Um agente da PSP de Setúbal suicidou-se em frente ao Comando da PSP local, ao saber que, apesar de cumpridos os 36 anos de serviço que lhe permitiam o acesso à reforma pela lei actual, devido à nova lei teria de trabalhar mais nove anos, até cumprir 60 anos de idade, o novo limite mínimo. Segundo a notícia acima linkada «desferiu um tiro de caçadeira na cabeça dentro da sua viatura particular, dentro da qual deixou uma mensagem escrita, onde referiu, entre outras palavras: “adeus reforma” e “adeus amigos e camaradas por tudo o que fizeram por mim”.» Um acontecimento lapidar e reflexão obrigatória para aqueles que adoptaram o discurso da culpabilização dos trabalhadores pela crise, esquecendo-se que para lá do défice e das contas públicas há dramas pessoais, vidas destruídas ou projectos interrompidos. E para quem, confortavelmente sentado numa cadeira giratória num qualquer gabinete, vivendo num condomínio fechado, frequentando sempre as mesmas zonas "seguras", não faz ideia (ou não quer saber) do que é o trabalho de um polícia, de um operário industrial ou da construção civil, de um bombeiro ou condutor de ambulâncias. Onde está a discriminação positiva em relação a estas profissões de evidente e indiscutível desgaste rápido como as acima citadas? Ou apenas há discriminação positiva para gestores públicos-políticos? Ah, mas já me esquecia: "é o mercado", como dizia Mira Amaral quinta na SIC Notícias, e "se as empresas públicas querem ser competitivas tem de pagar o mesmo que os privados", aos Varas, Celestes, e ao próprio Mira Amaral, bem entendido.
4 comentários:
Há uma imprecisão na noticia do CM.
O homem tinha 51 anos e não tinha ter 36 anos de serviço.
Tinha, sim, tempo suficiente para uma pré-aposentação, contando com as bonificações específicas para a PSP e GNR. Com isso, e segundo as associações sindicais, tinha mais do tempo requerido.
O Comando da PSP de Setúbal nega, no entanto, essa possibilidade.
A recusa da pré-aposentação foi decidida por uma junta médica, há muito pouco tempo.
Se por acaso a resposta tivesse sido positiva, não era abrangido pela actual lei, que entrou em vigor há dias, e obtinha uma pré-reforma plena.
Um suicídio é sempre algo dificil de abordar. Porque está sempre associado a uma forte carga emocional, e é uma opção solitária e intíma.
Por isso as abordagens qt a culpados têm de ser sempre muito cuidadosas. Porque nunca se tem toda a história, uma vez que quem a poderia explicar em detalhe e profundidade, já cá não está para a contar.
Correcção da 2ª linha:
(...)
O agente de 51 anos não tinha 36 anos de serviço.
(...)
O Dr. Mário Soares, apesar de ser um bom candidato à Presidência da Républica, devia dar o exemplo, e aposentar-se ou reformar-se da vida activa na politica. Ao ser candidato está de certa forma e passe o eventual exagero, a sancionar a politica deste governo. Os portugueses já têm uma vida tão monótona e desintressante, não falando das dificuldades de diversa ordem aos mais diversos níveis, que a reforma numa idade decente era de certa forma um incentivo ao trabalho, um "catalisador" para a vida do "dia a dia", e alcançarem este estágio da vida o melhor e o mais rápido possível. Realmente como o meu caro André diz e bem, sobre "Varas", "Miras Amarais", "Bancos de Portugal", etc, significa que a classe dirigente está-se pura e simplesmente borrifando para os problemas dos "outros", que são 99% da população, e quando continuam a ter tempo de antena, pior ainda, para dizerem o que é inarrável em qualquer pais civilizado....Perderam a vergonha toda...., com a cumplicidade de toda a máquina de marketing da politica, e alguns jornalistas incluídos. Quanto ao suicídio, estou de acordo com Sr.Jguitar, quando tece considerações sobre o suicídio, e as grandes reservas que todos devemos ter sobre as reais motivações.
Um gajo já não se pode suicidar que a culpa não seja do Eng. Sócrates?
E desde quando é que malta da esquerdalha faz links para o Correio da Manhã e chora a morte de polícias?
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