quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Aforismos liberais (7)
Os gestores e administradores põem sempre os interesses da empresa acima dos seus interesses pessoais, de outro modo são, mais cedo ou mais tarde, postos de lado pelo mercado.
Como aliás se pode depreender da notícia do Público de 4ª feira (sem link), relativa à greve dos trabalhadores da Valorsul. Lá está escrito, por A mais B: os valorosos administradores, enquanto aplicam planos draconianos "para a sobrevivência da empresa", recusando aumentos e retirando direitos assinados em acordo, aumentaram-se a si próprios em 30 por cento, o que é, evidentemente, trabalhar para o interesse da empresa (eu explico: para que um administrador possa planear bem, e pensar em boas estratégias, convém que esteja repousado, feliz e relaxado, ou seja, que tenha massa suficiente para umas boas férias nas Mauricias, uns jantares de qualidade e umas valentes partidas de golfe. Tudo a bem da empresa, que é o mesmo que dizer, no interesse dos próprios trabalhadores - verificar o aforismo anterior).
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
De uma exposição de Luís Abelard e Sérgio Santimano, na rua das Arcadas, na Ilha de Moçambique



“A opção de fazer fora foi muito boa, pois toda a gente viu, comentou e gostou. Para além disso, ao fazer cá fora, houve necessidade de fazer a recuperação das arcadas. Como podes ver nas fotos foram todas raspadas e pintadas tendo deixado toda a gente contente.
(..)
Risotas, comentários e referências eram o que mais se ouvia. Como sabes todo o mundo passa pelas arcadas. Assim que comecei a colocar as fotos começaram a aparecer, primeiro os miúdos, depois os graúdos, a espreitar e a comentar "Essa é aquela que vive ali atrás..." etc.
Luís Abelard, em mail, para Sérgio Santimano
Presta-se também o devido tributo ao Ma-Schamba
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Fotografia,
Ilha de Moçambique,
Moçambique
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Como um cristal...
A uma Amiga
Em ti, as lágrimas são da dureza de cristais irregulares
de arestas cortantes, escarpadas.
Danças nua, nos teus sonhos agitados, sobre areias.
Um redemoinho louco e entontecido a esmagar grãos sonolentos da beira do mar.
Pede paz o teu corpo,
uma trégua que seja...
Um espreitar de amanhecer que traga um novo brilho,
que nos devolva a todos a doçura
de alguém que não amarga...
Flor a despontar, luz na escuridão, sorriso na tristeza...
Um cristal de formas definidas, perfeitas.
Um horizonte límpido entrevisto pela janela de um feliz acordar.
Sem arestas.
Em paz.
Assim te queremos.
Em ti, as lágrimas são da dureza de cristais irregulares
de arestas cortantes, escarpadas.
Danças nua, nos teus sonhos agitados, sobre areias.
Um redemoinho louco e entontecido a esmagar grãos sonolentos da beira do mar.
Pede paz o teu corpo,
uma trégua que seja...
Um espreitar de amanhecer que traga um novo brilho,
que nos devolva a todos a doçura
de alguém que não amarga...
Flor a despontar, luz na escuridão, sorriso na tristeza...
Um cristal de formas definidas, perfeitas.
Um horizonte límpido entrevisto pela janela de um feliz acordar.
Sem arestas.
Em paz.
Assim te queremos.
PROLONGAVAM-SE OS DIAS
Prolongavam-
-se os dias para além do Outono
Era um tempo de jovens coloridos
mar
de navios espalhados em manchas claras
poisavam as gaivotas
à nossa beira
num silêncio contaminador
estonteante
Reparei nessa altura na pureza das bicicletas
permitem ouvir as ondas
o som mais breve
a mais perfeita respiração.
Mário Machado Fraião
-se os dias para além do Outono
Era um tempo de jovens coloridos
mar
de navios espalhados em manchas claras
poisavam as gaivotas
à nossa beira
num silêncio contaminador
estonteante
Reparei nessa altura na pureza das bicicletas
permitem ouvir as ondas
o som mais breve
a mais perfeita respiração.
