quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Conselho de Turma

Participação da prof.: "O aluno, (...), amandou-me para o caralho".
Participação do aluno: "Mandei a prof., (...), para os orgãos genitais masculinos".
Um abraço para o aluno!
As participações feitas pelos profs. passaram a ser preenchidas num impresso com cruzinhas. Os alunos vão escrevendo como aprenderam.

8 comentários:

Anónimo disse...

yha maningue nice.....e tu Armandinho lembrate kuando eras um aluno bonzinho???
Vigi

Armando Rocheteau disse...

Joe,
Lembro-me do tempo em que era aluno. Numa escola do tempo do fascismo.
Vi, muito novo, "Les quatre cent coups".
Vi, já mais velho, o "Rumble Fish". Tive sorte de ter tido grandes professores no meu Liceu. O Dr.Adalberto de Azevedo, numa fase, o Dr.Cansado Gonçalves, noutra. Entre vários outros.
Com o apoio do Prof. Dr.Salazar Ferro, como explicador, um amigo de família, consegui nota nas provas de aptidão à Universidade.
Hoje a escola, falando dos docentes, é mais medíocre. Mas, para o mundo, é mais democrática.E é incomparavelmente melhor.
Fiquei marcado pelos mestres e pelo sistema.
Nunca fui bonzinho!
Voltarei ao tema.
Abraço.

Anónimo disse...

E que tal voltar ao tema, e falarmos do Heliodoro Sebastião Frescata ? O Professor e o Homem que mais gerações marcou em Moçambique, mesmo no tempo do fascimo? Caro Moçambicano, o fascimo e o ensino em Moçambique, pelos deixou-lhe boas marcas, porque as escolas,liceus ou universidades, existentes em Portugal são tremendamende enfadonhas, produzindo alunos que nem sabem ler e escrever, e com a mania que sabem tudo. Uma maçada maçadora. Pior ainda, não se encontram os " Frescatas", "Cansados Gonçalves", etc, etc, nesta "nova escola" nascida com o "25 de Abril. Professores, que os meus filhos já nem se lembram como se chamavam no ano seguinte. É estranho, se puxar pela cabeça ainda me lembro de todos desde a primária ? Porquê? Será realmente incomparávelmente melhor? Está a fazer algum frete a sua clientela democrata? Também sou democrata e anti-fascista, mas a " César o que é de César "! Quanto ao Fescata, fica o desafio aos responsáveis deste Blog, que me parecem com fortes ligações a Moçambique e a LM. O Fescata merece tudo. Marcou-me. "Qualquer facto histórico, transporta no seu seio, o embrião do facto histórico seguinte ". Saudades.

Armando Rocheteau disse...

Caro anónimo,
Voltarei a falar da Escola. E, do meu tempo de escola. Permitam-me que o faça só depois de Agosto. Férias são férias.
Saúdo o anti-fascista e democrata que há em si.
Hoje a Escola é democrática. No seu tempo de Liceu não era. Depreendo, pelas suas palavras, que frequentou o Liceu Salazar. Quando olhava para os seus colegas, quantos é que não pertenciam à "elite colonial"? Respondida esta questão perceberá a abissal diferença que há entre o seu Liceu e hoje qualquer Escola Secundária da rede pública. Juntando isto às mudanças que entretanto aconteceram, sempre passaram uns aninhos, não admira que encontre mais algumas diferenças.
E falámos dos bons professores que tivemos. Certamente não nos esquecemos das cavalgaduras. Há-as hoje, como havia no seu tempo de Liceu. Porque em democracia, causam hoje menor dano.
Sem demagogia, gostava de lhe dizer ainda que, penso que os meus filhos vivem num mundo melhor. A Escola, felizmente, não tem o mesmo peso. A comunicação também se faz, por exemplo, por esta via
Voltarei a isto como prometi,
até lá fique com um abraço.

Anónimo disse...

