O NY Times ouviu Marina em Londres. Assegura que o marido tinha estado no FSB ( ex-KGB) de 1973 a 2000. Tendo tomado partido pelo multimilionário exilado actualmente em Londres, caiu em desgraça, foi preso e teve que fugir com a família...
Marina Litvinenko, engenheira química e professora de dança-ginástica, rompeu o silêncio e deu uma curta entrevista de uma hora ao correspondente do NY Times em Londres,Alan Cowell. Começam a dissipar-se as dúvidas acerca da morte por envenenamento do antigo agente do FSB, conforme perspectivamos em três textos anteriores. Confirma que o marido era oficial do FSB, " por um pouco não se tornou no mais novo general da polícia secreta russa". Só agora se confirmam as hipóteses de ser um agente secreto, portanto. Tinha um " perfil muito calmo e silencioso", conta a esposa que ficou com um filho de 12 anos para criar.
Como tinha sido destacado para a divisão de combate ao crime económico organizado, Alexandre Litvinenko parece ter entrado nos meios económicos dos novos barões-predadores da economia russa no tempo tenebroso de Boris Ieltsin. Por isso, conhece Boris Berezovky, agora exilado em Londres, e decidiu anunciar em conferência de Imprensa, no princípio de 2000, que Putin preparava um complot para o assassinar. Foi castigado, preso e perseguido, e sai da Rússia com papéis falsos.
Devido à sua enorme rede de contactos, Alexandre Litvinenko consegue fazer com que a sua esposa e filho o venham a encontrar em Londres, numa acidentada viagem de Moscovo, via Marbella e Istambul. Marina conta ao repórter que, na capital britânica, o marido entra no mundo espesso e trágico dos oposicionistas a Putin e onde pontificavam os homens do multimilionário e investidor, Berozovsky.
2006 marca o crescendo da política selectiva de controlo e perdição de todos os opositores de Putine.Com os meios londrinos se pautam por uma febril actividade oposicionista, o FSB foi atacar no terreno e tentar realizar o trabalho sujo: intimidação, chantagem e atentados pessoais. Litvinenko revela em Julho à esposa: " Eles vão nos matar". Eu não quis acreditar que isso iria acontecer, sublinha a viúva. E, então, a 1 de Novembro último Alexandre começa a adoecer em grau cada vez maior. É internado e morre três semanas depois. O corpo clínico do hospital londrino, acrescenta Marina," disse-me que ele não tinha hipóteses de ser salvo".
FAR
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