Hoje ao pequeno-almoço dedicava-me a folhear a Dia D, esse orgão oficial do neo-liberalismo tuga- e uma revista com uma pluralidade de opiniões estonteante- quando paro num artigo do Insurgente André Abrantes Amaral. Para além das banalidades habituais, algo houve que me chamou a atenção (e já não é a primeira vez que vejo estas tolices): a dado momento, AAA escreve esta pérola: "Hoje, que vivemos atolados no socialismo...", aliás, um dos seus temas preferidos, o de que, contra todas as evidências, viveremos não no capitalismo, que não passa de uma fachada à Potemkin, mas no pérfido socialismo que manipula por trás da cortina. Isto seria uma anedota, não fora esta opinião excessivamente repetida começar a fazer escola, como acontece habitualmente com as mentiras ditas demasiadas vezes, pelo que desta vez resolvi levar a coisa a sério, e perguntar ao AAA, perguntando-me e perguntando-vos:
- Faz alguma ideia do que é o socialismo e do que os socialistas defendem?- É política de um estado socialista liberalizar os despedimentos e destruir as garantias laborais?
- É política de um estado socialista privatizar bens essenciais dos cidadãos?
- É política de um estado socialista reduzir apoios à cultura?
- É política de um estado socialista introduzir custos cada vez maiores aos cidadãos em áreas como a educação e a saúde?
- É política de um estado socialista aumentar a idade da reforma e reduzir o valor destas, enquanto mantem elevados benefícios fiscais aos PPR?
- É política de um estado socialista manter elevados benefícios fiscais à banca e não taxar os movimentos de capitais, fazendo do trabalho o grande contribuinte para o Orçamento Geral do Estado?
- Isto que eu acima descreví, há quantos anos vem sendo praticado em Portugal? E o contrário, há quantos anos não é?
- Só porque não se liberaliza com a rapidez que deseja, ou seja, tudo e num instante, acha legítimo concluir que vivemos "atolados no socialismo"?
1 comentário:
Tudo e num instante menos o aborto, claro.
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