um
misture perfume de cidreira
com um pouco de pó de estar calado
mexa com o olhar
e desacelere
dois
da canela
um cio de dedos
dos beijos
dois
em papel de seda embrulhados
ponha a marinar em sais de azul
e desmorda os beiços
três
dois mais um silêncios
bem atados
por fios cor de cobre altaneiro
HO2! OH!
ligue a ficha do instinto
salive q. b.
e raspe de uma nuvem mais à mão
um pouco de rosa tardio
não acrescente açúcar
quatro
pão
pô-lo migado para dentro de um perfume de coxas
cheire quatro vezes
lamba dois olhares por entre os seios
e prove mesmo
ponha um pouco de salsa
e acorde definitivamente
cinco
pegue em um bom litro
de transparentes desejos
filtre um pouco de amor
temperado com assobios de pássaro
remexa ao ritmo de um compasso coxo
e sirva
coberto de rosas ardentes
seis
seguidas rosas
num alinhamento vermelho
sob o muro branco escondidas
como saias sem roda
mais outro tanto
de paus feitos
e obterá um rebanho
o amor perfeito
é branco
incontinente
e cabe na palma da mão
como o destino pintado ao meio de um amarelo em flor
são esses os rios que correm
para um delta inconhecido
e é aí nessa fertilidade ampla das marés
que se dá o milagre
ou antes
a coisa
e a coisa é
um estático poente estriado
de rosas e azuis caçado na rede furada das borboletas
f.arom
Sem comentários:
Enviar um comentário