Um dos maiores politólogos da Europa envia recados directos à direcção
do PS francês e corta cerce o triunfalismo pelo actual estilo " Royal "...
O texto de Emammuel Todd, o politólogo vedeta do êxito mundial das teses sobre o "Declínio dos EUA ", não se deixa enganar pelo barulho mediático ensurdecedor que se formou em torno da candidatura( ja aprovada) de Ségolène Royal como joker do PS para a disputa das Presidenciais francesas, em Maio 2007. No texto que pode ler na íntegra, clique aqui, o iconoclasta politólogo desarma o entusiasmo fácil e falso criado pela eleição no interior do PS, verdadeiras Primárias à americana, do qual saiu vitoriosa uma dama da burguesia média-alta, feminista e independente BCBG( Bom Chique Bom ,Género(Estilo), S.Royal.
" O voto de 21 de Abril 2002, o não à Constituição Europeia, a violência e as manifestações contra o Contrato de Primeiro Emprego (CPE), revelam que só um projecto económico que se afaste do liberalismo selvagem, das deslocalizações, do pesadelo do nivelamento dos salários, lhe permitirá ir ao encontro desse eleitorado ". Porque, adianta, " foi um partido largamento separado da sociedade que designou Ségolène Royal ": " De facto, os três quartos dos votantes nas primárias do PS, revelaram como principal preocupação não as tendências profundas da sociedade, mas única e tão-só o objectivo de assegurar a vitória eleitoral do patrão seduzidos pelas injunções dos institutos de sondagem que asseguravam inelutável a vitória de Ségolène Royal . Ainda por cima os novos aderentes provêem na sua esmagadora maioria das classes superiores- tendência burguesa-boèmia(bobo) ou não - e reflectem muito fracamente a realidade sociológica do país ", frisa ainda.
Todd vem a terreiro pela segunda vez para lançar os seus avisos. O PS tem que servir os interesses das classes populares que sofrem as passas-do-Algarve com o incontrolável processo da Mundialização. Aliás, a vitória entre a direita e a esquerda francesa vai depender da credibilidade com que a Esquerda, na sua forma diversa e diferenciada, se capacitar para responder com projectos concretos aos terríveis flagelos do desemprego estrutural, o rateio da Segurança Social e ao fim do Ensino e da Cultura universalizantes.
" De facto, quem quer fugir da realidade económica activando os valores societais, a segurança e as questões de identidade, acaba sempre, se quer tornar-se eficaz, por designar um bode expiatório, isto é, reforçar Jean-Marie Le Pen ", remata, exortando: " Não podemos excluir o facto de que, extraindo as lições da sua designação, Ségolène Royal venha a comprender o fenómeno de resistência que traduz o voto Fabius e adopte um programa de acordo com tais intenções: Que aceite, em suma, o não-sentido da sua vitória. No fundo, a questão principal diz respeito a saber se ( ela) saberá emancipar-se dos que a fizeram rainha ", conclui.
FAR
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