Em 1974, o dia 25 de Abril começou a tomar forma de maneira diferente para todos os que o viveram. Seja em Portugal ou noutros lugares espalhados por esse mundo imenso. Por cá, depois da canção e enquanto os militares tomavam conta da situação, começou em paralelo a caça aos Pides, um "desporto" apreciado nos tempos que se seguiram. Mesmo acossados, ainda conseguiram causar as únicas vítimas mortais da revolução do cravos. Os disparos feitos por agentes da PIDE, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, trouxeram o luto ao vermelho de Abril. No entanto, não impediu que a caça se tivesse espalhado um pouco por todo o lado, colónias incluídas. Mas aos poucos, entre diversos sectores políticos e militares começou a chegar algo parecido com o que hoje se chama Direitos Humanos. Mesmo estando a revolução na ordem do dia, o poder começou a encarar a questão dos agentes do ancient regime de forma diferente. Era o politicamente correcto da época. Os cabecilhas foram levados para o reino que mais tarde seria de Alberto João Jardim, e depois... Copacabana! Estes exemplos da ala reformista caíram mal no figurino revolucionário. Só o tempo e o álcool amenizaram o mal-estar causado na altura. Muitos torcionários da Pide acabaram por não pagar pelo que fizeram, para pena de muitos que passaram pela tortura e pelo degredo. Depois da tormenta, uns acabaram por ficar por cá e outros foram apanhar ar lá para fora. Num balanço final, foram poucos os Pides que amargaram na prisão e pagaram o que deviam à sociedade. E os que ficaram atrás das grades, foi por pouco tempo. Alguém percebeu porquê?terça-feira, 25 de abril de 2006
"Caça ao Pide", um desporto datado
Em 1974, o dia 25 de Abril começou a tomar forma de maneira diferente para todos os que o viveram. Seja em Portugal ou noutros lugares espalhados por esse mundo imenso. Por cá, depois da canção e enquanto os militares tomavam conta da situação, começou em paralelo a caça aos Pides, um "desporto" apreciado nos tempos que se seguiram. Mesmo acossados, ainda conseguiram causar as únicas vítimas mortais da revolução do cravos. Os disparos feitos por agentes da PIDE, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, trouxeram o luto ao vermelho de Abril. No entanto, não impediu que a caça se tivesse espalhado um pouco por todo o lado, colónias incluídas. Mas aos poucos, entre diversos sectores políticos e militares começou a chegar algo parecido com o que hoje se chama Direitos Humanos. Mesmo estando a revolução na ordem do dia, o poder começou a encarar a questão dos agentes do ancient regime de forma diferente. Era o politicamente correcto da época. Os cabecilhas foram levados para o reino que mais tarde seria de Alberto João Jardim, e depois... Copacabana! Estes exemplos da ala reformista caíram mal no figurino revolucionário. Só o tempo e o álcool amenizaram o mal-estar causado na altura. Muitos torcionários da Pide acabaram por não pagar pelo que fizeram, para pena de muitos que passaram pela tortura e pelo degredo. Depois da tormenta, uns acabaram por ficar por cá e outros foram apanhar ar lá para fora. Num balanço final, foram poucos os Pides que amargaram na prisão e pagaram o que deviam à sociedade. E os que ficaram atrás das grades, foi por pouco tempo. Alguém percebeu porquê?
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12 comentários:
Os atenienses reverenciavam os cravos, chamando-os Dianthos, flor de Júpiter, e com eles faziam coroas e grinaldas, durante os festivais, dando origem à palavra 'coroação'.
Devido ao aroma semelhante ao do cravo-da-índia, em inglês são, muitas vezes, chamados gillyfowers, apelido originário da palavra francesa "giroflier" e também dado aos goivos.
Às vezes, os cravos eram adicionados ao vinho e à cerveja para dar-lhes sabor. Mesmo hoje em dia, ainda são conhecidos na zona rural inglesa como flores embebidas no vinho
Olá António!
Eu tinha 15 anos nesse dia na António Maria Cardoso...
O meu pai levou-me, para ver morrer um tempo muito triste.
Não foi um desporto.
O resto está certo. E também eu não entendo porque é que tanta coisa boa não se "cumpriu", como diria o poeta!
25 de Abril sempre!
Também nunca percebi, tanta generosidade. Não se pedia sangue, mas justiça.
Os Pides importantes, a "élite", sabiam demais, e os menos importantes eram uns paus mandados. Estes não sabiam nada. Tal como hoje em Portugal, a Pide tinha uma "classe média" no estado rarefeito. Eram as élites que sabiam, e eram responsáveis, mas e tal como hoje, as élites são e foram uma merda. O país é governado por falsas élites, mais interessada em destruir uma quase inexistente classe média de nível europeu, estupidificar o povo e as instituições, por muito boa vontade e desejo públicos do Engº Sócrates para que tal não aconteça. O conhecimento tornou-se ainda mais centrífugo e não centrípeto. Pides? Julgamentos? Com que fichas e relatórios? Talvez o Putin os ofereça a Portugal quando o 25 de Abril festejar os 50 anos.
Viva Portugal
Viva o 25 de Abril
1-"os poucos mortos da Revolução dos Cravos". Então Luanda, ainda LM, Dili, não morreu ninguém?O Império ainda era Portugês!
2- As secretas são sempre poupadas em qq revolução.Servem qualquer regime. Nem Lenine, nem Samora se atreveram a tocar-lhes. Aliás se o PC, cá, tivesso tomado o poder, ainda cá os teriamos.
Aquilo por Moz, Angola ou Timor tinha a ver com o processo de descolonização, algo que foi uma consequência do 25A e não resultado directo dos dias que se seguiram.
É óbvio que tudo está relacionado, mas aconteceu meses depois destas que tiveram como palco Lisboa.
O efeito de dominó apenas tinha começado...
Não há meio de lhes fazer ver: O processo de independência das colónias levou ao 25 de Abril e não ao contrário. As secretas não são apanágio dos países socialistas e são sempre polícias políticas. Pior do que a impunidade dos homens do antigo regime é o facto de que a grande maioria deles se integrou no novo regime, colonizando partidos da direita ao centro, disseminando subliminarmente a sua ideologia.
Antónia Cossa, você é sonsa ou faz-se? Pergunte, por exemplo, aos americanos ou aos ex-soviéticos, do aproveitamento integral dos ex-nazis importantes no fim da II Grande Guerra, desde a ciência/cientistas, à mais pura e dura polícia política/Gestapo. Carlos Indico está coroado de razão. Não me lixe Antónia. Quanto ás ex-colónias, foram PARTE do problema, para encontrar a solução que foi o 25 de Abril. Podia ter corrido melhor se Portugal não fosse um país de frouxos e de fraca memória.
P.S. - falando de ex-colónias; se o Sr. Guebuza ganhasse menos nas chorudas comissões que cobra por cada negócio/empresa, talvez Moçambique conseguisse pagar a primeira prestação de Cahora-Bassa, que já tem um atraso de vários meses.
Cravos???? Antes o machado!
O machado ou a serra eléctrica?
Esta usa-se mais em assassinatos. Pelo menos nos filmes dos EUA.
Pessoalmente, prefiro a fisga.
É mais freak.
JGUITAR:
"Aquilo" é uma palavra assassina. Tens conciência do horror que desplicentemente afirmaste?
O efeito dominó não começou cá, começou lá, Jguitar.Os militares mandaram-se ao ar, porquê?
Porque cá?
Cá estavam bem todos, excepo o S.Maia e o M.Antunes!
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