domingo, 24 de dezembro de 2006

Intriga de Cheney põe sauditas à beira de uma crise de nervos...

O todo-poderoso embaixador saudita em Washington, Turki-al Faisal, resignou e regressou a Ryad. Especula-se muito sobre a doença de familiares ou de grandes lutas de influência entre os dois ramos da dinastia, o clero e os enviados especiais de Dick Cheney...

É a primeira grande notícia da era post Irak Study Group. O vice yankee, Dick Cheney, esteve em Ryad há duas semanas atrás e alarmou o staff político-militar do país mais poderoso e rico do Médio Oriente. O NY Times tinha sinalizado a demissão de um conselheiro do príncipe-embaixador por causa de um artigo publicado no Washington Post, em que era ventilada a hipótese de grandes retaliações sauditas contra o Irão, o preço do petróleo e a guerra civil deslizante entre sunitas e xiitas no Iraque. O Libération conta a história para a Europa.

O back-ground do artigo do NYTimes é um pouco escamoteado, no entanto.Helene Cooper do NYT tinha investigado que D. Cheney foi apalpar o terreno a Ryad, tendo em vista testar as directivas do plano Baker/ Hamilton sobre uma possível retirada das tropas americanas do Iraque. Ora o vice-presidente americano o que fez foi deitar gasolina no braseiro. Em telescopagem um pouco aterradora um dos conselheiros do príncipe embaixador na capital federal USA, avança com um plano de ameaças contra o Irão com bastantes detalhes. Aumento das subvenções das milícias sunitas no Iraque, a queda do preço do barril do ouro negro e a mobilização do clero saudita contra a " carnificina e ultraje " a que está sujeita a larga comunidade sunita no Iraque. Tudo com o propósito da instauração de um grande regime xiita no Iraque, Síria e mais tarde com fortes relações de dependência máxima com o poder de Teerão.

O jornalista do Libé recupera um pouco a história e projecta a grande importância política do ex-embaixador e irmão do MNE saudita, membros proeminentes da facção Faysal da dinastia dos Seoud. A administração Bush/Cheney entrega assim um presente envenenado a Roberto Gates, o sucessor de Donald Rumsfeld. O mau relacionamento político entre as duas capitais, que toda a gente desmente, pode dar alento a uma frente sunita internacional unindo a Arábia Saudita, Jordânia, Egipto que incremente a ingerência militar no Iraque, uma espécie de guerra inter-religiosa que poderia levar a perdição aos campos petrolíferos em toda a região e pondo em perigo a economia mundial.

FAR

Jean-Pierre Perrin, enviado especial do Libération, O Reino Saudita vexado por Washington (20.12.06)

Helene Cooper, NY Times, Saudis they may fund Iraqi Sunnis in war against Shiites (14.12.06)

1 comentário:

Anónimo disse...

A grande paranóia médio-oriental: Objectivo Irão. Grande artigo de Scott Ritter, antigo espião yankee de alta voltagem, com Seymour Hersch, a nata da nata do New Yorker, no blogue mundial de superlativa qualidade- Miguel Esteves Cardoso falava disto na Rádio???-o ThruthOut/ New Politics.

Esta era a terceira versao do textinho que realizei, pois, entretanto meteu-se a festa do Grande Aniversário pelo meio. E as caras lindas e os corpos desejantes fazem-nos esquecer do terrível Ano Novo que Bush e seus muchachos nos podem presentear...Uma partida muito dificil, complexa e multidirecional onde, por mais incrível que pareca, Portugal não manda nada para alterar o Terror. A ver vamos, como dizia o outro!. Salut! FAR