sábado, 18 de fevereiro de 2006

Cartoons: Polémica chega a Moçambique

M a p u t o, 17.02.2006
S A V A N A, semanário independente

Vários muçulmanos moçambicanos manifestaram-se sexta-feira contra a publicação das caricaturas do profeta Maomé no jornal moçambicano Savana, em Maputo. Este protesto inédito em Moçambique, surgiu depois da edição de sexta-feira do semanário ter saído para as bancas e vendas de rua, e muitos muçulmanos se terem confrontado com as polémicas caricaturas nas páginas do jornal. Os desenhos indignaram os sectores mais conservadores e radicais islâmicos da capital moçambicana.
Durante três horas, vários responsáveis da comunidade muçulmana e seus apoiantes, concentraram-se junto às instalações do semanário, para mostrar o seu desagrado pela reprodução dos cartoons. Alguns acabaram por provocar distúrbios, partindo vidros e vasos no pátio do jornal.
O director do jornal, Kok Nam, disse aos líderes muçulmanos que "se quiserem que nós peçamos desculpas tudo bem, pedimos desculpas, mas isso é um acto forçado". No entanto, os líderes muçulmanos presentes no encontro anunciaram de imediato o cancelamento de publicidade no jornal. Não houve de actos de violência a registar.
As caricaturas de Maomé foram publicadas em Setembro passado pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten, mas só nos finais de Janeiro é que a polémica se espalhou nos países árabe e na comunidade islâmica um pouco por todo o mundo.

13 comentários:

Anónimo disse...

Não estamos na idade média.
Pela liberdade de expressão.

Anónimo disse...

Aqui, em Moçambique, no mundo, o combate é pela liberdade de informação, de opinião, de expressão.
Um forte abraço de solidariedade para Kok Nam.
A religião é mesmo "o ópio do povo".

Anónimo disse...

Gostei do arco-íris:
Um soba chinês, rodeado de pretos, a explicar a um pardo o conceito de liberdade de expressão.
Oh Kok, só tu é que acreditas que podes "abrir" a cabeça a um "iluminado" que prefere morrer a beber vinho.
Grande Kok Nam (saravá!) deves é avisá-lo de que já não há virgens no Paraíso e que os jardins perfumados foram à vida com a seca.
Até ouvi dizer que a coisa está tão bera que Alá pensa mudar-se para o Éden de Deus.

Anónimo disse...

Se não fossem os cartunes era outra coisa qualquer. Felizmente que em Moçambique as manifestações são quase espontãneas. Na Siria, no Irão, na Libia,etc, só acontecerem como no tempo do nosso Saudadoso António Salazar. E são assim tantos? Não serão oportunismos pessoais de poder localizado ?Para mostrarem aos Chefões da A.Saudita que levantaram a cabeça relativamente aos Estados Africanos?

Anónimo disse...

Poemas dos «Rubaiyat», de Omar Khayyam, maometano, poeta, matemático e astrónomo (fez a reforma do calendário muçulmano):

«Busca a felicidade agora, não sabes o amanhã
Apanha um grande copo cheio de vinho,
Senta-te ao luar e pensa
Amanhã, talvez a lua me procure em vão.»


«Alcorão, o livro supremo, pode ser lido muitas vezes,
Mas ninguém se deleita sempre com as suas páginas.
Num copo de vinho está gravado um texto de adorável
Sabedoria que a boca lê, cada vez com mais delícia.»

«Não vamos falar agora. Dá-me vinho. Nesta noite
A tua boca é a mais linda rosa, e me basta
Dá-me vinho, e que seja vermelho como os teus lábios;
O meu remorso será leve como os teus cabelos.»

Anónimo disse...

Isto está bom ! O NY Times tem publicado três artigos de Opiniao por dia.Um dos melhores -o de Robert Wright - " Actually, we know what this is about " ( 18/19 Fev), tecia judiciosas consideracoes sobre a dialéctica entre a censura e a auto-censura, professando a tese " A confusao do editor dinamarquês consistiu na mistura entre censura e auto-censura. Nao só nao sao a mesma coisa- a segunda é a que nos permite viver numa sociedade diversa e conscienciosa sem a influência da primeira(censura); para conservar a censura fora do espaco social público, nós usamo-la no espaco das confissoes religiosas ". Entretanto, a China prepara-se para produzir o carro " limpo " e com 16 válvulas que a BMW e a Mercedes abandonaram no atelier de pesquisa nos arredores de Xangai. Assim se faz a história.FAR

Anónimo disse...

Perfeitamente evitavel tal iniciativa da direccao editorial do Savana. A reaccao era previsivel. resta saber a quem serve tamanha infantilidade. Enquanto uns berram e barafustam contra a utilizacao dos simbolos sagradas e outros clamam pela liberdade de expressao, alguem, nos dois lados da barricada, se está a rir e a esfregar as maos de contentamento. Ambos se guiam pela cartilha do Joseph Goebbels

Anónimo disse...

Acho que a direcção do Savana deveria ser mais firme. No fundo, se eles queriam garantir fundos vindos da publicidade, sabiam o que tinham a fazer.
Ao avançar como um jornal que tem a obrigação de informar sabiam também quais as consequências.
Neste caso a única saída é: never give up.
Se o jornal já travou lutas mais arriscadas, porquê esta hesitação?

Anónimo disse...

A Direccao da Associacao de Empresas Jornalisticas de Mocambique (AEJ) congratulou-se, hoje, com o pedido formal de desculpas do semanario "Savana" `a comunidade muculmana, depois que aquele jornal independente reproduziu, Sexta-feira, as polemicas caricaturas do profeta Mohammed (Maome).
"A liberdade de imprensa e de expressao 'e um direito constitucional dos media e dos cidadaos mas, no caso em apreco, e tomando em conta as consequencias ja evidenciadas noutras partes do mundo, era de se prever consequencias que adviriam", diz a AEJ numa nota de imprensa hoje distribuida em Maputo.
Está feito, portanto. Agora pergunto de novo: Quem ganhou com esta infantilidade????

Anónimo disse...

PATÉTICO...

AnadoCastelo disse...

Meu Deus, será que as pessoas não entendem que se não tivessem posto achas na fogueira o artigo passava despercebido e ninguém falaria nele??
Quanto mais se mexe mais cheira mal. Como diz o meu vizinho de cima:
PATÉTICO

Anónimo disse...

Que um Ministro dos Negócios Estrangeiros defenda determinada posição compreende-se. Que comentadores deste blogue defendam a censura é patético. Como compreensível, se bem que patética, foi a posição do director do Savana, para não falar da posição tomada pela AEJ.
Com Samora vivo não acredito que a comunidade islâmica se manifestasse.

Anónimo disse...

Bak:
Com Samora não existiam as liberdades de manifestação (fora do controlo partidário) e de imprensa. Logo,a comunidade islâmica não se manifestaria e o "SAVANA" não existiria.
Um abraço