quarta-feira, 7 de junho de 2006

TABUADA PO_ÉTICA (cont.)

tarefa poética catorze

as primeiras borbulhas
idade da punheta
do armário
o melhor é esquecer



tarefa poética quinze

a situação não melhora



tarefa poética dezasseis

primeiros sintomas
de melhorar



Po-ética dezassete

as musas
nesta fase
são perfume de água cristalina
e olhar imprevisto
prometem mesmo o voo à beira pele
quando olham
sem o saber
abrem-se em pétalas
e ardem
absolutamente naturais
de intensidade glandular
as palavras
emudecem na boca de quem as cicia
ao vê-las
e caídas de espanto
letras abaladas no seu desenho
pasmam desarquitectadas
apenas as folhas acenam um gesto de silêncios
as pálpebras nestes dias são abertas a sul
e o sal intensamente da vida
branco avermelha
se nos calham entre os dedos
estes pardais crepitando desejos
como frutos levitando
e sumindo
meteoritos lentos de tacto e odores
a vida despoleta-se em granada aberta

f.arom

(continua)

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma tabuada de memórias. Parabéns!