segunda-feira, 2 de abril de 2007

EM FOCO

#Financial Times : Economia espanhola tem pés de barro...
Nessa coluna semanal indispensável- o Economists Forum, do Financial Times, com Martin Wolf e os Nóbeis Stiglitz e Summers, da Columbia University, vinha esta semana um artigo que nos fazia bradar aos céus. Andamos todos a gabar a perfomance da Espanha, e zás. O sucesso da economia de "nuestros hermanos" deriva, tão só, da pujança do mercado da Construção Civil. Todos os ítens complementares da economia- que tira vantagens de estar na Euroland- estão no vermelho. Colossal dívida externa, a segunda maior da OCDE, a seguir à dos USA, déficite orçamental tremendo a que se liga uma baixa taxa de produtividade( a cair, a cair) , a nível interno (U.Europeia) e mundial. A única coisa que parece terem feito de bom, os nossos caros vizinhos, foi terem investido muito na construção tirando partido dos juros de empréstimos baixos e da capacidade de endividamento da classe média baixa O pior é que há mudança ciclica na economia da Euroland, com a subida gradual das taxas de juro e o agravamento do desconforto do desemprego estrutural. E, por isso, a política de reajustamento vai impôr uma mudança de alvo do investimento, o que pode gerar celeuma e um agravamento dos indicadores económicos-sociais que pagarão caro pela política do pato-bravismo sem rodeios...


#Zimbabué: Mugabe está para lavar e durar?
Um membro do partido de Mugabe, o ZANU-PF, disse ao NY Times, em Harare, que o ditador, de livre vontade, permacerá à frente dos destinos do país, apesar da espiral de desastre económico avassaladora, da repressão e das movimentações da Oposição. E disse para o jornalista isto "Não meta o meu nome senão matam-me. Isto demonstra a força terrível que ele tem".
" Há um cenário explosivo à la Potemkine no Zimbabué, agora. Mugabe, o único lider que dirigiu o país depois do abandono do poder branco, ameaça em crescendo os seus adversários e exalta a possibilidade de obter um novo mandato em 2008.Mas este forcing é desmentido diariamente pelas cenas da capital: os 13 canhões de água da polícia que cercaram o desafio de futebol entre o Zimbabué e Marrocos; as recomendações efectuadas pela rádio para que "se deixe a política ser resolvida pelos políticos; a tragédia que se vive nos bairros da lata, onde a polícia destrói esconderijos e prende quem trafica gasolina com medo que isso seja para fabricar explosivos", assinala Michael Wines na sua reportagem. E ele desvenda o segredo do sistema autocrático e despótico de Mugabe: " Há um sistema de regalias/mordomias ilegais que conserva os membros do governo e aliados pessoalmente sujeitos a Mugabe, a que se junta um vastissimo arsenal de ameaças e represálias que mantém os potenciais dissidentes fora do tetaro de operações".


# Os patrões-malandros envenenam a campanha das presidenciais francesas
Mais um importante jornalista que abandonou o Le Monde e se passou para o Figaro: Laurent Mauduit, antigo redactor-em-chefe adjunto de Economia do vespertino fundado por Beuve-Méry. O problema da introdução dos referenciais do capitalismo dos accionistas na gestão das empresas, causa novos atropelos à transparência e ao jogo económico leal. E tem nítidas repercussões na actual campanha das presidenciais francesas. Mauduit levou o tema para discussão no jornal de centro-direita, e que apoia abertamente Nicolas Sarkosy.
" Quando apoiou a candidatura de Edouard Balladur, em 1995( contra Jacques Chirac), Nicolas Sarkosy denunciava a falta de sinceridade do actual PR, cujos discursos sobre a " fractura social " eram inspirados pelos intelectuais seguinistas( Philippe Séguin). Ora, 12 anos depois, ei-lo que cede por vezes às mesmas facilidades, fazendo apelo- somente quando tem necessidade - aos mesmos intelectuais. Na sua boca, a fórmula " patrões- malandros " é um erro "... de calendário. A direita tem destas coisas e os estragos causados pelo capitalismo dos " pacotes-de-acções ", dados como prebenda aos administradores principais das grandes firmas, acentuam a separação ainda mais acentuda entre a base e o topo da empresa. Sarkosy parece que defende, de vez em quando , a generalização dessas prebendas que, como assegura, Mauduit, transformaram " os patrões nos interlocutores naturais e quase exclusivos dos accionistas", eliminando a relação quadripartida entre os clientes, os empregados, os accionistas e o futuro da empresa( investimento).


#Patrick Artus: Investimento prioritário no Ensino e PME
O célebre economista e prof. na Uni Sorbonne, publicou mais um livro sobre as prospectivas do Desenvolvimento francês. Deixa nele vários alertas decisivos, que se podem adaptar à muito dificil conjuntura económica portuguesa. O que diz de decisivo: o Estado e os empresários devem investir, prioritariamente, na melhoria qualitativa do Ensino e das PME. Para recuperar a competitividade e fazer face aos golpes da Mundialização. " O que oferecemos para o comércio mundial engloba poucos bens industriais competitivos. E nos serviços, vendemos essencialmente produtos Turísticos ", frisa, para apontar: " A concorrência dos países emergentes não pára. Num ano, tão só, a China viu crescerem as suas exportações mais de 50 por cento. A França tem tendêcia a abandonar as suas produções, enquanto que o que era necessário era especializar-se e fabricar bens que os países emergentes não sabem fazer. Foi o que compreenderam muito bem países xomo a Suécia, a Alemanha ou o Japão ".Tudo lições dadas em "Le Journal du Dimanche".

FAR

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