
«Na aristocracia grega, todas as palavras que designam o homem do povo, (os não cultos, isto é, os que não falavam o grego) , enfim estas palavras acabavam por se tornar sinónimo de "infeliz", de "digno de pena". É preciso lembrar-se por outro lado de que os vocábulos "mau" "baixo", "infeliz", tinham sempre ao ouvido grego uma totalidade em que dominava a matiz "infeliz" (...) homens completos (...) necessáriamente activos não sabiam separar a felicidade da acção - neles a actividade era necessáriamente atribuida à felicidade (...) Tudo isso está em profunda contradição com a "felicidade" que imaginam os impotentes, os oprimidos, os esmagados pelo peso dos seus sentimentos hostis e venenosos, entre os quais a felicidade aparece sobretudo sob forma de entorpecimento, de repouso, de paz, de "sábado", de relaxamento para o espírito e o corpo, em resumo sob forma passiva.»
Friedrich Nietzsche in Genealogia da Moral
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