" O problema actual da classe política, relaciona-se com o facto de que não se trata mais de governar mas, tão só, de fomentar a alucinação do poder, o que exige um talento muito especial. Produzir o poder como ilusão, é como fazer malabarismos com o capital flutuante e como dançar diante um espelho."
" E se não existe mais poder, é porque toda a sociedade de passou para o lado da servidão voluntária. Esta misteriosa figura, sobre a qual nos interrogamos já desde o séc.XVI, não é mais um mistério porque se tornou na regra geral. Mas de uma forma estranha: não mais com a vontade de se ser escravo, mas com o fito de cada um ser só escravo da sua própria vontade. "
" Forçado a querer, a ser poder, a ser saber, a agir e a vencer, cada um se vergou a tudo isso e o objectivo do político conseguiu consumar-se: cada um de nós tornou-se num sistema jugulado, auto-jugulado, tendo investido toda a sua liberdade na vontade louca de extrair o máximo de si-próprio."
" Por isso, o poder não tem mais sentido, porque não há mais necessidade de o ter para perpetuar esta forma misteriosa que é a servidão voluntária. A partir do momento em que o poder não é mais a figura sagrada, a transfiguração da servidão disseminando-se na sociedade torna imperativo a ambivalência do desaparecimento como função inútil ".
In Cool Memories, I e II, Livre de Poche, Biblio-Essais
FAR
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