26 Setembro 1940: Walter Benjamin
suicida-se com morfina
apòs tentativa frustrada na passagem
da fronteira franco-espanhola de Port-Bou
Adorno frisava que havia mais filosofia num parágrafo de um escrito de W.B. do que num livro inteiro de M. Heidegger
Efeméride. Decorrem hoje, justamente, 64 anos sobre o suicídio de um dos maiores pensadores do séc.XX, Walter Benjamin. O iconoclasta, o peregrino místico e judeu que gostava de descobrir o pulsar das cidades-farol da Europa do pré-II Guerra Mundial, especialmente Paris, que ele comparou a uma imensa biblioteca dividida ao meio pelo rio Sena, suicidou-se em terras francesas bordejando a fronteira com a Espanha, rechaçado pelos esbirros do sinistro caudillo Franco. Procurava atingir Lisboa para se exilar nos USA.
Ao contrário do que se julga, W. Benjamin nunca pertenceu ao colectivo de ouro da Escola de Francfort, fundada por Adorno, Horkheimer e Fromn com um longo escol de epígonos e seguidores que emigraram para os EUA com a subida ao poder de Hitler. Tinha contactos estreitos com a família Adorno, que o ajudou a sobreviver em Paris com fundos da Escola
e dons particulares.
Apesar do seu indiscutível amor pela cultura e pensamento franceses, W. Benjamin passou quase incógnito na cidade-Luz. E foram sem sucesso as démarches que tentou realizar para ser publicado pelas Edições Gallimard e a Minuit. Paulhan e Georges Bataille, que dirigiam, respectivamente, os comités de Leitura das duas mais prestigiadas editoras parisienses, colocaram em malas textos e manuscritos do amigo e companheiro de Gerhard Scholem, distinto judeu e pensador, que emigrou para a Palestina nos finais dos anos 20. Só em 1981 é que o filósofo italiano Giorgio Agamben consegue " libertar " os baús depositados na Biblioteca Nacional de Paris.
A Obra Completa de Walter Benjamin é muito extensa. Encontra-se parcialmente traduzida em francês em edições de bolso da Folio/Gallimard. A sua correspondência foi publicada em 2000, na Alemanha, destacando-se a trocada com Adorno. Os seus dois livros principais são, 1). Sobre Paris-" Livre des Passages",( Edit. Cerf); 2) O segundo é sobre: "Baudelaire, Un poète lyrique à l´apogée du capitalisme ",( Edit. Payot).
FAR
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