Recolho-me numa exigência de concha antiga para melhor perceber que houve um tempo em que tudo estava no lugar certo, no íntimo do homem e ao seu redor.. Malbaratada a existência numa perseguição à vida na sua imagem, as pernas ágeis da realidade confundem-se com a fantasia que enfarta, que acabrunha a própria inteligência, porque descascada da sensibilidade. Mas há edifícios belos a meio da indigestão!! Imaginem que isso superou o suor dos escravos, na construção das pirâmides. O que ficou na história foi a pedra aplaudida na sua serena firmeza, não os dorsos cantantes na ladainha das horas.. Assim, quando passo entre a exuberância técnica da cidade mal amada cheiro como que desesperos alheios esmagados pelo peso das aparências.
Não se pode continuar a achar parte integrante do quotidiano, aquilo que despedaça o ser humano, embora o caminho do indivíduo seja feito de luas e retornos ao nada. Existem paragens no deserto, é certo, mas ainda assim é pulsável a sensação de continuidade da linha que somos. Afasto-me do fumo dos escapes ansiando a clorofila num espasmo de alegria. Estou louca!!
(mambo-assunto)
Gabriela Ludovice
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