Mário Machado Fraião
O progresso

A zona entre a Comporta e Melides, um verdadeiro paraíso natural, que tenho a sorte de conhecer a fundo e frequentar, vai experimentar, a breve prazo, o "progresso". Nestes quilómetros e quilómetros de praias quase desertas, dunas, sapais, lagoas, pinhais, acabaram de ser aprovados nada mais que três projectos de urbanizações túristicas: Comporta, Pinheirinho e Melides. Seis mil camas e quatro campos de golfe, turismo "de qualidade", claro está. Para quem possa pagar, e goste desse tipo de "qualidade de vida". Curiosamente, numa zona também conhecida por tipos de vida "alternativos": alemães, franceses, portugueses, que escolheram uma vida simples, modesta, junto da natureza, perdem todo um mundo. As magnificas noites da praia de Melides, no sr. António, onde se pode estar às uma da manhã e de repente entrar um quarteto com um violino, contrabaixo, sanfona e caixa e ficar até de manhã a cantar e dançar, as festas na mata, tudo isso será trocado por insonssos apoios de praia, aldeamento fechados à chave para aqueles que não gostam de se misturar, e campos de golfe, que os ricos também precisam de relaxar.
Deve ser a isso que chamam o progresso.
Aforismos liberais (6)
Se analisarmos a fundo, vemos que o interesse do produtor é o mesmo que o do intermediário e o do consumidor. Idem para os patrões e os trabalhadores.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
PS francês lança refundação sem peias
Depois da profunda alteração da Esquerda italiana, os socialistas franceses abriram o debate para erguer alternativas ao sistema presidencialista incarnado por Nicolas Sarkozy
Este fim-de-semana decorre, em Grenoble, um grande Fórum multipartidário, levado a cabo pela iniciativa do Libération. São três dias de debates intensos e onde vai estar a nata dos estrategos dos grandes partidos da França. Antecipando tal iniciativa, Michel Rocard precisou numa entrevista ao JD Dimanche, o que ele entende que deve ser alterado. Tomemos nota dos cinco pontos essenciais que apontou para o debate: 1) "Não há alternativa à economia de mercado. Grande parte dos problemas do PSF derivam da ambiguidade com que ele trata essa questão. Por isso, temos que saber adaptar essa questão da melhor maneira e manejá-la"; 2) "O que há a apurar da última eleição presidencial reside no facto dos pequenos partidos terem sido laminados"; 3) "Não se sabe o que será o partido, Movimento Democrático, (de Bayrou), e não devemos fazer caso disso. Uma aliança com esse movimento não é uma alternativa obrigatória. A prioridade não está em reflectir sobre estratégias de aliança, mas sim, em encontrar uma capacidade em formular um projecto credível. E isso não depende senão de nós próprios" ; 4) "Um partido não é um regimento. O PS deve ser um lugar de expressão total" ; 5) ."Não se deve esconder o mau bocado por que passa o PS. Não devemos subestimar a legitimidade que temos perante a história. Por isso não concordo com a mudança de nome. O socialismo permanece um grande nome - e eu aposto nele".
FAR
Este fim-de-semana decorre, em Grenoble, um grande Fórum multipartidário, levado a cabo pela iniciativa do Libération. São três dias de debates intensos e onde vai estar a nata dos estrategos dos grandes partidos da França. Antecipando tal iniciativa, Michel Rocard precisou numa entrevista ao JD Dimanche, o que ele entende que deve ser alterado. Tomemos nota dos cinco pontos essenciais que apontou para o debate: 1) "Não há alternativa à economia de mercado. Grande parte dos problemas do PSF derivam da ambiguidade com que ele trata essa questão. Por isso, temos que saber adaptar essa questão da melhor maneira e manejá-la"; 2) "O que há a apurar da última eleição presidencial reside no facto dos pequenos partidos terem sido laminados"; 3) "Não se sabe o que será o partido, Movimento Democrático, (de Bayrou), e não devemos fazer caso disso. Uma aliança com esse movimento não é uma alternativa obrigatória. A prioridade não está em reflectir sobre estratégias de aliança, mas sim, em encontrar uma capacidade em formular um projecto credível. E isso não depende senão de nós próprios" ; 4) "Um partido não é um regimento. O PS deve ser um lugar de expressão total" ; 5) ."Não se deve esconder o mau bocado por que passa o PS. Não devemos subestimar a legitimidade que temos perante a história. Por isso não concordo com a mudança de nome. O socialismo permanece um grande nome - e eu aposto nele".
FAR
O sol nasce na capital do Império
Porto- Ensino Artístico
Está em marcha mais uma operação da treta.
Um encontro ao mais alto nível com o patrocínio estatal - ME e MC - sobre algo que não existe ou que sobrevive no sistema de ensino público em Portugal: o ensino artístico.
Será por Outubro. E trata-se de uma refinadíssima mentira e de uma tremendíssima despesa desnecessária.
