A saída honrosa dos EUA do Iraque passa pelo reatar das conversações com o Irão e a Síria. Privilegiando o poder do grande líder-mártir de Teerão em detrimento do atrabiliário PR...Super-revelações do " Le Canard Enchainè " e do NY Times sinalizam as grandes manobras
Ali Khamenei, que ficou maneta do braço esquerdo dois anos apòs o triunfo de Khomeyni, vítima de um atentado, foi consolidando seu poder e influência no interior da Mollacracia iraniana . Estabeleceu alianças à esquerda e direita. Mas mostrou-se sempre ultra-radical: opôs-se ao cessar-fogo na guerra irano-iraquiana, apoiou de alma e coração os guerrilheiros do GIA argelinos e vota sempre contra qualquer veleidade liberal, quer no que diz respeito aos direitos das mulheres, quer à liberdade religiosa . Essa postura convenceu o leader máximo da Revolução a escolhe-lo como sucessor em 1989. E ,hoje, vê-mo-lo na ribalta dos comícios iranianos a defender o projecto nuclear e a sua escolha como timoneiro do Hezbollah, Hassan Nasrallah, custe o que isso possa custar...
Eleito por um colégio de 80 altos religiosos( que ira ser sujeito a renovação no final do ano), Ali Khamenei acumula e controla directamente, os Negócios Estrangeiros, a Defesa, a Segurança, a Justiça e os Média audiovisuais.Imagine-se o poder máximo do leader. A série de cadeias de comando e manipulação a que dá guarida. E as tentações que controla e fareja ou desfaz!!! Com pouca bagagem teológica, Kamenei distinguiu-se pelas qualidades de fidelidade ao lider e pela rede de colaboradores e cúmplices que teceu, em especial com o antigo presidente Rafsanjani, que se meteu em negócios e perdeu influência para Ahmadinejad, pelo quql foi substituido.
O repórter do NY Times assinala que Khamenei conseguiu, a pouco e pouco, fundir o poder político com o poder religioso. "Khamenei teceu laços muito fortes com as milícias e os Guardas da Revolução. Ao mesmo tempo conseguiu que os mais fortes dos seminários xiitas lhe prestem apoio.Disfruta de grandes apoios no Conselho da Revolução, que controla todo o governo, e na Assembleia dos Sábios, que ajuda e supervisiona a decisão do líder máximo ", aponta Michael Slackman.
" Juntando o poder espiritual ao poder executivo da República, Khamenei tornou-se incontornável. Só na teoria se pode ousar criticá-lo. Ou tentar limitar os poderes que aufere: nomeia todos os chefes militares e da segurança interna. Em o poder de declarar a guerra. Tem que avalizar a eleição do Presidente da República, para este ser aceite. Nomeia 50 por cento dos elementos do Conselho da Revolução "., acrescenta o enviado especial do NY Times.
Sentindo-se ultrapassado pela demagogia populista de Ahmadinejad, Khamenei resolveu no início do Verão mostrar as suas garras. Ele que sempre se opôs contra o fim da fatwa contra Saldam Rushdie, vetou as ambições dos " radicais " que queriam abrir as válvulas das liberdades públicas e reformar o poder dos religiosos.Uma espécie de revolução fria ou golpe de estado palaciano ?. Tudo para afastar a sucessão de Khamenei, de quem se diz, a boca calada em Teerão, que se encontra muito doente. Poder enfraquecido e Presidente demagogo, excelente timing para tentar negociar o futuro do Iraque e precaver o programa nuclear do seu próprio país. Ninguém adivinha quem virá a ser o sucessor: o que se sabe é que Khatami foi convidado a ir aos EUA e Rafsanjani pode saltar em cima do fogo de novo.
FAR
2 comentários:
Khatami vai estar duas semanas nos EUA. Visitando, e discursando, em Washinghton, Harvard, Chicago. Ha uma leve esperanca que, como dizia ontem, 14/9, o NY Times, os EUA de Bush-Cheney-Rumsfeld nao se aliem aos israelitas para irem bombardear, a eito, o Irao. Sabe-se, por outro lado, que a corrupcao e o despotismo dos mollahs esta a atingir proporcoes colossais. Assim se ve, quem le e tenta perceber as coisas. FAR
Tenho uma amiga iraniana que uma vez me confidenciou, que toda esta guerra verbal entre os EUA e o Irão é treta, e que o Irão não pode viver sem os EUA e vice-versa. O verdadeiro objectivo é acabar com estes fdp dos religiosos, verdadeiros eixos do mal do médio oriente. O erro fatal do Saddam durante a guerra Irão-Iraque, ( que os EUA nunca lhe perdoariam ), foi quando o Iraque fez a paz com o Khomeni; o Irão estava completamente de rastos, devido não só à ajuda militar dos EUA tanto em material, como em informações muito precisas sobre o posicionamento dos exercitos do Irão no terreno, informações essas que faziam de cada batalha uma carnificinia para o lado dos iranianos. Práticamente já não existiam homens no Irão com idade decente para combater. Os EUA queriam o fim do primeiro rei, do início reinado dos religiosos no Irão, e não a paz. Foi o começo do fim do Saddam, e o verdadeiro começo do ódio profissional e 100% dedicado, dos religiosos iranianos aos EUA. Que as próximas bombas cortem as cabeças e não os membros..., salvo o dito cujo...
Enviar um comentário