quarta-feira, 14 de março de 2007

The Dark Knight Returns - a banda desenhada como uma coisa séria

Voltando às lides bloguistas em época de estudo e ainda demasiado tímido para posts esquerdalhos, resolvi escrever sobre mais uma coisa leve, mas inesperadamente cheia de qualidade.
Gosto de BD. Não sou grande conhecedor nem coleccionador, embora tenha fases onde tento tanto ser uma coisa como outra. E numa dessas fases comprei o The Dark Knight Returns o livro que me parecia perfeito para uma tarde de Verão bem passada. O que podia ser melhor do que regressar ao Batman na praia?
The Dark Returns não é um livro para se ler na praia. Frank Miller (autor da série Sin City e do icónico Batman Year One) criou um livro denso e demasiado inteligente para estar na prateleira de um quiosque junto ao Tio Patinhas.
Em The Dark Knight Returns Bruce Wayne já tem 57 anos e o Batman não aparece há vários anos. Os EUA têm na presidência uma deliciosa caricatura de Reagan e o Super Homem é uma arma de destruição massiva do governo contra os (exactamente) soviéticos. Gotham City continua negra, gótica e perigosa. Selina, ex - Catwoman, é uma cinquentona deprimida, o Joker acorda após anos de catatonia e o Comissário Gordon está a habituar-se à reforma.
Mas Miller não trouxe só um grupo de actores velhos para um espectáculo final, comemoração mais que merecida das suas carreiras. Traz-nos também uma televisão com opinion makers manipuladores que nos acompanham a história toda, comentando e colocando dúvidas. Chama fascista (em inglês, mas com as letras todas) ao Homem Morcego que persegue e castiga sem querer saber da lei.
É um livro viciante, bem escrito e bem desenhado. A banda desenhada como uma coisa séria. Quando ler a continuação (The Dark Knight Strikes Again), prometo comentar.


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