p msg". Gente que não faz a mais pálida ideia do que se passa nos seus locais de trabalho. Aliás, como todos sabemos, as pessoas que trabalham não tem opiniões ponderadas sobre o que se passa nos seus locais de trabalho (porque estão enviesadas pelos seus interesses pessoais), nem entendem bem quais são os seus interesses (porque não percebem o que se passa nos seus locais de trabalho). É por isso que existem os especialistas, e a Democracia deve viver com os especialistas, dos especialistas, e para os especialistas. E mesmo que a realidade desminta os especialistas, o erro não é deles (pois são seres que analisam racionalmente a realidade), mas daqueles que, infelizmente, agem sobre ela, e assim estragam todos os modelos matematicamente estudados. E ainda quer esta gente pôr-se a protestar e a fazer "manifestações" convocadas por SMS... Um dia destes ainda os veremos a querer pensar o que só deve ser pensado pelos especialistas, e esse dia será o princípio da barbárie anti-democrática.

22 comentários:

MassaMansa disse...

Divulgação

Novo Blog sobre Educação - "Massa Mansa"

www.massamansa.blogspot.com

Tárique disse...

Foda-se, André, sim senhor! Grande resposta!

Farto dessa perspectiva de "o zé não liga nada à política e quem liga ou é um manhoso ou um manipulado" ...

Armando Rocheteau disse...

Olha André estás enganado.
A barbárie anti-democrática começa quando não se sabe o que é a Democracia. Aqui e na rua.
Não me parece que pretender condicionar, de fora e à má fila, uma reunião partidária seja exemplo de comportamento aceitável. Não me parece que a Fenprof (ou outra organização profissional) tenha alinhado.
Dito isto vou sair para dar aulas.

Tárique disse...

"Dito isto vou sair para dar aulas." [...] , que "a minha política é o trabalho."

André Carapinha disse...

Armando, a questão não é a manif em si, que pode ser totalmente criticável.

A questão é dizer-se, como faz o Tomás, que os profs são uns tontinhos a seguir sms anónimos, sem saber o que fazem. É desvalorizar o que o desagrada através de ataques ad hominem. Na verdade o post do Tomás é totalmente pulha, e lamento que o tenhas publicado no nosso blogue.

Armando Rocheteau disse...

Tárique, prezado ex-aluno da Manuel Teixeira Gomes. Sei que é ambientalista, gosta de campismo selvagem e anda de bicicleta. Permita-me que o aconselhe. Vá pedalar para a c. da sua tia.

André, não tens que lamentar o que eu publico. Ataque ad hominem fizeste-me tu quando te referes a mim em post, quebrando inclusive as poucas regras que estabelecemos neste blogue. Reparo que às 2.17 ainda estás ressacado. Lê o que diz o Arrastão sobre este assunto e toma um Guronsan.
Abraço

Anónimo disse...

A intelectualidade a baixar de
nível! Oh Armando: um professor
mandar alguém ir "pedalar para a
c. da sua tia"... é muito baixo.
Vá lá: sê razoável!

Anónimo disse...

Armando Rocheteau, engana-se: não suporto campismo selvagem e muito menos sou ambientalista.
Permita-me deixar-lhe um conselho, decerto mais valioso do que o que me deixou a mim. É uma citação de Confúcio:

As invectivas só desonram o seu autor.

Armando Rocheteau disse...

Oh anónimo serei um intelectual sartreano. Trai desta vez o pensamento em detrimento da acção. Mea culpa subiu-me a mostarda ao nariz.

Valoroso Tárique, nobre guerreiro, fui eu que linkei o seu blogue e tenho-o lido. Falhei no seu ambientalismo e no campismo (embora os seus posts me tenham induzido em erro. Acertei na bicicleta.
Tenho muitos anos de professor e alguns de delegado sindical. Bem sei que não valem argumentos de autoridade. Sei do que falo e o meu post surgiu como provocação a um post do Fernando Rebelo.
Já agora deixe o Confúncio, que esteve sempre ao lado do Imperador (cf. Etiemble) e dedique-se ao taoismo, ainda que tenha de arranjar um nick menos bélico.

