«O transporte ferroviário é uma das bandeiras políticas da esquerda. O que não é estranho porque é o tipo de transporte que mais exige planeamento e controlo centralizado. Só que o transporte ferroviário não se adapta muito bem à vida moderna. O transporte ferroviário é muito bom para transportar grandes quantidades de pessoas do ponto A para o ponto B. O que o torna adequado para transportar pessoas a horas fixas entre grandes cidades ou em zonas urbanas densamente povadas. Mas não é suficientemente flexível para responder às necessidades das vidas cada vez mais suburbanas que as pessoas têm. Nos subúrbios, o que é necessário não é levar grandes quantidades de pessoas do ponto A para o ponto B, mas levar, a qualquer hora do dia ou da noite, cada pessoa do ponto onde ela está para o ponto onde ela quer ir, e para isso, nada melhor que o automóvel.»
Este pseudo-argumento seria válido se não se desse o caso de, devido ao facto de demasiadas pessoas pensarem deste modo falacioso, acontecer que o tempo que se leva e os custos de ir de um ponto onde se está para um ponto onde se quer ir, serem substancialmente superiores em relação à hipótese de se ir do ponto onde se está para o ponto A, deste para o ponto B, e deste para o ponto onde se quer ir.
Quanto a «o transporte ferroviário é uma das bandeiras políticas da esquerda», obrigado pelo elogio. Gostamos sempre que nos destaquem o bom-senso.
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