Não há, actualmente, no nosso sistema de ensino público nada (ou quase nada) que tenha a ver com o ensino artístico. Senão vejamos: Pré- escolar: 0; 1º ciclo do ensino básico: 0 (ou as chamadas AEC que, na prática equivalerão a 0); 2º ciclo do ensino básico: EVT e EM (são curriculares...); 3º ciclo: existem opções que são oferta de Escola e que, nem sempre, têm que ver com o ensino artístico...; Secundário: 0 (à excepção de alguns cursos profissionais...).
Um futuro cidadão deste país, membro da União Europeia, frequenta a escola pública e tudo lhe passa ao lado: a Língua Materna, a Matemática e até as Artes.
Sendo assim, nunca haveria lugar para tão pomposa reunião. Discutir o quê? Com quem? A APROTED vai estar?...
Restar-lhe-á ir ao Porto, local onde decorrerá o evento supra-citado, e tentar uma entrada no Rivoli.
Pacífica, claro.
"Hossana, ei, etc."
Assiste ao musical e acha tudo muito bem.
Um encontro ao mais alto nível com o patrocínio estatal - ME e MC - sobre algo que não existe ou que sobrevive no sistema de ensino público em Portugal: o ensino artístico.
Será por Outubro. E trata-se de uma refinadíssima mentira e de uma tremendíssima despesa desnecessária.
Não há, actualmente, no nosso sistema de ensino público nada (ou quase nada) que tenha a ver com o ensino artístico. Senão vejamos: Pré- escolar: 0; 1º ciclo do ensino básico: 0 (ou as chamadas AEC que, na prática equivalerão a 0); 2º ciclo do ensino básico: EVT e EM (são curriculares...); 3º ciclo: existem opções que são oferta de Escola e que, nem sempre, têm que ver com o ensino artístico...; Secundário: 0 (à excepção de alguns cursos profissionais...).
Um futuro cidadão deste país, membro da União Europeia, frequenta a escola pública e tudo lhe passa ao lado: a Língua Materna, a Matemática e até as Artes.
Sendo assim, nunca haveria lugar para tão pomposa reunião. Discutir o quê? Com quem? A APROTED vai estar?...
Restar-lhe-á ir ao Porto, local onde decorrerá o evento supra-citado, e tentar uma entrada no Rivoli.
Pacífica, claro.
"Hossana, ei, etc."
Assiste ao musical e acha tudo muito bem.
domingo, 16 de setembro de 2007
Moscovo (9)
Da Capital do Império
Olá,
Vocês vão ter que me desculpar o longo silêncio. Mas como vocês sabem escrever cansa e eu prefiro descansar … lendo o que os outros escrevem.
De qualquer modo não pude resistir a ter que vos dar as últimas sobre a cimeira George/José a realizar-se segunda-feira na Casa Branca.
Em primeiro lugar tenho a dizer-vos que os “Yankees” insistiram em chamar à cimeira uma “reunião de trabalho” o que aparentemente causou alguma confusão aí do outro lado do charco.
“Trabalho? O que é isso?” foi a resposta que aparentemente foi dada por uma “destacada entidade” do governo Xuxa quando foi informado por um representante da embaixada da Lusitânia sobre o título oficial do encontro.
Depois mais confusão houve quando na quinta-feira os “yankees”’ informaram a malta da Lusitânia que havia que antecipar o encontro por 10 minutos. Aparentemente houve uma certa incredulidade por parte da diplomacia lusitana para quem – segundo me disseram – “mais dez minutos menos dez minutos” não chateia ninguém. Ou como disse alguém do governo Xuxa: “lá estão esses gajos com americanices”.
A minha fonte – de “alto nível” – manifestou certo nervosismo de que a “empatia” ou como dizem os “Yankees” a “química” entre o José e o George possa não ser boa o que pode estragar tudo. Como vocês se lembram o George dava-se muito bem com o outro José, aquele que é agora presidente da CÊ IÉ IÉ e cujo nome durante a recente cimeira do G 8 um jornalista romeno confundiu com a quiçá melhor região vinícola de Itália e insistiu por isso em chamá-lo Presidente Barolo. Durante dias não se falou doutra coisa …
Como vocês se devem lembrar antes do Barolo ter sido promovido para presidente de um país que não existe ele foi chefe dos lusitanos e dava-se muito bem como o George. Ambos tratam-se pelo primeiro nome e aparentemente quando se encontram estão sempre a contar anedotas um ao outro.
