tarefa poética catorze
as primeiras borbulhas
idade da punheta
do armário
o melhor é esquecer
tarefa poética quinze
a situação não melhora
tarefa poética dezasseis
primeiros sintomas
de melhorar
Po-ética dezassete
as musas
nesta fase
são perfume de água cristalina
e olhar imprevisto
prometem mesmo o voo à beira pele
quando olham
sem o saber
abrem-se em pétalas
e ardem
absolutamente naturais
de intensidade glandular
as palavras
emudecem na boca de quem as cicia
ao vê-las
e caídas de espanto
letras abaladas no seu desenho
pasmam desarquitectadas
apenas as folhas acenam um gesto de silêncios
as pálpebras nestes dias são abertas a sul
e o sal intensamente da vida
branco avermelha
se nos calham entre os dedos
estes pardais crepitando desejos
como frutos levitando
e sumindo
meteoritos lentos de tacto e odores
a vida despoleta-se em granada aberta
f.arom
(continua)
1 comentário:
Uma tabuada de memórias. Parabéns!
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