Acabei de ler a monumental biografia de Mao. Espantoso como a Ana, a Maria José e o Zé Manel nadaram,tão tarde, naquelas águas. Que reconhecidos devem estar à nossa democracia burguesa. Devem, no entanto, sentir remorsos quando vêem um pardal. Se o marxismo, com a sua canga de despotismo asiático, revela na prática a natureza sinistra do pensamento m-l, o combate às pragas mostrou o seu lado hilariante. Pelo que me contaram, e aqui vai mais uma história, em Moçambique os m-l portaram-se com outra elevação. Alguns alcandoraram-se a postos na secreta. Aí o modelo era eclético. O estilo o dos policiais americanos à mistura com métodos dos "killing fields". Um dia um jornalista apanhou boleia de um amigo das forças de segurança. Entrou numa bruta máquina com matrícula da África do Sul. Parcaram dentro do pátio de um dos locais de detenção dos contra-revolucionários. "That's my car" gritou da janela, com grades, que dava para o estacionamento, um sul-africano. "Your car?", responde o super-polícia saindo do carro, ajeitando o coldre. "Our car!" concluiu. A justiça revolucionária e o colectivo salvaguardados. O jornalista, que me contou a história, é hoje, na América, uma voz dela. O "Dirty Harry" da revolução está reformado, em Portugal, a gozar dos proventos das malfeitorias. O sul-africano onde estará? Aposto em três sítios: Austrália, Nova Zelândia ou Moçambique. Em Moçambique, caso tenha sobrevivido ao trauma, será um machambeiro com coutada privada?
Josina MacAdam
1 comentário:
Muita água no bico!
Recordo-me de algo.Mas houveram muito mais insanidades que esta.
P.ex: o Zeca Russo.
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