segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Contos do Ano Novo .7

Andam eles nas Escolas, agora, a falar de monotorização e de avaliação. Mudança de paradigma? Modas europeias? Desejo socrático? Num país em que se diz no meu tempo é que era? Daqui a pouco estamos a falar dos velhos do Restelo, como contraponto à deriva da educação. Nisso, eu e o meu pai, não renegamos a herança de Marx. A Escola reproduz. A de antigamente era odiosa. A de hoje, de massas e para gente com massa. A horrível classe média. É de toda a gente, embora formatada para betinhos brancos. A nossa democracia representativa pressupõe a participação. Está quieto que aqui a malta é de exigências. Um médico, uma enfermeira, um prof, uma habitação por cidadão. Está na Constituição. E claro, Viagra para a velhada, com comparticipação, doutra forma erecção só para os ricos. E aqueles, os profs, que deveriam ser o farol da modernidade, que pelintrice! Fazem chás tupperware, vendem livros na sala de convívio, lêem Bolas e Marias, publicitam explicações, inauguram campanhas Yves Rocher e Herbalife, vão a concursos na televisão. Tudo rendido à globalização selvagem, ao mercado. A democracia tem costas largas. Este estado de coisas tem que ver com Inquisição, com salazarismo, com marcelocaetanismo, com cavaquismo, com tratar das vidinhas. Mas porra! Profs! Please! Tomem banho, lavem a trunfa. Sejam exemplares! Não precisam de perfumar os genitais. Ciao.

Josina MacAdam

6 comentários:

Anónimo disse...

Cara Josina,

Compreendo o seu estado de alma ao ver tanta pelintrice nos seus professores. Como as coisas mudaram...Para sobreviver, é preciso 1001 formas engenhosas. Mas olhe que isto não acontece só aos professores.

Quer um conselho? Ingresse numa qualquer Juventude Partidária. Será seguramente melhor investimento que qualquer aquisição de saberes.

Anónimo disse...

A educação só será educação quando for um berço de igualdade.

Anónimo disse...

Há aqui uma confusão nestes contos. Nos primeiros parecia uma mulher, a Josina, a escrever, mas nestes dois últimos parece mais um adulto, um homem, penso que o pai. Porquê? Será que este a raptou? Ela está em perigo? Foi obrigada a usar o véu? Ou não passou de um fetiche machista? Alguém que me esclareça.

Anónimo disse...

Caro anónimo,
Tudo é aparência.
Pensava eu que a liberdade literária permitia a mudança de perspectiva. Enganei-me? E se eu escrevesse um conto ... contado à maneira da minha cadela ou da parede de casa de meus avós? Aumentaria a confusão?
Esclarecido? Sempre pode frequentar um curso de escrita criativa.
Beijinhos.

Anónimo disse...

Josina. Você é um travesti, decisivamente. Só alguém que reage dessa forma tem algo a esconder. Nem sempre a melhor defesa é o ataque e às vezes é melhor estar calada. Agora descaiu-se. Assuma-se e passe a chamar-se Gorretti. É engraçado e tem um charme que dá para os dois lados. Coragem. Tem o meu apoio.
Lilly

Anónimo disse...

Lilly,
Vá dar uma curva!
Travesti era a sua avó e a Lilly até nem se sai mal. Assuma o Gorreti como apelido.
Ciao.