Com o referendo sobre a IVG certos portugueses resolveram descobrir-se. De uma assentada, temos algo em que (finalmente) podemos orgulhar-nos, de superior, de mais profundo, humano, ético, quando nos comparamos com a Europa que em tudo nos ultrapassa oprimindo. Nós, os portugueses, descobrimos que o Aborto é uma questão ontológica e metafísica das mais elevadas. Que os seres humanos, afinal, dependem de terceiros para existirem, e que tem o direito inequivoco de não depender de terceiros para existirem. Que não há seres humanos sem uma gravidez, e que portanto os seres humanos tem direito a existir, desde que exista a gravidez. Que, iniciado o processo, e falhos os meios preventivos, o processo transmuta-se num fim, e assim o processo é o próprio fim em si. Que, para além do mais, a possivel interrupção do processo configura a aceitação de um estado de infantilização do ser humano, pois, ao ser humano inteiro, livre, responsável, adulto, não tem cabimento a interrupção de um processo que é um fim em si mesmo. É que ao ser humano livre, adulto, cabe aceitar a inevitabilidade e irreversibilidade do processo, pois o processo é o proprio fim em si; a essência do processo é o processo. Não se pode aceitar a desresponsabilização de um acto que inicia o processo, uma vez que o processo é um fim em si, e nada justifica o fim do processo. E pretender-se interromper o processo é apenas a fuga às consequências naturais do processo, que foi voluntariamente aceite como processo, e que sendo um fim em si, ou seja, um processo, não pode de forma alguma ser interrompido. Os actos livremente praticados por um cidadão, dando origem a um processo, deverão obviamente ser assumidos, pois o cidadão é inteiramente responsável pelos seus actos, e deste modo deverá respeitar as leis próprias do processo, pois iniciado o processo, este é um fim em si mesmo. O processo deverá ter continuidade enquanto processo. Não é possivel questionar o processo, pois este existe, e o que existe não pode ser questionado. Resta ao cidadão ser humano inteiro, livre, responsável, adulto, aguardar pelo fim do processo. Ele explicar-se-á a si próprio enquanto processo, e nesse momento o cidadão verá como o que importa é o processo. sexta-feira, 12 de janeiro de 2007
O processo
Com o referendo sobre a IVG certos portugueses resolveram descobrir-se. De uma assentada, temos algo em que (finalmente) podemos orgulhar-nos, de superior, de mais profundo, humano, ético, quando nos comparamos com a Europa que em tudo nos ultrapassa oprimindo. Nós, os portugueses, descobrimos que o Aborto é uma questão ontológica e metafísica das mais elevadas. Que os seres humanos, afinal, dependem de terceiros para existirem, e que tem o direito inequivoco de não depender de terceiros para existirem. Que não há seres humanos sem uma gravidez, e que portanto os seres humanos tem direito a existir, desde que exista a gravidez. Que, iniciado o processo, e falhos os meios preventivos, o processo transmuta-se num fim, e assim o processo é o próprio fim em si. Que, para além do mais, a possivel interrupção do processo configura a aceitação de um estado de infantilização do ser humano, pois, ao ser humano inteiro, livre, responsável, adulto, não tem cabimento a interrupção de um processo que é um fim em si mesmo. É que ao ser humano livre, adulto, cabe aceitar a inevitabilidade e irreversibilidade do processo, pois o processo é o proprio fim em si; a essência do processo é o processo. Não se pode aceitar a desresponsabilização de um acto que inicia o processo, uma vez que o processo é um fim em si, e nada justifica o fim do processo. E pretender-se interromper o processo é apenas a fuga às consequências naturais do processo, que foi voluntariamente aceite como processo, e que sendo um fim em si, ou seja, um processo, não pode de forma alguma ser interrompido. Os actos livremente praticados por um cidadão, dando origem a um processo, deverão obviamente ser assumidos, pois o cidadão é inteiramente responsável pelos seus actos, e deste modo deverá respeitar as leis próprias do processo, pois iniciado o processo, este é um fim em si mesmo. O processo deverá ter continuidade enquanto processo. Não é possivel questionar o processo, pois este existe, e o que existe não pode ser questionado. Resta ao cidadão ser humano inteiro, livre, responsável, adulto, aguardar pelo fim do processo. Ele explicar-se-á a si próprio enquanto processo, e nesse momento o cidadão verá como o que importa é o processo.
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2 comentários:
para isto não ficar sem comentários eu diria que o processo é fodido
EU DIRIA QUE O ANDRE E OPTIMISTA...
L.
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