segunda-feira, 19 de junho de 2006

O silêncio ensurdecedor de António Oliveira



" O sangue a escaldar não faz o artista, e o champanhe por si só não faz nascer uma obra poética ". Hegel. Esthétique.tome 1.pág.317

Um dos poucos viggies , ou para-viggies, que eu não conhecia, fundador do blogue e inspirado nas horas boas, o António Oliveira, mais um corropio de pseudónimos adjuntos, deixou de escrever no " seu " blogue". Com muita regularidade, qualidade desigual e facilitismo, António Oliveira esteve sempre presente e fez girar a roda da sorte ou do infortúnio do blogue. Por vezes, surpreendia-nos pela maneira como, no texto ágil e habilidoso, conseguia esconder uma ideia batida e mais mal amanhada. Mas estava lá e de atalaia, disparava e seduzia. Queremos que ele volte, que pense na demanda de qualidade que sempre abertamente lhe suplicámos.Tem qualidades e deve aproveitar para se qualificar ainda mais. Escolher o seu terreno- música, efemérides,polémicas históricas- e pegar no PC, ou numa boa Enciclopédia, e desbravar, desbravar. O seu silêncio é ensurdecedor. Não me esqueço do gesto nobre que fez ao multiplicar-se para publicar sem rodeios o texto da defesa de uma dama, Maloud, em quem apóstamos tudo e nos desiludiu apocalipticamente.

FAR

23 comentários:

Armando Rocheteau disse...

Hesitei em publicar este texto. Não queria ferir susceptibilidades.
Mas é um texto estético, que me faz correr o risco.

A Maloud e o António que me perdoem. O FAR também.

Os textos que saem no corpo principal são assinados. A democracia tem coisas destas. Os afectos também.

Livrem-me de São Barnabé!

Anónimo disse...

Mas quem é este tipo para palpitar, CLASSIFICANDO assim publicamente o nosso companheiro de blog? Quem lhe deu o canudo para tal? E o formato de óbito, como estética, é de muito mau gosto!
Armando: não se é obrigado a publicar tudo... a democracia não obriga a alojar todos os cretinos na nossa casa. Não são susceptibilidades que feres, mas sim princípios. Quando voltares a hesitar, conversa com outros amigos, quem sabe...

Anónimo disse...

Aos incautos e mal intencionados: para mim as pessoas são mais importantes que todas as teorias. Mato a cabeça com elas, há muito tempo.Dei ao blogue coisas boas e más. dei sempre a cara nunca me escondi nem arrebanhei ninguém. Penso pela minha cabeça. Apontei a ferro e fogo, teses de Castoriadis, Negri,Deleuze,Bakounine, Blanqui,Debord, Vaneigem, Marcuse, Horkheimer e Adorno, entre outros.Enviei centenas, repito centenas, de artigos de opiniao do Libération, do Le Monde, do NY Times, da New Yorker. Isso, há nove meses. Alvitrei convites, participei a ferro e fogo na compita do "Espectro-blogue " de VPV e CCS. Meti medo, pois claro. Só escrevo ou falo daquilo que sei. Tenho uma altíssima educação estéctica. revelei coisas sublimes do Jorge de Sena, de Bataille, de Artaud, eu sei lá. E , no meio disto tudo, sinto-me bem e só desejo ser ainda mais radical...FAR

Anónimo disse...

Esta odisseia dura há nove meses. Que giro!!!, orrigenda ao texto acima. FAR

Anónimo disse...

Mas que filha-da-putice! Perdão, permitam-me a elevação estética do conceito-mas que filha-da-FARice!
Ao António, aquele abraço, o de todos os dias.

Anónimo disse...

«Tenho uma altíssima educação estéctica». E que tal uma liçõezinhas de português?

Anónimo disse...

Que cretinice...
Como é possível, Armando????

Kane disse...

Com este texto carregado de cinismo e insuportavelmente pedante, FAR, qual “ JPP dos pequenos “, assina o óbito deste colaborador do seu blogue.
Reorientação editorial?

Alguns vêem divãs nos blogues... Mas afinal, não é este microcosmos apenas o reflexo do teatro social em que nos movemos ( em que CADA UM se move )?

Anónimo disse...

O António Oliveira deve continuar. Ele tem grande poder de transmutação. Eu só quiz desbloquear uma cena , pois ele andava a dizer que o blogue tinha virado a direita. Se tinha virado à direita, ele devia explicar publicamente isso. No meu entender, claro. Foi só isso que me levou a quebrar um silêncio perturbador... O que está no meu texto visa só isso, é evidente. Salvaguardei todas as enormes qualidades do António Oliveira. Deus queira que os motivos do seu silêncio sejam efectivamente os que andava a lamentar às escondidas. É que isso não tem justificação de espécie alguma, como é por demais evidente: o António Oliveira engana-se se quer fazer processos de intenção a quem saltou para a frente da barricada na última ronda presidencial.FAR

Anónimo disse...

Feios, porcos e maus...

Anónimo disse...

Um abraço ao Oli. Amélia

Anónimo disse...

Temos bufo?

Anónimo disse...

e quem cala, conssente??

Anónimo disse...

ok, fui apanhada! e eu a pensar q a internet protegia os pobres vilões cibernauticos.. de qualquer forma espero q se resolvam *marta* (filha do "oli")

Anónimo disse...

«Conssente»? Com dois esses???!!! Essa é mesmo radical.

Anónimo disse...

E que tal, já não digo uma enciclopédia, ou a internet, mas um dicionariozinho de vez em quando? Há em FAR um-não-sei-quê de etílico na sua escrita, que me deixa a ferro e fogo apocalipticamente muito fónix! Compreenderam?

