Os gajos, todos de preto, no desfile. Peço desculpa por me intrometer nos temas do Jocélio. Os gajos, dizia eu, todos de preto, lamentavam a perda dos direitos adquiridos.Machimbombo alugado e todos de preto. Choveu e o tempo está para pontes, não para manifestações de rua. Bem, continuando, lembrei-me dos meus tempos de Secundário. Que saudades! Fui parar a uma vilória italiana ao abrigo de um programa comunitário, tipo Comenius. O gozo que me deu tocar num órgão do séc XVI. As tias, tipo Cascais, profes acompanhantes, de Inglês, com pechisbeques penduricalhados ao pescoço, maravilhadas com a minha performance e com as minhas descrições da construção barroca da igreja. Vantagens de quem tem um pai com namoradas arquitectas e que percebeu o papel da música na educação. Quinze dias de cultura clássica, com uns empatas a acompanhar. Finda a visita de estudo, na volta, a dura realidade. Fui penalizada! Por tudo. Por viajar em período escolar. Por não estar em momentos de avaliação da minha turma. Certamente pela inveja que a parolada vota aos estrangeirados. Quinze dias fora, mais nome e apelido, suscitam isso. Baixaram-me as notas. Mas queixas do sistema têm os desgraçados que não chegam ao Secundário. Pobres vítimas, que não têm tias, num sistema formatado para brancos, bétinhos e de classe média. Eu se fosse prof vestia-me de preto. Todos os dias.
Josina MacAdam
5 comentários:
A igreja era para aí do séc XVI , o orgão em que toquei mais novo.
O Gustavo, com a sua vivência histórica, poderia esclarecer-nos.
"Your future depends on your dreams"
So go to sleep
Josina, eras mais NOVO?
Caro anónimo. Era pouco mais nova. A Eduarda é que é do tempo dos faraós. És desse tempo? Nada de confusões!
Questões de português. O orgão em que toquei era mais novo. Eu, feliz ou infelizmente, sou mais nova. As minhs desculpas ao anónimo das 9:41 PM
Enviar um comentário