O politólogo do CNRS francês publicou um texto no NY Times onde afirma que a FINUL será incapaz de desarmar o exército do Hezbollah, a guerra civil iraquiana tende a crescer e o Irão irá assumir-se como a potência regional
O politólogo e grande especialista do Médio Oriente acusa a " arrogância e impotência " da política norte-americana no Médio Oriente, que aglutinou a origem diferenciada dos problemas na Palestina, no Líbano e no Iraque, e que deviam e mereciam ser tratados separadamente, o que originou agora numa mistura que despoletou uma guerra santa global.
Roy aponta que a " guerra contra o terror " incrementou as " tensões " no Médio Oriente. "Qualificou superiormente o radicalismo árabe e o religioso, ao mesmo tempo. E promoveu o Irão na liderança regional por destruição dos seus arqui-inimigos Saddam Hussein e os taliban), do mesmo modo que propulsou os xiitas ao poder no Iraque ", sublinha.
" A democratização constitui um falhanço total por uma razão simples: ignorou o facto de que jamais poderia existir um projecto abstracto, de início, um sistema político Jeffersioniano; devendo ser, pelo contrário, ligado e enraizado em dois elementos que fornecem a legitimidade a qualquer projecto no Médio Oriente - nacionalismo e Islão ", pontua.
Roy volta a insistir na tese de que a administração Bush-Cheney ( o staff do vice anda desmoralizado segundo outras notícias veiculadas pelo NYT) desviou o dinheiro e as tropas do combate no Afeganistão, que era e é uma das possíveis soluções para a vasta zona. Ao mesmo tempo que o envio de tropas de ocupação como metáfora real da " guerra contra o terror" falhou redondamente.
" A guerra contra o terror espalhou os exércitos ocidentais em prolongados conflitos locais onde as alternativas são mais importantes do que o global terror (nacionalismo, territorialidade, guerras civis, etc). Estes exércitos estrangeiros estão exaustos e errantes, mostrando-se incapazes de fazer frente no longo termo a qualquer tipo de hostilidades e mudanças , frisa.
" A consequência de tão descomunais erros radica no contraditório discurso da administração Bush: não abranda a guerra contra o terror e, consequentemente, recusa discutir com as forças políticas alcunhadas de terroristas (Hamas, Hezbollah e regime iraniano), enquanto que, ao mesmo tempo, não tem força para avalizar um crescendo de força contra eles ", remata.
FAR
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