Por Antonin Artaud
" Existe em toda a poesia uma contradição essencial. A poesia, é a multiplicidade dilacerada e que projecta chamas. E a poesia, que restaura a ordem, ressuscita, de início,a desordem, uma desordem com aspectos inflamados; e entrechoca aspectos que reduz para um ponto único: fogo, gesto, sangue, grito.
Projectar a poesia e a ordem num mundo onde a próxima existência é um desafio à ordem, é recuperar a guerra e a permanência da guerra; é recuperar um estado de crueldade aplicada, é suscitar uma anarquia sem nome, a anarquia das coisas e dos aspectos que despertam antes de cairem de novo e de se fundirem na unidade.Mas aquele que desperta esta anarquia perigosa transforma-se sempre na sua primeira vítima ".
( OC. A. Artaud, Héliogabale ou lánarchiste couronné, T.VII )
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