domingo, 21 de janeiro de 2007

A morte de Fiama H. Pais Brandão 1938 / 2007


(Foto de www.universal.pt/scripts/hlp/mm/FHLP441_z.JPG)

A poesia portuguesa perde mais um valor dos mais relevantes. Com a morte de Fiama Hasse Pais Brandão, linguista e germanista de rara qualidade, o espaço cultural nacional fica mais pobre e exíguo. No prefácio à mais recente das antologias completas da poesia de Fiama, Eduardo Lourenço salienta que " poucos poetas como ela tiveram uma consciência tão viva deste habitar dentro do que não tem nome - e nós chamamos, para não nos sentirmos perdidos de todo, Natureza, Vida, Mundo, Deus ".

Poema

Para Nuno Guimarães, Rui Belo, Luíza Neto Jorge, Carlos deOliveira, Luís Miguel Nava e os outros que já viveram


Tantos poetas morreram, em minha vida,

antes de mim, não só no sangue ou só na carne,

mas na portuguesa língua.

Deles fica a obra que fizeram .

Todavia vocábulos, para sempre

insonoros, ou no futuro incriados,

demonstram que os poetas todos

morrem sempre mais na língua.



FAR

2 comentários:

FernandoRebelo disse...

Fazem-nos tanta falta...
Só nos damos conta
quando desaparecem...
Vão-nos faltando os poetas.

Anónimo disse...

Mestre Farom: Não me diga que já se esqueceu do ciclo que realizámos sobre a Poesia Portuguesa- com poemas diários impressos tirados dos livros de cada um- no Verão passado. Demos a volta a tudo, eu em conjunto com o Rocheteau. E estamos sempre à espera dos seus poemas, claro! FAR