quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Manifesto de intenções

Bom, eu tenho de ser sincero: eu ando a perceber que não tenho jeito para isto dos blogues. O que eu procuro nisto não é o que posso encontrar. Percebo que os blogues sejam abertos e democráticos, e até gosto disso. Estou é um bocado farto destas meias-tintas a que me sinto obrigado por supostamente "estar a escrever para os outros" (e quem raio é que são os outros? Os 160 leitores diários deste blogue? Que grande, grande audiência, sem desprimor para esses, que devem ter uma paciência de santo para aturar estas merdas). Dizia que estou farto desta merda de escrever para os outros, e que por isso vou tentar escrever para mim, que se fodam os outros. De modo que começo esta saga com o Zizek mais o Deleuze. Mas não como se fossemos realmente falar sobre o Zizek e o Deleuze, antes uma perspectiva Bêbada (com maiúsculas, e desculpa lá, Palácios, tás aí em Cambridge e já te esqueceste do Cais do Sodré?).
Zizek gosta de Lacan, Deleuze não. Porquê? Se eu gosto tanto dos dois? Ok. Nada de especial. Ambos concordariam comigo em eu gostar "de um" e "do outro". Ambos conhecem a categoria essencial do desejo.
Não se confunda assim o desejo como já fazem, ó leitores, com o vosso desejo simplista das gajas ou dos gajos. Nada de mais equívoco. Para pensar no desejo, devemos começar por imaginar uma rocha á beira do mar (1). Aparentemente fria e desprovida de sentido, mas só para quem não consegue entender a força do mar. Ou uma fábrica, colmeia de operários e engenheiros (2). Onde a máquina se transmuta em fantasma (3) da líbido. O limite do capitalismo-fábrica é a esquizofrenia, líbido revelada em força motriz da negação de si própria (4). Expliquemo-nos, finalmente:
Assim como assim o entendimento de tudo isto tem de ser posto como algo mais no interior disto. A filosofia não serve para inventar respostas, nem para conhecer a "verdade", serve para perceber como certas questões são mal perspectivadas. Deus foi um axioma; graças à filosofia, deixou de o ser. Ok. Também a questão do desejo deve ser perspectivada, segundo Deleuze (5) ou Zizek (6), como algo inevitavelmente constituinte. O "desejo" é parte da infra-estrutura (7). Para libertar o desejo temos de inventar algo de novo, temos de perspectivar o desejo como finalmente outro da máquina que produz espelhos de si própria e que nos induz a pensar o desejo como algo "de dentro" ou "de fora" dela mesma.
O lugar do desejo, se pode ser entendido assim na forma de um texto de poucas linhas, será o lugar subterrâneo em que eu me encontro inteiramente nu. "Guerra contra si próprio"! (8) Este é o manifesto deleuziano, que permite clarificar o lugar da máquina desejante nesta aparência-nós.

(1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)- Tretas sacadas a vulso sem qualquer critério de Deleuze, Zizek, Lacan, Marx, e muitos outros.

(8)- Deleuze, Conversações, não me lembro da página.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cada um tem as suas capacidades intelectuais.
Acho, do texto, uma trapalhada de alto nível.
Obrigado.

Anónimo disse...

Oh André!!!
Lá que queiras escrever
só para ti, não há crise!
Agora... "os outros que
se fodam"... caramba, pá,
tem calma!
Um abraço do J.F.

Anónimo disse...

"... que se fodam os
outros"!
Mas penso que não altera
muito o sentido.
De qualquer forma, peço
desculpa. J.F.