Venda fraudulenta de empresa familiar e recebimento de comissões
chorudas da parte dos construtores do novo aeroporto da capital puseram
os tanques nas ruas para afastar o PM e o seu séquito despótico populista
O ciclo infernal - eleição, corrupção e depois um golpe - regressou à Tailândia, dezoito anos após. Num ritmo estonteante de deriva autoritária e mãos limpas. O PM, um rico homem de negócios, demagogo e populista, tentou aplicar receitas neoliberais na pós-crise sistémica de 1997, fugindo às receitas implacáveis de austeridade e rigor orçamental que lhe foram impostas pelo FMI. Thaksin Shinawatra, reeleito pela segunda vez, vinha a perder terreno pela sucessão de escândalos financeiros que envolveram os seus mais próximos familiares e colaboradores no governo. Desde Janeiro deste ano, que as tensões entre o staff governamental e a casa real se tornaram insuportáveis por causa dos escândalos e o flagelo da corrupção, que envolviam membros destacados do poder executivo. O PM tentou isolar e marginalizar o Exército, de forma a evitar a reedição do regresso do pêndulo da intervenção militar.
A venda, em Janeiro último, da empresa familiar do PM a um grande grupo de Singapura, e a fuga aos impostos detectada, despoletaram a irrupção imediata de grandes manifestações de rua para exigirem a destituição e prisão dos culpados e a destituição do chefe do governo. O principal conselheiro do rei, o general ancião de 84 anos, Prem Tinsulanonda, exasperou-se e resolvei minar a confiança das Forças Armadas para com o governo. As comissões ocultas que " bailaram " em torno das obras de construção do novo aeroporto, que irá ser inaugurado no final do corrente mês, ditaram a deliberação final de intervenção militar contra a gangrena da alta corrupção. Segundo dados avançados pelo NYT, a fortuna familiar do deposto PM tailandês deve rondar os 2 biliões de euros com propriedades em Londres, onde deve ficar exilado.
A crise política tailandesa vivia há meio ano em " banho-maria". O PM tinha tentado diversas manobras aleatórias e deslizantes, que lhe permitissem consumar negócios e colocar algumas personalidades de confiança nas cadeiras do poder. Thaksin Shinawatra tinha-se demitido e foi reeleito no início do ano, mas a Comissão Constitucional tinha tolerado a sua reentrada em funções até à realização de novas eleições dentro de dois a três meses. Portanto, segundo a tese de uma especialista asiática publicada hoje no Le Figaro, foi a intensidade da corrupção que inflamou e desesperou s conselheiros do rei e os principais chefes militares. O comandante da Junta Militar, general do exército, é de confissão muçulmana, ultraminoritária no país. O PM deposto tinha tentado contornar o poder das F. Armadas dando poderes especiais à polícia paramilitar e prodigalizando a implantação regional de clãs armados à revelia dos preceitos constitucionais.
FAR
3 comentários:
O povo da Tailândia, que eu respeito muito, não merece governos corruptos como o deste senhor. Um povo muito trabalhador,( como poucos ou mesmo nenhum ), educado, afável e sempre com um sorriso nos lábios. Mesmo com as provocações da ultraminoria muçulmana, como recentemente aconteceu, soube sempre manter com muita inteligência, um clima de grande tolerância para todas as raças e credos, situação que é impar no sudoeste asiático. Espero que desta vez o golpe de estado militar tenha efeitos mais positivos e duradouros do que o precedente.
A Tail^andia e um dos paises mais fascinantes do Mundo. A sua forca turisticae poderosissima e maravilhosa, nao so aqui, Alemanha, como por toda a Europa. Os algarves desse mundo nao se lhe comparam: toda a gente imagina o Polanski com a Natascha Kinski a viverem nas praias de sonho da costa tailandesa, todo o ano, pois claro.
Agora, o Golpe de Estadoe sempre uma ma receita: sera que Ahmidnejadh ja espalhou os seus corifeus por aqueles sitios; como o anda paulatinamente a fazer na Indonesia, um dos estados muculmanos mais populososos do Mundo? Veremos. FAR
O lider dos golpistas queria entrar numa " spinolista " e congelar os direitos e liberdades fundamentais,além de tentar perseguir e encarcerar os partidários do populista apeado do poder. Por outro lado, há uma comissao anti-corrupcao formada pelos militares para tentar dar conta dos 2 bilioes de doláres amassados pelo despota e familiares. Nao se sabe onde pára a massa.Fazem-se muitas especulacoes: o Bush parece que nao desgostava do antigo PM...
O Público publicou umas coisitas do correspondente em Bangkok do Liberation. O DN ignora ou vende propaganda das grandes agencias ocidentais, que evitam arranjar problemas com o poder(es) estabelecidos...Mesmo que tenha havido uma revolucao... conduzida pelo principal conselheiro militar do Rei da Tailândia.FAR
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