Desbarcelados
Já o Galo de Barcelos
Voou do solo pátrio
Pr’a capoeiras asiáticas
E lá nova crista pariu
Agora de tão contente
Nem cocorocuguês canta
Cacareja alto mandarim
Depenica de chá verde
E de grão de arroz se alimenta
Desnaturou-se desgalou-se
E vendeu-se a olheiro
De rasgada pontaria
Que o milho lá deles
Transfotogénico brilhante
Enche da menina o olho
E como quem o tem
Olheiro é não olha a meios
Mesmo não os tendo no sítio
Rei é na cega terra
E rega o que quer
O galá-lo abriu asa pr’onde
Lhe pagam mesada farta
Pois que apesar do risoto
A paixão é o grão grão
A grão - de milho são –
O papo o enche
E a galinha
Que de inha nem já tosse
Olha de longe que galo é galo
Mas é galo ou galinha?
Galo galinha é entremez
Tanto faz ou fez e refez
Qual estrela que é norte
Desse futebol global
À gripe dos dólares
O Galo desbarcelizou-se
Que será de nós lusos e
Do aviário à beira mar plantado?
....................
Pois o galo não voa não voa como a joaninha cujo pai está em Lisboa.
Então como foi ele parar a Cantão?
É navegador e vasco gamando e corococando deu a volta ao bestunto do chefe da capoeira, o ministro da economia e investimento estrangeiro, que ficou corno tanso com o responso do patrão de cima por causa de tão escandalosa fuga ao controle nacional de um sector estratégico e simbólico.
O nosso primeiro saiu à liça e disse em hora nobre “é o melhor para o futuro do país” remetendo-se depois para a bisca lambida dos domingos em circuito fechado de amigalhaços lá na terravilhã.
Oremos!
f.arom
2 comentários:
Oremos!
É o país esquizofrénico em que vivemos!
Oremos ao mandarim, que de fátima já só temos felgueiras!
É sempre bom encontrar os seus poemos.
Pana
Enviar um comentário