Gosto de BD. Não sou grande conhecedor nem coleccionador, embora tenha fases onde tento tanto ser uma coisa como outra. E numa dessas fases comprei o The Dark Knight Returns o livro que me parecia perfeito para uma tarde de Verão bem passada. O que podia ser melhor do que regressar ao Batman na praia?
The Dark Returns não é um livro para se ler na praia. Frank Miller (autor da série Sin City e do icónico Batman Year One) criou um livro denso e demasiado inteligente para estar na prateleira de um quiosque junto ao Tio Patinhas.
Em The Dark Knight Returns Bruce Wayne já tem 57 anos e o Batman não aparece há vários anos. Os EUA têm na presidência uma deliciosa caricatura de Reagan e o Super Homem é uma arma de destruição massiva do governo contra os (exactamente) soviéticos. Gotham City continua negra, gótica e perigosa. Selina, ex - Catwoman, é uma cinquentona deprimida, o Joker acorda após anos de catatonia e o Comissário Gordon está a habituar-se à reforma.
Mas Miller não trouxe só um grupo de actores velhos para um espectáculo final, comemoração mais que merecida das suas carreiras. Traz-nos também uma televisão com opinion makers manipuladores que nos acompanham a história toda, comentando e colocando dúvidas. Chama fascista (em inglês, mas com as letras todas) ao Homem Morcego que persegue e castiga sem querer saber da lei.
É um livro viciante, bem escrito e bem desenhado. A banda desenhada como uma coisa séria. Quando ler a continuação (The Dark Knight Strikes Again), prometo comentar.
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