Anónimo disse...

Viva a polémica. Polémica à portuguesa...tourada à espanhola!!!
Nós queremos tudo transparente, sem controlo prévio nem artimanhas teleguiadas...A minha pena é o Abrupto do JPP não ter a coragem de ser aberto e sublime na pedagogia da Liberdade de Expressão.A GLQ Limiano também faz censura prévia ideológica,se bem o percebi.Exorto todos ao máximo de liberdade e libertinagem: Eu que tenho sido o mais impenitente e corrosivo dos críticos-sem-control de espécie nenhuma, como é por todos sabido,claro!Amigos, temos que comemorar a morte de Gabriel Mourato, o " Simão,Boca Negra ", anarquista, que esteve exilado em Paris e, em Lisboa, fundou o Acção Directa. Sem crítica, não existe Liberdade(s). FAR

André Carapinha disse...

Armando:

«Ataque ad hominem fizeste-me tu quando te referes a mim em post, quebrando inclusive as poucas regras que estabelecemos neste blogue»

1- Não é um ataque ad hominem, é um ataque ao que está escrito no post. E tu conheces muito bem a diferença entre uma coisa e outra.

2- Essas regras já foram quebradas, e tu sabes quando e por quem.

3- Ao contrário da minha argumentação, em que não encontras um único ataque ad hominem, reparo que tu já vais nuns quantos, o último contra mim (o "ressacado"). É curioso como a estratégia é a memsa que usa o Tomás (e que, já agora, está sempre a usar o governo): são os profs que vão às manifs sem saber porquê, sou eu que escrevo "bebado".

4- Eu não vou estar a fazer disto nenhuma "crise" no blogue (não tenho paciência nem dou assim tanta importância a isto), e nem sequer me pretendo aborrecer contigo. A razão porque respondi em post expliquei-a nos comentários ao teu post. Não podia deixar passar uma coisa tão grave sem responder com o mesmo destaque. Chama-lhe um "direito de resposta".

Abraço

Armando Rocheteau disse...

Ok André fumemos o cachimbo da paz e bebamos à amizade. Mas associares-me a um post pulha também não foi de bom gosto e o TV, que não conheço, também o não merece.
Abraço

Ana Cristina Leonardo disse...

Alguém falou no grande Manuel Teixeira Gomes?!

Anónimo disse...

Caro Armando, prezo em ver que já vem mais calmo, apesar de continuar sem argumentos para defender o indefensável post que citou (se excluirmos o delicioso "Sei do que falo!").

Se não leva a mal, vou fazer pouco dos seus conselhos. É que o primeiro que me deu caiu-me mal (e nem imagino como teria caído às minhas tias, que, veja lá, até são professoras).

Armando Rocheteau disse...

Olá Ana Critina. Falou-se do Manuel Teixeira Gomes a propósito de uma E.S. de Portimão. Aproveito para dizer que me sinto em dívida para contigo. Podemos, um dia destes, tomar um chá e falar de literatura?

Caro Tárique. Aprecio a sua actual moderação. Não conte, por favor, os termos desta polémica às suas tias (que calculo senhoras de bom gosto avessas à perturbação de reuniões partidárias). Passei-me quando me disse que a minha política era o trabalho (entendi como insulto para salazaristas).
No post anterior disse que estarei disponível para debater as questões da Educação. Apareça sem vestes de guerreiro.

Anónimo disse...

Armandinho, és um "charmeur" incurável:)

Ana Cristina Leonardo disse...

anónimo, ser charmeur não é defeito, antes pelo contrário
armando, bebamos chá, convidemos o chapeleiro louco e falemos, pois, sobre o grande Manuel Teixeira Gomes

Anónimo disse...

Quem disse que era defeito? Ou noto uma "pontinha de não sei do quê" ? :)))

Ana Cristina Leonardo disse...

só se for em francês...

Anónimo disse...

Honni soit qui mal y pense !

Ana Cristina Leonardo disse...

c'est... c'est... pouff!

Anónimo disse...

pouff, pouff também para si:))