terça-feira, 14 de novembro de 2006

Politólogo adverte para grande margem de manobra de Bush na política de Defesa

Charles A. Kupchan, antigo conselheiro de Bill Clinton e prof na Georgetown Uni. sublinha que a eleição para as duas câmaras do Congresso despoletou um P. Republicano mais à direita e um P. Democrático mais à esquerda

O texto do investigador e politólogo, que pode ler aqui, hoje publicado no Libération, abre caminho a uma crescente onda de análises que se perfilam na Imprensa Mundial e nas revistas da especialidade. Kupchan aplica a regra do realismo: Bush como Presidente guarda substanciais poderes em matéria de Defesa. Mas, frisa " não dita a política estrangeira ". E adianta que Bush, apesar de dar sinais de não impertinência e de ter eliminado Rumsfeld, continua a crer nas" posições belicosas " do vice, Dick Cheney, " e solicitou mesmo ao Senado o prolongamento do mandato de Jonh Bolton, o seu controverso embaixador na ONU ".

" Os democratas não podem contar senão com eles próprios, se tencionarem mudar o curso da política externa ", dispara o politólogo da banda à Clinton. Que recorda sibilino :" Mesmo quando o Congresso estava sob controlo Republicano Bush fazia pouco caso das suas proposições sobre o Iraque, o tratamento dos prisioneiros ou outra qualquer questão que dissesse respeito com a segurança nacional. Não existe nenhuma razão para pensar que será diferente com um parlamento democrata. Pelo contrário, tudo leva a crer que a Casa Branca se mostrará ainda mais intransigente na defesa das suas prerrogativas".

E vai mais longe e atira para cima da mesa com estes tópicos alarmantes: " Os democratas irão que ter de suportar no decorrer dos acontecimentos o mal de não disporem de nenhum plano coerente face aos grandes desafios da actualidade. Se o partido conheceu um grande sucesso na semana passada junto dos eleitores, não foi porque tenha apresentado um programa convincente de alternativas: foi tão-só a consequência de um profundo descontentamento em relação com a guerra no Iraque ".

De salientar, de acordo com um artigo do NYT de hoje, que ao grupo de Estudo sobre o Iraque, composto por 12 elementos, deve apresentar o seu relatório dentro de trinta dias. O Pentágono está a elaborar também um parecer. Parece que os dois documentos se irão fundir. Correm rumores que os democratas tencionam implementar uma estratégia de contenção e reagrupamento, o mais tardar em Março. A abertura de conversações com o Irão e a Síria, hipótese recomendada publicamente por Tony Blair, de modo a quebrar o surto insurreccional no Iraque, esbarra com uma categórica negativa de Bush porque, adianta fonte da Casa Branca, Teerão ainda não admitiu congelar o processo de enriquecimento do urânio em curso.

FAR

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