quarta-feira, 22 de março de 2006

Crónica da Rua 513.2


Ilustração de Ivone Ralha

Umas vezes deserto inóspito, outras um mar revolto, a Rua 513.2 oscila de um extremo ao outro sem encontrar serenidade. Todavia, se fosse tirada uma média a esses dois estados ela não passaria de uma rua normalíssima
Na Rua 513.2, o Inspector Monteiro, o Doutor Pestana e dona Aurora, o mecânico Marques, a velha prostituta Arminda de Sousa e alguns outros, emergem do passado para interferir nos dias dos vivos. Por outro lado, sob o olhar atento de Filimone Tembe, o Secretário do Partido, esses mesmos vivos fazem o que podem para que as suas vidas avancem. Vendem enquanto há o que vender, como o louco Valgy ou a incansável Judite; apelam ao conselhos de retratos pendurados na parede, como o empresário Pedrosa, pescam peixes forjados, como Teles Nhantumbo; lêem cadernos que escondem histórias de outros tempos enquanto reparam automóveis quase inexistentes, como Zeca Ferraz; combatem no mato, como o Comandante Santiago; ou distribuem pelos vizinhos aquilo que lhes chega às mãos, como Josefate Mbeve, que no fundo segue à risca as directivas do Presidente Samora Machel e tenta fazer do socialismo uma realidade.
Até que um dia chegam novos fantasmas para ocupar o lugar dos antigos, e as coisas começam a mudar. (Da badana do livro)

Crónica da Rua 513.2
João Paulo Borges Coelho
Editorial Caminho

5 comentários:

Anónimo disse...

Maningue nice, joe

Anónimo disse...

Maningue mesmo, djosina(o)! Amélia

Anónimo disse...

Alô djosinos!

Anónimo disse...

Fantástico cheirinho. Irei ler o resto.
Para o João Paulo, um grande abraço.

Parcídio

Anónimo disse...

Diário Digital / Lusa

Moçambicano Borges Coelho vence Prémio José Craveirinha

O escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho venceu a edição de 2005 do Prémio José Craveirinha de Literatura, com o livro de 2004 «As visitas do Dr. Valdez», foi hoje anunciado em Maputo.



De acordo com um comunicado do júri do concurso, o prémio baseou-se «na inovação literária, no classicismo literário, no equilíbrio e harmonia narrativa, no domínio da língua e da escrita literária, na riqueza do conteúdo e representação de vários saberes, nomeadamente, históricos, políticos, antropológicos e culturais» de Borges Coelho.
Autor de «Setentrião» e «Meridião», Borges Coelho nasceu no Porto em 1955, mas tem a nacionalidade moçambicana e é professor de História Contemporânea de Moçambique e da África Austral na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo.

O Prémio José Craveirinha de Literatura é promovido anualmente pela Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO) e pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa, atribuindo um valor pecuniário de cerca de cerca de 4.100,00 euros ao seu vencedor.

O juro do concurso foi presidido por Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e integrou Julieta Langa, Olga Pires, Artur Bernardo Mizo e Manuel Tomé.