

Ponta de Areia
Ponta de areia, ponto final
da Bahia-Minas estrada natural
Que ligava Minas do porto ao mar,
Caminho de ferro mandaram arrancar
Velho maquinista com seu boné
Lembra o povo alegre que vinha cortejar
Maria-fumaça não canta mais
Para moças, flores, janelas e quintais
Na praça vazia um grito, um ai
Casas esquecidas, viúvas nos portais
Fé Cega, Faca Amolada
Agora não pergunto mais pra onde vai a estrada
Agora não espero mais aquela madrugada
Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser faca amolada
O brilho cego de paixão e fé, faca amolada
Deixar a sua luz brilhar e ser muito tranqüilo
Deixar o seu amor crescer e ser muito tranqüilo
Brilhar, brilhar, acontecer, brilhar, faca amolada
Irmão, irmã, irmã, irmão de fé, faca amolada
Plantar o trigo e refazer o pão de cada dia
Beber o vinho e renascer na luz de todo dia
A fé, a fé, paixão e fé, a fé, faca amolada
O chão, o chão, o sal da terra, o chão, faca amolada
Deixar a sua luz brilhar no pão de todo dia
Deixar o seu amor crescer na luz de cada dia
Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser muito tranqüilo
O brilho cego de paixão e fé, faca amolada
Milton Nascimento
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