Anónimo disse...

Mister Jó: Não se perca em pormenores. Não reparou que usei afínico... no texto sobre o Debord, o livro que tinha comprado 24 horas antes numa cidade da Alsácia. O que interessa é avançar bem e com humor- e bons feelings. O resto são cantigas de embalar... madonas, agora no Verão.Elas podem é fugir... com o primeiro banhista que toparem no horizonte.... FAR

Anónimo disse...

DEBORD, in PANÉGYRIQUE: " Em toda a minha existência, não assisti senão a tempos confusos, a extremas dissensões na vida social e imensas destruições: envolvi-me nessa agitação" . É um dos livros capitais do famoso imprecador, publicado um ano antes da sua morte e na Gallimard.Vem lá a amostra de todos os seus doutos vícios: " leu muito, mas bebeu demais"- especialmente os vinhos europeus das DOC. Admirava como escritores Cravan, Rimbaud, Chateubriand e Shakespeare. Tem notas de uma inteligência mortífera
: Em toda a crítica estratégica, o importante é posicionarmo-nos do ponto de vista dos actores; é verdade que isso é muito difícil amiúde ". E esta, no sentido em que VPV diz que é inevitável falar do " dia do cão " ou do mais novo filhote de MM Carrilho," pode-se dizer que eu sempre amei as mulheres estrangeiras. Elas vieram da Hungria e da Espanha,da China e da Alemanha, da Rússia e da Itália, as que me deram tanto gozo". E, sem medo algum, confessa: " Amei o que está para lá da extrema bebedeira, quando se ultrapassa esse patamar:uma paz magnífica e terrível, o verdadeiro gosto da passagem do tempo". Salut!FAR

Anónimo disse...

Corrigenda e um pot-pourri final-" Leu muito, mas bebeu mais ainda"... Esta tradução é mais correcta, se bem que o sentido não seja muito afastado com demais. Beber demais, mas só do bom: são estímulos para um acordar triunfante! Oh, como eu me lembro da magnífica enoteca da "Triunfante" do Conde Barão, perto da Rua da Boavista, a caminho de S. Paulo praça, onde encontrei uma alemã já bêbada ao meio-dia junto de uma tasca tipo-eduardinho. E o tio da MMG com as prostitutas no velho grill do io Grande... E a Leonor Coutinho a desandar no restaut. das vieiras de-que-me-esquece-o-nome...Avanti-FAR

Anónimo disse...

Oh FAR, como é possível alguém ser tão chato. Ao pé de ti, não é necessário tomar nada para dormir. Atira-te da ponte .

Anónimo disse...

Grandes doidos ... deixem-se de cenas fatelas e voltem-nos a dar a qualidade à qual nos habituaram neste BLOG.
uOLI nunca saiu, creio sim e permito-me acreditar que por bem, tenha de certo relevado a sua pachorra e aberto uma vaga para que alguém se tentasse fustigar com as cretinices que têm sido "postas" como respostas a certos e determinados conteúdos de valor a que uOLI nos habituou.
Muito simples Joes, rearranjem o abeçalho dos "donos" deste fan-tás-ti-co BLOG e devolvam-nos o pigarrear com que ficávamos no final de cada "post".
Deixem-nos voltar a raciocinar e não nos tentem atrufiar ainda mais do que o que já somos obrigados com tanta fanFARranice.

Abreijos,

PANDA

Anónimo disse...

" A nova beleza será De Situação, isto é, provisória e vivida "- Debord
Fernando Isidro, Acha eu que não devia interpelar, com amizade e educação, a postura ideo-caligráfica de A.Oliveira? Cometi algum crime? Quando a minha intenção cristalina e única, era e é, ajudar a qualificar o blogue. Eu acho que o blogue não tem proprietários, strito senso, mas programadores. Ou querem impôr a "paz armada" dos patrões e servos?!? Quem é que quer viver preso a estigmas novecentistas que disfarçam cada vez pior o sectarismo e miopia venais das ideologias cripto-estalinianas?
Em nove meses, visitei o blogue mais de 10 mil vezes, se bem faço as contas. Apresentei estruturalmente os vícios e as qualidades da Imprensa francesa, em particular, e da norte-americana,em geral e em crescendo. Só faltou falar da NY Review of Books.E quanto à teoria política e estratégica essenciais é, só, muito simplesmente consultar os arquivos.Nele se vê quem desfez equívocos e, sem postura dogmática ou impertinência sado-masoquista,fez luz sobre questões essenciais e decisivas para nos sentirmos mais livres e felizes.
FAR

Anónimo disse...

Ah Ah Ah! De cada vez que venho a este blog devo confessar que dou umas boas gargalhadas. Os "bloguers" deste blog não fazem mais nada que criticar, classificar, desclassificar tudo o que posso de alguma forma ser (des)classificado. Agora, que alguém se atreve a criticar um dos bloguers, pedem canudos que justifiquem esse atrevimento!
eu apoio o rocheteau: este blog não tem nada que ser um clube de bajulação entre-amigos, há-que expor tudo e abrir as portas ao debate.
no entanto, às vezes, ou mesmo na maior parte das vezes é o contrário que acontece: intrigas, rupturas entre amigos, tomar partidos, glorificar toda e qualquer pessoa que faça parte do grupo, mesmo que esta apenas faça um singelo risco num papel. às vezes faz-me lembrar um recreio da primária e sinceramente, aquela postura do "se não estás comigo, estás contra mim" já farta um bocadinho, principalmente porque a maior parte das pessoas que frequentam o blog já têm idade para terem juízo (menos eu, é claro). oh well...