quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Núcleo "duro" de GW Bush faz bluff para "passar" mais tropas para o Iraque

Até onde irá Cheney (e seus neo-cons) para sugerir ao presidente de mandar às urtigas o possível veto do Congresso (maioria democrática) contra o envio de tropas e novas despesas para a guerra no Iraque? Talvez seja só bluff, dizem os jornalistas e comentadores do melhor jornal do Mundo, The NY Times...


Existe uma hubris enganadora na forma de fazer política americana. Isso é provado - o excesso de confiança - pela forma como Bush e os seus muxaxos - Cheney, Rice e os neo-cons escondidos - querem incrementar o esforço de guerra no Iraque. Com efeito, o Presidente está a ser aconselhado para contrariar e iludir a " pressão " da maioria Democrática nas duas câmaras do Legislativo yankee.

Paul Krugman, economista político de Princepton U., escreveu ontem no NY Times que
a "escalada na guerra não dará a vitória no Iraque, mas talvez traga a derrota no Afeganistão, que a administração americana continuará a negligenciar. E isso atirou com os militares para a descrença". "Bush apelida os críticos de "irresponsáveis", afirmando que não apresentam alternativas à sua estratégia. Mas eles possuem-na: determinando um calendário para a retirada, por isso poderemos cortar nas perdas e tentar salvar o que se possa ainda", acrescenta.

A grande parada está, no entanto, a cargo de Cheney e do conselheiro de Segurança Nacional de GW Bush, Stephen Hadley. Por detrás destes, existe uma hesitante Rice e os poucos neo-cons irredutíveis do American Institute Entreprise. O que eles propagam: que Al-Qaida está no Iraque e, com a ajuda directa do Irão e da Síria, podem dizimar as tropas que restam do Iraque e matar soldados americanos sem conta. Isto tudo dito numa vaga sucessiva de entrevistas nas principais cadeias de TV americanas, liberais ou de direita. Tudo para confundir a determinação antiguerra dos Democratas e dos Republicanos mais pessimistas, a quem o Plano Baker/ Hamilton tinha mostrado o abismo de uma nova escalada... extensiva aos vizinhos do Iraque numa segunda manobra.

Num gigantesco artigo de mais de mil linhas, Brian Knowlton, um dos maiores especialistas políticos do NYTimes, conta tudo. E mostra o rastilho: Bush ameaçou na CBS/Tv que não queria saber das ameaças dos Democratas, que ia em frente na escalada, portanto; Cheney, na Fox News, denunciou que os opositores não mostravam nenhuma alternativa. " O plano Bush não conseguiu despertar uma grande adesão do governo iraquiano, apesar de fontes oficiosas de Bagdad terem dito que o pm Kemal al-Maliki tinha dado achegas na sua composição". Só o que se sabe, diz Knowlton, é que o governo de Bagdad "enfatiza que irão ser oficiais iraquianos, os responsáveis pelas acções militares na capital".

"Mas enquanto Bush adoptou um a posição parcialmente conciliatória, os comentários de Cheney foram ofensivos e intratáveis, como que a dar o sinal do fim de uma posição bi-partidária em relação ao Iraque, que ambos os partidos imploraram no pós eleições de Novembro passado", frisa o jornalista. O mistério parece ter sido desvendado por Krugman:"O estilo prece a Virgem Maria - de que o milagre pode acontecer -parece ser a sua última motivação. O seu real intento parece ser uma forma de partilha de despojos de fim de batalha. Creio que os falcões querem manter esta guerra porque isso é do seu benefício pessoal e político".

Hoje, quinta-feira, um artigo da A.Press publicado no Truthout Com relatava exaustivamente as grandes manobras do Senado e do Congresso para impedir o plano Bush de enviar mais tropas para o Iraque. O projecto de resolução - mesmo simbólico, pode funcionar como um segundo consentimento adicional de membros do Partido Republicano em contrariar publica e expressamente a iniciativa de Bush e dos seus colaboradores

FAR

9 comentários:

Anónimo disse...

O artigo data de há três dias. Mas está actual. O que prova que os grandes meios de Informação credíveis garantem mesmo uma relação de Confiança. As coisas têem-se envinagrado em Washington. Mesmo a Hillary parece ir votar contra e fazer ondas no Senado. Os protocolos podem arrastar-se durante semanas, atenção !!!!

Leio já também o Wall Street Journal e o Finantial Times, este do grupo do The Economist, que me parece muito bom.

Mas não há nada que chegue ao NYT e ao Truthout.Com. FAR

Anónimo disse...

Grande FAR!
Imparável... na festa, no
fogo, nas palmas, nas canas,
um frenesim!!!
Avanti.

Anónimo disse...

Anónimo: Vocês vão-me desculpar, mas não resisto a invocar(!) esta suprema e pletórica farpa do grande Jorge de Sena:" Nós temos que nos gabar, quando os outros não têem capacidade para isso..." Como tento levar as coisas a sério- como suplicava Georges Bataille- vou seguindo/ ultrapassando diariamente a actualidade mundial. Como os monitores são excelentes e singulares- NYT, N. Yorker, F. Times, TruthoutCom e toda a panóplia francesa- que domino-na-palma-da-mão( e o segredo é esse: dominar qualquer coisa: por que não os pré-socráticos ou Platão?; seguir depois os comentadores e devorar Carl Schmidt ou Maquiavel, ou Castoriadis ou Lefort; e avançar e desmistificar os enredos do poder... totalmente. Isso é que me fascina e anima: como uma bela mulher a despir-se no meu quarto com vista para o Neckar! Salut! FAR

Táxi Pluvioso disse...

