segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

I - Castoriadis: A emancipação é obra de autopromoção permanente

" Trata-se de fazer ver às pessoas que só elas próprias possuem uma resposta possível, que só elas podem inventar, de que todas as possibilidades e as capacidades de organização da sociedade dependem tão-só delas próprias. Trata-se de revelar a soma de coisas absurdas e de falácias sobre as quais se apoiam todas as justificações do sistema actual, e de todo o sistema hierárquico-burocrático. Trata-se de destruir a ideia que o sistema é todo-poderoso e omnisciente, e também a tenaz ilusão que só os que governam " sabem " e " são capazes "- no momento onde é demonstrada a sua imbecilidade orgânica, a que eu chamo há muito a imbecilidade de função. Trata-se de revelar que não existe nenhuma instituição-milagre, que toda a instituição só vale pelo que as pessoas fazem - mas que existem instituições " anti-milagre "; por exemplo, que toda a forma política de representação fixa, rígida, estável ,separada se torna irresistivelmente uma forma de alienação política, o poder transitando dos representados aos representantes. A forma da revolução e da sociedade post-revolucionária não é uma instituição ou uma organização dadas uma vez por todas, mas sim, a actividade de auto-organização e de auto-instituição ".

In C. Castoriadis, Le Contenu du socialisme, págs. 323/366 . Ed C. Bourgois; 10/18

FAR

2 comentários:

FernandoRebelo disse...

Pois.
E quem ler este post meta a mão na consciência...
Trata-se de um problema de opções.
Qual é o caminho?...

Táxi Pluvioso disse...

Havia nos anos 40 uma série de filmes com Bob Hope e Bing Crosby chamada "Road to...". Talvez o caminho esteja lá.