quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Irão: Falcões americanos podem forçar israelitas a bombardear em conjunto

As eleições para o Conselho dos Sábios podem favorecer o candidato mais
radical e integrista e as ambições de Ahmadinejad


Os falcões do Pentágono, adeptos do sinistro " tapete de bombas", só podem contar com a arma fatal para os silos e instalações iranianos - a famigerada Blu-122, de 2,5 toneladas capaz de perfurar mesmo trucs blindados em profundidade - em Janeiro próximo, segundo informações colhidas pelo W. Post junto do construtor General Dynamics Ordnance. O compasso de espera no braço-de-ferro entre o Irão e os EUA, por causa das unidades de enriquecimento de urânio em solo iraniano, contam com mais um obstáculo. A que se juntam as démarches em espiral dos peritos da ONU e da NATO e UE.

Sabe-se que o núcleo duro dos países europeus da NATO se opõe a uma nova " cruzada " de fins imprevisíveis no Golfo Pérsico. O predecessor do actual PR iraniano, Mohammad Khatami, apoia o avanço do programa nuclear do seu país , mas tão-só para fins pacíficos, como o deixa entender claramente nesta entrevista à enviada especial do Le Monde.

" Estamos convencidos que nos queriam privar, por arrastamento indefinido, do nosso legítimo direito a possuir tecnologia nuclear. Isso foi alterado mas, creio, que não existe outra via senão a da negociação e a do compromisso. O Irão não deseja de modo algum
possuir a arma nuclear, disso todo o Mundo se vai aperceber ", sublinha Khatami, que acaba de fazer uma viagem de contactos através das principais Universidades norte-americanas.

Entretanto, as eleições para o orgão superior e de controlo da mollocracia iraniana, o Conselho dos Sábios, irão decorrer a 15 de Dezembro próximo. A data e as circunstâncias do acto político podem também influir na decisão final dos EUA. Dois candidatos perfilam-se revelando as diferenças no interior das mais altas instâncias do poder: um é o derrotado do ano passado na corrida para PR, Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, próximo de Khatami, e o outro é o mentor de Ahmadinejad, o chefe religioso extremista e teocrático, Muhammad Yazdi. Houve alterações legislativas aprovadas e a escolha dos candidatos gera muita controvérsia, por causa do peso das tendências e das afinidades.

Ali Khamenei, o guardião e sucessor de Khomeiny , distribui e partilha o poder com os conselheiros do Conselho dos Sábios, que o não podem demitir. No entanto, num trágico e obscuro jogo de compensações e reciprocidades, Khamenei se se vir rodeado de partidários extremistas da dupla Yazd / Ahmadinejad vai ter muitas dificuldades em gerir os dossiers. Apesar da " vaga " dos petrodólares dos últimos anos, o Irão importa produtos refinados e grande parte da alimentação para o povo. A inflação ronda os 30 por cento, o que é muito grave e tende a acentuar-se pela fraqueza do desenvolvimento económico estrutural.

Tudo o que de mais explosivo sai da boca do actual PR, foi pensado, delineado e aprovado pelo chefe religioso do seminário de Qum, a escola politico-militar da brigada da defesa da revolução khomenista onde se fez o Ahmadinejad. A juntar às eleições para o orgão superior da revolução, irão ter lugar, simultâneamente, as eleições locais e regionais dos outros ramos do poder de Estado. O Irão tornou-se na grande potência do Médio Oriente, e influi em todos os tabuleiros da política , quer no Iraque vizinho, quer no Líbano e junto da Autoridade Palestiniana. O final do ano pode trazer surpresas de monta, para lá do bem ou do mal.

FAR

Ler artigo do Le Monde aqui

3 comentários:

Anónimo disse...

Que as Blu-122 acertem em cheio, e acabem de uma vez por todas com aquele manicómio de fanáticos. Estou farto deles.

Anónimo disse...

Isto se chama pegar nas questoes pelo lado mais inacreditável.E eu assumo que nao respondo a anónimos. Há um grande bluff na arrogância do Irao. Os peritos questionam-se: se o petroleo...bruto só rendeu 50 bilioes de dólares, se importam gasolina e produtos refinados por 20 biliões e subsidiam grande parte dos bens alimentares essenciais, o que resta ao estado molocrático para investir em hospitais, escolas e outro tipo de aparelhos ideológicos de Estado? Quase nada: pois, a populacao ronda os 70 milhoes.O Poker super-bluff contamina tudo e todos no Médio Oriente. Mister Bush precisa de subir nas sondagens e colocar sofrivelmente os Republicanos para as eleicoes do Senado e, em 2008, da Presidência.Nao se vê ninguém de credível, a nao ser que J.Mc. Cain vire totalmente de casaca.Hilary pode ter algumas chances: se desfizer uma imagem de " esquerdista" que ia enviando para a fossa o fabuloso Bill. Quem nao quer saber o que se joga de profundo e vero na geopolítica do Médio Oriente, que faça meias para o Inverno. FAR

Anónimo disse...

Caro FAR, se não responde a anónimos só tem que fazer uma de três coisas:
- Acaba com os anónimos no blog, o que não é complicado se fôr administrador.
- Para de escrever para o blog enquanto os anónimos escreverem.
- Responde se quiser, porque a tal não é obrigado, e que eu saiba também lhe pediu. Se lhe faltarem ao respeito, apaga ou pede para apagar o comentário.Não compliquemos o simples.
Quanto ao mais inacreditável, não passa de um desejo muito profundo de eliminar aquela seita! O que você escreveu é quase tudo correcto, mas o chamado "poker super-bluff" tem custos também inacreditáceis para a população persa, não contando com algo que é também inacreditável e maldosamente desvalorizado pela "inteligência" europeia, que é o financiamento e apoio ao terrorismo sobre a forma de guerra pseudo - santa, que tem como Tony Blair disse no último discurso em Manchester, o propósito exclusivo de combater o estilo de vida ocidental em todas as suas vertentes, não contando coma usurpação descarada do poder no Líbano, patrocinando uma devastação ao país. O povo do Líbano já tinha começado a reagir com a expulsão dos sírios, em boa hora, e agora fazendo uma corajosa contra manifestação.Digo corajosa, porque o "Partido de Deus" tem um exército privado que actua de forma impune no Líbano, e todos sabemos as tácticas usadas por esses movimentos terroristas e anti-democráticos, quando têm concorrência interna. Quanto à Madame Cliton ser eleita, por favor não. Preferia a Sigorney Weaver, porque para além de ser boa e gira, já fez um filme actuando como mulher de um presidente dos EUA....., se não me falha a memória...