«O amor humano é um acto de solidão. Vi-te pela primeira vez no corpo de outra mulher. O nosso amor é uma série de acasos, encontros e desencontros, aparece nos olhos desta, nas palavras de outra, nas carícias e ternuras de uma outra... Vive, cresce, enriquece-se de semelhanças e contrastes, sedimentos, memórias, repulsas, ódios, amarguras, desesperanças, todas elas casuais, inesperadas... É como um feto: rola no calor vazio do mar uterino até tomar forma, definir-se entre homem e mulher, leva tempo, uma vida interior a nascer, até nascer, inteiro, perfeito e definido. E quando isso acontece, quando sabemos tudo dele, está pronto para morrer.»
Luiz Pacheco, in "Exercícios de Estilo"
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