" A poesia surrealista é sagrada na medida em que não tem textura. A verdade da poesia moderna consiste em ter privado a poesia de substância. Da mesma maneira que uma coisa não pode ser sagrada, a liberdade não pode estar presa nas leis. O sagrado consome e destrói as coisas, a liberdade opõe-se às leis."
" Como escrever? senão como uma mulher normalmente honesta que se despe numa orgia."
" Imaginam-me sem razão niilista, limitado aos excessos dionisíacos. Estar alerta ao impossível não consiste numa infelicidade (não é também a facilidade ). O para lá da tempestade é a calma do alerta onde principia, na prossecução das rupturas que deseja, a amizade do homem por si próprio."
"(...) em suma, para mim, como para Nietzsche e Camus, o mundo não pode ter pensamentos sem qualidade. Retomo com todo o gosto a frase, desta feita tão nietzschiana, de Albert Camus: " O segredo da Europa é que ela não ama a vida, é por isso que escolheu amar o que existe para lá da vida imediata. Mas a Europa é neste caso o comunismo, cuja grandeza e miséria derivam com efeito da negação do instante presente."
" Uma vez que a destruição, ou o absurdo, soltam e não destroem, a verdade do homem alerta (...). Esta verdade difícil - para o espírito formado pela lógica -em relação com ela (eu ) desejaria afirmar, justamente ,que isso apela para a felicidade do agora ou nunca ".
In Georges Bataille, Les problèmes du surréalisme, tome VII.OC. Gallimard
FAR
Nota Bene: Nesta silly season invernosa, na ausência de grande manancial informativo, jogo com estas proposições sublimes de Georges Bataille, o grande escritor e filósofo francês, contemporâneo de Sartre, mas ainda muito mais radical e indomável.
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