O Algarve vai estar este ano em foco nas comemorações do 25 de Abril. A escolha foi da Associação 25 de Abril, que decidiu homenagear os 30 anos de poder autárquico. É irónico. Dava para rir se o assunto não fosse sério. Se há uma região onde o poder autárquico pode ser apontado como um mau exemplo é aquele rectângulo no sul do país. Sendo uma das regiões mais favorecidas pela natureza em Portugal, o Algarve é hoje um amontoado anárquico de prédios, onde os interesses de empresários sem escrúpulos se confundem com o poder local. Ao ver as vivendas Mariani, os prédios tipo J.Pimenta, as casas de luxo em cima das falésias e as construções na areia, dá para se ter uma ideia do que foi a acção do poder autárquico no Algarve. O caos no trânsito automóvel no verão, ou nos feriados ao longo do ano, é mais uma prova da falta de planificação nas últimas décadas. Se hoje se pagam os erros do passado, o futuro não se apresenta risonho. Basta ver com atenção o que se passa na região. Existe uma faixa estreita junto ao litoral onde a construção continua a crescer como cogumelos. E resta um interior que mais parece um filme dos anos 40. A falta de vontade política para planear continua a ser notória, excepto nos resorts de luxo. O dinheiro dos neo-patos bravos ainda é quem mais ordena. Haverá razões para comemorar? O quê? segunda-feira, 17 de abril de 2006
Algarve: o dinheiro é quem mais ordena
O Algarve vai estar este ano em foco nas comemorações do 25 de Abril. A escolha foi da Associação 25 de Abril, que decidiu homenagear os 30 anos de poder autárquico. É irónico. Dava para rir se o assunto não fosse sério. Se há uma região onde o poder autárquico pode ser apontado como um mau exemplo é aquele rectângulo no sul do país. Sendo uma das regiões mais favorecidas pela natureza em Portugal, o Algarve é hoje um amontoado anárquico de prédios, onde os interesses de empresários sem escrúpulos se confundem com o poder local. Ao ver as vivendas Mariani, os prédios tipo J.Pimenta, as casas de luxo em cima das falésias e as construções na areia, dá para se ter uma ideia do que foi a acção do poder autárquico no Algarve. O caos no trânsito automóvel no verão, ou nos feriados ao longo do ano, é mais uma prova da falta de planificação nas últimas décadas. Se hoje se pagam os erros do passado, o futuro não se apresenta risonho. Basta ver com atenção o que se passa na região. Existe uma faixa estreita junto ao litoral onde a construção continua a crescer como cogumelos. E resta um interior que mais parece um filme dos anos 40. A falta de vontade política para planear continua a ser notória, excepto nos resorts de luxo. O dinheiro dos neo-patos bravos ainda é quem mais ordena. Haverá razões para comemorar? O quê?
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6 comentários:
Q regionalização é um caminho para institucionalizar o tipo de gestão dos muitos Algarves que há no país e acreditem que não são poucos.
Pedssoalmente sou contra a regionalização pela razão explicada no texto.
O Algarve é incurável. Só morrendo é que poderá renascer saudável. Eu já não verei.
Eu gosto do Algarve. Há refúgios onde se pode namorar no meio da natureza, onde os autarcas não chegam. Quanto ao resto, está quase tudo estragado. È uma espanholada pegada de turismo de massas.
É de facto trágico e desolador o que por lá se constata. Na tentativa de que o futuro se apresente mais risonho e porque é, a final, dever de todos a defesa do interesse geral (como seja a preservação do ambiente, do património cultural, duma harmónica planificação urbanística) sugiro que, enquanto detentores deste meio de comunicação, se insurjam e dêem inicio ao exercício do direito de p+petição e acção popular, consagrado no artigo 52º da C.R.P.
É claro que estamos no "império dos cifrões", mas a ignomínia e a boçalidade com que tudo é tratado são filhas da mentalidade sebosa de quem manda e da mentalidade sebenta de quem é mandado.
Arquitectos deste país, algarvios, uní-vos!
É preciso preservar o Sotavento oriental e o Barlavento ocidental, onde ainda é possível.
De Lagos a Sagres, de Tavira a Vila Real de Santo António/Castro Marim, é imperativo preservar. É importante poder continuar a apreciar a beleza da Ria Formosa.
O “Sóconstroi” tem que se submeter ao equilíbrio, sob pena de se deitar tudo a perder. Afinal o que as pessoas procuram é a diferença!
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