«Actualmente os automobilistas têm que pagar Imposto Automóvel, Imposto de Circulação, IVA nos serviços e componentes automóveis, Imposto Sobre Combustíveis e portagens. O valor total destes impostos deve ser comparado com o que o estado gasta na construção de estradas e os custos ambientais. Em contra-partida, a maior parte das empresas de transportes públicos são subsidiadas, as empresas públicas de transportes têm passivos colossais e o estado financia totalmente infra-estruturas ferroviárias. Para além disso, o estado subsidia a energia consumida pela ferrovia, a qual também tem custos ambientais. É só fazer as contas.»
Este é um argumento interessante, porque nos permite compreender certas premissas ideológicas que subjazem a este tipo de argumentos. É necessário compreender os custos ambientais da utilização dos diversos tipos de transportes; e não será necessário lembrar a João Miranda os inúmeros estudos que provam que o transporte ferroviário, ou o transporte colectivo rodoviário, tem muito menos efeitos nefastos no ambiente, e que deverá ser da responsabilidade do Estado promover este tipo de transportes, eventualmente menos concorrenciais (porque não oferecem a mobilidade do automóvel), através justamente da redução dos seus custos para o utilizador. Mas para JM este argumento não é válido; isto porque, devido a um preconceito ideológico que o cega, não reconhece qualquer papel válido ao Estado na promoção de opções; para ele, imbuido da lógica messiânica ultraliberal, a livre escolha dos consumidores e a concorrência irão per si resolver todas as dificuldades. Acontece que não cabe às empresas qualquer responsabilidade ambiental, e a propalada escolha dos consumidores necessitaria de um grau de consciençalização ambiental que eles ainda não possuem; e acontece também que a promoção dessa consciençalização depende precisamente daquilo que JM rejeita: intervenção do Estado (através de campanhas, educação para o ambiente nas escolas, etc.).
1 comentário:
Estas atitudes dos neo-liberais - eu, eu, eu, ja, ja, ja, os-outros-que-se-lixem - sao tipicas dos yuppies da "me generation": criancas estragadas, ignorantes, dogmaticas, simplorias, egoistas, gananciosas e mal educadas. :-)
Aqui nos EUA ha imensos: como se costuma dizer, da-se um pontape na parede e caem cinco ou seis!
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