"Chegou o tempo da merda
e Portugal se rebola
dando ao cu em farsa lerda
num jogo de mata e esfola".
Jorge de Sena
Para substituir os jornais que são papel e e-lixo inútil deixo o mantra alusivo ao nome de deus: sriram jayaram jaya jaya ram.

Anónimo disse...

O "melhor" jornal do mundo, o NY Times, é desde sempre o "braço armado" do lobby judeu da América. Os democratas só fizeram merda na política externa americana, e neste particular e ao longo da curta mas significativa história além fronteiras da América, os republicanos são uns meninos de coro quando comparados aos democratas. Os judeus são os adeptos mais fervorosos do "quanto pior melhor para o médio oriente", de forma a terem mãos livres para todo o tipo de acções possíveis e imaginárias contra os árabes e palestinianos. As "tradicionais" ajudas americanas a Israel na política interna e externa com os republicanos estão reduzidas a um minímo nunca visto, existindo suspeitas muito fortes na sociedade judia de Israel, que os continuados escandalos em que o PM israelita está envolvido, têm a mão da CIA , que se cansou de "tapar" buracos do tempo em que o PM era ministro e mexia em dinheiro. Também consta que na recente demissão do chefe do estado maior das forças armadas de Israel, foi ventilado que o tradicional apoio dos satélites dos EUA e de outros meios de ajuda bélica não existiram na guerra do Líbano, cumprindo directivas directas do Bush, etc, etc, lixando o "bom" do chefe militar que levou uma roda de incompetente!! O dinheirinho que vai para o Iraque, ia nos bons velhos tempos para Israel para serem como sempre foram, os polícias do médio oriente e ganharem rios de dinheiro com isso, chateando particularmente os judeus e o complexo político-militar daquele pais de fantasias perigosas. Uma retirada do Iraque serve ás mil maravilhas os intentos de Israel. Saem os americanos do Iraque, e os judeus tem o mais do que evidente motivo para bombardear as instalações nucleares do Irão, dando também um empurrão importante para a resolução do problema palestiniano, à maneira deles, claro.

Anónimo disse...

Meu caro Táxi Pluvioso. Reage mal às noções, esboços ou referências que imprimo nos textos. Parece-me que a onda mística(?) o afasta da realidade: o poder são ideias e a luta por conceitos ou paradigmas.O resto são mistificações mais ou menos mal concebidas.O meu pragmatismo é enorme e questiona-se em todas as direcções. Onde existe lugar para tudo, claro, que se englobe naquele tríptico inultrapassável da economia política de hoje, de agora, repito,- Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A que se juntam aqueles postulados da ética da urgência que se batem desalmadamente pelo Belo, o Justo e o Verdadeiro, hic e nunc. O resto são maus sinais porque " só existimos por causa dos outros "( G. Bataille), contraponto ao " Inferno são os outros" ( de Sartre).
Aliàs, a sua prosa vive à base de ecos e metaforas impressos em jornais, blogues ou no indizível do magma da sociedade dominante; Freud:" A sociedade é um crime cometido em comum! ". Tem todo o direito de seguir essa via, mas realize que os outros querem avançar e fazer feliz o maor número de pessoas. Para não serem iludidos nem enganados. Até o recurso a Marx se justifica, hoje.

FAR well, so.

Anónimo disse...

Anónimo das 11.34: Não concordo com a sua teoria sobre o judaismo paradoxal do NY Times. Israel com Olmert virou-se mais para o afrontamento e a sedição do sionismo militante, dai ter o apoio de fundamentalistas como Liberman e outros coriféus extremistas do mesmo calibre.E ser, por isso, bestialmente atacado nas colunas do NYT.

Aquilo que se sabe: Bush quer atacar o Irão e conta com Israel para isso.Por portas e travessas. Mas o partido Democrático parece mais realista e pode fazer escândalo ou arrastar o processo de desbloqueamento de dinheiro para o envio de mais tropas para o Iraque, e o Golfo. Não nos esqueçamos. O envio de tropas é também para serem concentradas nos Emiratos e em mais um porta-aviões.
E para quê?

Agradeço-lhe O SEU COMENTÁRIO, NO ENTANTO. Obrigado! FAR

Anónimo disse...

Este animal mentecapto, autodenominado FAR, consegue, por uma vez, desenhar a sua própria e sórdida silhueta, referindo-se ao Táxi Pluvioso: "...a sua prosa vive à base de ecos e metáforas impressos em jornais, blogues ou no indizível do magma da sociedade dominante;"
-Vá ler, menino, leia muito e particularmente o "Táxi Pluvioso", para lhe extirpar da mente a profusão de disparates e citações temperados com a paisagem do seu quarto, atente-se: "como uma bela mulher a despir-se no meu quarto com vista para o Neckar!"

Anónimo disse...

Esta maltinha é inenarrável e circula em banda. Ululante, anónima e cheia de fel e vinagre.Eis senão quando aparece um defensor do Táxi Pluvioso. Ainda por cima anónimo, o que baixa ao nivel de zéro qualquer posição. Mesmo abaixo, muito abaixo de zéro: toda a gente sabe a que me referi, invocando Bataille e Sartre, só os émulos e guarda-costas do TP é que o desconhecem. Por isso, vá dar uma curva ou aliste-se numa explicadora. Os textos do TP são declinações de noções, conceitos ou argumentos( e afectos), da ordem social reinante e dominante, com ironia ou sem ironia, sr. Joãao da Ega, anónimo apócrifo de muita má fé... FAR