" A América poderá ser capaz de capitalizar a suprema loucura exercida por
Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah? O grande xadrez estratégico será o de
separar a Síria do Irão, e despachar Damasco de volta para o mundo árabe sunita em desagregação ".
Um dos mais escutados e prestigiado jornalista correspondente da Imprensa Mundial, Thomas Friedman, da equipe do NY. Times, publicou uma ditirâmbica catilinária contra o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por este, " conduzir o Hamas, o seu próprio partido e manipular contra a sua própria vontade os seus fiéis e povo para uma desnecessária guerra contra Israel ". O que, no seu entender, " vai eliminar toda e quaisquer veleidade de jamais voltarem de novo a serem responsáveis pelo Governo "., quer no Líbano quer na Palestina.
" Quanto mais o Irão fornecer mísseis a Nasrallah para impedir qualquer eventual ataque aéreo ocidental contra as instalações nucleares iranianas, mais descredibilizada fica a tese sobre as intenções científicas do programa defendido por Teerão ", aponta.
Uma tese diferente foi exposta no mesmo dia e jornal por dois politólogos consagrados, Charles Kupchan e Ray Takeyh. Que apontam para " a arrogância, falsa superioridade e incompetência dos EUA em terem excitado desmesuradamente o Médio Oriente, em geral ".
" O derrube de Saddam Hussein continha implícita a determinação de enviar ondas de choque através do mundo árabe, intimidando as anquilosadas tiranias ao mesmo tempo que encorajava movimentos cívicos espontâneos na senda do que se tinha passado no final da Guerra Fria na Europa de Leste. Tudo levava a pensar que, no Iraque, os democratas iriam substituir o ditador e criar um modelo providencial para toda a zona. Foi o contrário o que aconteceu ", apontam os dois cientistas sociais.
"A guerra não só mergulhou o Iraque na violência e tornou o país numa atracção para os guerrilheiros islâmicos como despertou tensões sectárias de ambos os lados da fronteira. Da Arábia Saudita ao Líbano, xiitas e sunitas espiam-se uns aos outros, fazendo face a uma monumental rivalidade que já tinha mergulhado outrora o Líbano no caos. A partir desta estratégia lançada no Iraque pelos EUA, eles contavam confinar e controlar o Irão e a Síria. O Irão lançou-se numa fase de intimidação sem precedentes e os xiitas desfrutam da supremacia no Iraque: A Síria fez uma aliança com o Irão para ajudar e encorajar uma aliança entre o Hamas e o Hezbollah. Ao contrário de pacificar a política regional árabe, as estratégias de Washington acabaram por colocar o truculento Irão no comando da opinião pública árabe ", revelam os citados politólogos
" Não, os EUA não deviam nunca ter deixado chegar as coisas a este ponto. Os reformistas que detinham anteriormente o poder em Teerão, desejavam vida interna tranquila e paz na região. Tendo sido ignorados pelos americanos. A administração norte-americana pôs-se a milhas de distância e descurou todas as vantagens de uma possível cooperação e a possibilidade de reforçar consequentemente o poder dos reformadores "., sublinham ainda: " As errantes tentativas para impor a democracia através da força das armas produziram o efeito contrário. Multiplicaram as faltas e incidentes que incriminam o culpado, os EUA, e arriscam espalhar a crise por toda a vasta região.
Voltando aos argumentos de Friedman, mencione-se este: " Neste jogo de sombras, qual será o preço a pagar pela Síria? Não se sabe se valeria a pena descobri-lo. Acima de tudo, os sírios albergam a direcção política do Hamas em Damasco. E são a ponte entre o Hezbollah e o Irão, sem a qual o Hezbollah não sobrevive. Sim, os EUA têm muito que falar com a Síria. E os sauditas, os egípcios e os jordanos também, pois estão apavorados com o facto de a Síria estar a caucionar a supremacia do xiismo iraniano na esfera política árabe ".
FAR
3 comentários:
O Thomas Friedman, que pertence ao naipe dos maiores jornalistas do Mundo, tem-se multiplicado nos últimos dias a escrever, já no Médio Oriente, sobre a grande aventura do Herzbollah.
Tinha havido um acordo tácito entre os EUA e o Herzbollah para este fazer parte do governo de Unidade Nacional do Líbano. Como igualmente os EUA, que discutiam tudo abertamente com Arafat, " apoiaram " a tomada de poder pelo Hamas no novo governo transitório palestiniano. Até parece que as eleições tinham sido fraudulentas e viciadas pelo Hamas,segundo queixas da OLP expressas, mas... tudo correu para os intronizar.
Portanto, entre a guerrilha e a burocracia alguma coisa tinha que mudar para existir consolidação do governo. As disputas fronteiriças do Hamas com Israel intensificaram-se e meteu-se o Herzbollah ao barulho bombardeando Israel, a que se segue o rapto dos dois soldados postos a salvo...em Teerão, segundo informações mais ou menos ventiladas. A intensificação da guerra civil no Iraque e o arrastar da questão nuclear iraniana " forçaram " a deslizes e manipulações por parte dos serviços secretos israelitas e ocidentais contra os sírio-iranianos? Esta foi a notícia posta a correr hoje na Imprensa alemã, que tem importantes agentes secretos a operar na zona. De qualquer das formas, esta nova crise no Médio Oriente apanha de surpreza os EUA em perda de poder e iniciativa política em toda a região, o que pode " animar" Israel a cometer os maiores abusos e violência cega contra os civis inocentes do Líbano e da Faixa de Gaza ,adiando sine die qualquer miragem de paz. FAR
Hipótese de manipulação emitida pelos Serviços Secretos ocidentais ganha consistência- Hoje, Segunda-feira, 24 de Julho, o advogado pariseense e figura importante da mouvance judaica mundial, Thèo Klein, sublinha, num artigo de opinião publicado no jornal Liberation, que
Israel avançou contra o Líbano e o Herzbollah por informações redundantes sobre o potencial acumulado pelo movimento dirigido pelo Hassan Nassrallah. Tudo bate certo, pois. Vamos continuar a pesquisar e a tentar compreender. FAR
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