Caro Armando Rocheteau, o(s) tema(s) em questão davam para fazer um Blog, e gostaria de lhe desejar umas excelentes férias. Só lhe queria deixar um " post it " nos seus apontamentos, para não se esquecer quando voltar de férias e "atacar" neste assunto interessantissimo, e que é o seguinte:
- Penso que chama " élite " aos brancos, porque no liceu encontravamos os meus estratos sociais que encontramos sociais que em Portugal, desde do filho do mecânico de automóveis assalariado, aos filhos dos governadores gerais que por lá iam passando.
- Olhando para as suas palavras sou " forçado " a concluir que só as " élites " têm memória, porque apesar de todos inegáveis benefícios do fim do fascismo e da superioridade da democracia, hoje as memórias são por demais "voláteis". Tenho filhos, e conheço os amigos dos meus filhos. É de bradar aos céus!
- Quanto ás "cavalgaduras" tal como as conheciamos, e é óbvio que as tinhamos, mas hoje nas escolas, nem isso encontro. Até era um bom sinal! Sabe porquê? Porque hoje só vai para professor, ( atenção que há honrosas excepções, não meto TUDO no mesmo saco ), quem não consegue ter outra profissão na vida, o que torna os professores o personagens amorfos, monótonos e desinteressantes, a roçar o mercenarismo, que tanto faz que a " água corra para cima, como para baixo ". Caro Sr. Rocheteau, boas férias, e uma sugestão, ( isto é se ainda não voltou a Moçambique ), vá lá, e veja as novas élites...., e como se comportam, e como se constituem... Sr. Rocheteau, vou muitas vezes comer a um restaurante em Benfica, chamado " Córsega", e durante muitos anos esteve pintado um " graffiti " dos "anarcas" do pós 25 de Abril, num prédio de habitação em frente, que dizia assim, " Se este governo é uma merda, de quem é a culpa? Do governo ou da merda" ! Até breve, mas antes de qualquer debate saudável e democrata, feito por anti-fascistas como nós, temos que que definir muito bem a extensão e o significado das palavras e dos conceitos, e partir para um debate de forma descomplexada, sem pensar que o anti-fascismo e a democracia, é uma machamba exclusiva da esquerda, e que tudo de mau acontece, é culpa da direita. Pior que o fascismo, é a superioridade pré-fabricada da esquerda. Desculpe o meu "post it"..., foi um pouco mais longo do que eu esperava.

Armando Rocheteau disse...

Caro anónimo,
Antes de voltar ao tema da Escola, gostaria de lhe deixar as seguintes notas:
À data do 25 de Abril, a grande maioria da população não tinha acesso à escolaridade básica. Cá e lá, era essa a realidade. Hoje, cá, isso, felizmente, não se verifica, em qualquer escola da rede pública.
Da elite moçambicana, de hoje, não falo. Acredito que saiba menos e explore mais. Mas, não é elite colonial.
Peço-lhe que aguarde para depois continuarmos a debater.
Abraço.

Armando Rocheteau disse...

Não podia deixar ainda de dizer, ao meu caro anónimo, que o anti-fascismo e a defesa da democracia, eram à data do 25 de Abril, uma machamba da esquerda.
A direita portuguesa, ao contrário de outras direitas, a francesa, por exemplo, sempre foi colaboracionista, clerical, salazarista, retrógada. Felizmente, para este país, hoje os tempos são outros. Até já temos uma direita liberal!Aleluia!

Alberto Paiva disse...

Caros interlocutores,

Como vós, também fui aluno do professor Heliodoro Frescata e dele guardo as mais deliciosas memórias da minha passagem pelo Liceu Salazar.
Claro que tive outros bons professores lá - nisso creio ter sido um privilegiado - mas é dele que tenho uma saudade imensa.
Fui aluno dele a Geografia - 3º Ano - e Filosofia - 7º Ano.
Infelizmente não poderei partilhar convosco uma tertúlia porque voltei para Moçambique.
Lamento não estar totalmente de acordo com o Sr. Rocheteau relativamente ao ensino "democrático" português porque é meu pensamento ter-se tornado demasiado permissivo, para não usar uma palavra mais forte que saltita por baixo da língua. Obviamente que houve ganhos imensos, nomeadamente os de ser universal. É também óbvio que a massificação nivelou por baixo aquele a que tivémos acesso, e creio não ser necessário dizer porquê.
De qualquer modo, estou grato por ter sido ensinado por pessoas como ele, Marina Correia, Ruivo Martins, Álvaro de Moura ...
Gostaria de pedir ao senhor que se subscreve como "anónimo" que o não fizesse, até porque o teor deste blog não é ofensivo.