quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Carlos Drummond de Andrade (3)




As sem razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

6 comentários:

Anónimo disse...

Árvores que não vejo,
ciprestes que sei despidos,ruas que sei desertas...
neblina da minha memória
espinhos que abrem terreno em mim,
É assim que eu te quero
sem,porém, te ver...como cega, como afogada, como o brilho dos corpos que não têm luz.
Caminho por entre luas
olhos turvos, água baça,
de chorar o mar,
lamento surdo que dança
com as folhas caidas aos meus pés,
as folhas que já não existemn.
Lamento que uiva...
É o meu coração que estala por entre os dias de frio...
É a música que lanço por entre os dias sombrios,interminável, lenta
como a canção que um dia nasceu a meu lado.
Não resisti.SARA.

André Carapinha disse...

Meu amor que por lá anda
Lá fazendo a vindima
Olha amor, esta prenda
Qu' eu trouxe à menina

Olha amor, esta prenda
Qu' eu trouxe pelo caminho
Quero que te surpreenda
E te envolva em carinho

Anónimo disse...

Estou encantada com o estado de paixão que reina neste blog!
Pega-se!

Ivone

Anónimo disse...

Sara, tens telemóvel?

Kubrik, o cowboy desistente

Anónimo disse...

No meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no mei do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.


Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

Anónimo disse...

Faz o Pica!