quinta-feira, 20 de julho de 2006

China: "sobreaquecimento" da economia manieta combate ao desemprego urbano

Riscos de sobreprodução e endividamento das empresas para-estatais mantém um perturbador desemprego urbano acima dos 10 por cento da população activa

O risco de " sobreaquecimento " da economia chinesa parece real e o governo mostra-se incapaz de resolver os dois problemas maiores que o assoberbam: uma mais que provável crise sistemática do sistema financeiro geral minado pela deriva dos empréstimos bancários colossais e a fraqueza do consumo familiar que não sustentam, estruturalmente, o bom funcionamento de uma economia que vive da atracção do investimento estrangeiro e das exportações de bens industriais de baixa qualidade.

Os lucros das exportações, que subiram ainda no segundo trimestre ao ritmo de 11,3%, e a massa das reservas em divisas a aproximar-se dos 1000 biliões de dólares fez disparar o crescimento no investimento de capitas fixos, que obviamente, não podem produzir altas taxas de rendimento. Este excesso, segundo peritos económicos internacionais ouvidos pela Business Review, mina a confiança política do mercado, a termo. "O crescimento dos capitais fixos ultrapassou os 30 por cento este ano( enquanto o governo recomendava os 18 por cento). O excesso é atribuído às autoridades regionais que constroem muitos projectos inúteis- uma ponte todos os 10 kms sobre o Yangtzé, por exemplo- com o propósito de atrair favores políticos e investimentos estrangeiros", sublinham os analistas.

O sobreaquecimento da economia chinesa vai gerar inevitávelmente o processo de valorização do yuan. Porquê? Visto a economia estar baseada nas exportações e existir já um elevado nível de stocks criados pela sobreprodução: " Ora em diversos sectores chave como a siderurgia, o alumínio ou a indústria automóvel, basta que a procura mundial, e nomeadamente americana, desça um pouco para pôr em dificuldades sectores inteiros da economia ". Apesar de tudo, globalmente no bom caminho, a economia chinesa mobiliza uma classe média que ronda as 300 milhões de almas, apesar dos problemas e disparidades existentes entre o poder de compra nas cidades e no campo. Ninguém pode prever os efeitos de uma crise sistémica generalizada do sistema financeiro.

FAR

3 comentários:

Armando Rocheteau disse...

Caro Isidoro:
Mande-me os seus textos!
Publicá-los-ei, com muito gosto.
Volte sempre, que os seus comentários deixam-nos saudades.
Adeusinho.

Anónimo disse...

Fernando Isidoro: Escreva, sff.O blogue precisa de ganhar ainda mais credibilidade e audácia.
Cada um deve ocupar o seu posto: e fazer do seu melhor. É isso que espero de si e de todos, eu, um modestíssimo amigo e colaborador ao serviço da Rev. mundial. FAR

Anónimo disse...

I like it! Good job. Go on.
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