Vamos a ver se no fim da reunião o George trata o Sócrates por José embora eu receie que se isso acontecer o George acabe por confundir os nomes. Ainda por cima um José é presidente da Cê Ié Ié e o outro José é presidente “rotativo” da mesma Cê Ié Ié. Vocês têm que admitir que isso, mesmo sem ter em conta o Bush, é um pouco confuso embora me tenha sido explicado que é tudo muito simples: Um administra “tachos” o outro “problemas a curto prazo e alguns tachos”.
Aparentemente o José (o “rotativo”) quer em primeiro lugar discutir o Kosovo. Como vocês sabem o problema com os Balcãs é que os insoletráveis e os impronunciáveis produzem mais história do que conseguem consumir e aparentemente os impronunciáveis não estão a gostar nada da ideia de dar a independência aos insoletráveis no Kosovo
Fique impressionado com o facto do José (o “rotativo”) querer discutir isto com o George porque demonstra um certo cuidado senão mesmo uma certa acuidade política que – como disse o Bismarck - não passa da capacidade de ouvir o cavalgar distante da história antes dos outros.
Demonstra também que o José (o “rotativo”) sabe que tem que garantir que se houver batatada entre os impronunciáveis e os insoletráveis os americanos estarão lá para garantir que apanha tudo porrada. Aparentemente aí nos corredores de Bruxelas anda tudo à rasca porque como a situação no Iraque não pode ser desfodida há receios aí desse lado do charco que se houver batatada nos Balcãs os Yankees não tenham meios ou vontade para pôr os indígenas na ordem como aconteceu da última vez. (sem autorização da ONU mas com aplauso da Europa!)
O que me fez lembrar uma visita que o Jaime Gama (lembram-se dele?) fez aqui à Capital do Império quando o George foi eleito pela primeira vez já lá vão sete anos. O Gama vaio aqui a correr logo após o George ter sido eleito sob promessa de não envolver tropas americanas na “construção de nações” e lembro-me de que o Gama deu uma conferência de imprensa após conversações com o Powell (lembram-se dele?) todo satisfeito porque este lhe havia prometido que os Estados Unidos iriam continuar envolvidos nos Balcãs.
Se volvidos estes anos todos a NATO e os EUA continuam ainda a ter que garantir a “paz” entre os insoletráveis e os impronunciáveis nos Balcãs imaginem quanto tempo isso vai levar para garantir a paz entre os Ahmed que consideram Maomé profeta e os Amhed que consideram Maomé profeta. E então se os Khomeinis e Khameinis se envolverem a sério….
Eu sei que as superpotências – como disse um general romano cujo nome já não me lembro – não se devem envolver em guerras entre tribos, mas o problema é que na vida real e principalmente no topo raramente a escolha é entre o que é bom e o que é mau, mas sim entre o que é mau e o que é pior.
O José sabe disso: O mau é os insoletráveis andarem outra vez à porrada com os impronunciáveis. O pior é eles andarem à porrada e os Yankees virarem as costas.
Antes de terminar tenho a dizer-vos que ninguém aqui quer saber do encontro entre o George e o José. Da embaixada da Lusitânia disseram-se que só recebem telefonemas dos jornais a perguntar pela Madeleine e a PJ.
Abraços,
Da capital do Império,
Jota Esse Erre
Vocês vão ter que me desculpar o longo silêncio. Mas como vocês sabem escrever cansa e eu prefiro descansar … lendo o que os outros escrevem.
De qualquer modo não pude resistir a ter que vos dar as últimas sobre a cimeira George/José a realizar-se segunda-feira na Casa Branca.
Em primeiro lugar tenho a dizer-vos que os “Yankees” insistiram em chamar à cimeira uma “reunião de trabalho” o que aparentemente causou alguma confusão aí do outro lado do charco.
“Trabalho? O que é isso?” foi a resposta que aparentemente foi dada por uma “destacada entidade” do governo Xuxa quando foi informado por um representante da embaixada da Lusitânia sobre o título oficial do encontro.
Depois mais confusão houve quando na quinta-feira os “yankees”’ informaram a malta da Lusitânia que havia que antecipar o encontro por 10 minutos. Aparentemente houve uma certa incredulidade por parte da diplomacia lusitana para quem – segundo me disseram – “mais dez minutos menos dez minutos” não chateia ninguém. Ou como disse alguém do governo Xuxa: “lá estão esses gajos com americanices”.
A minha fonte – de “alto nível” – manifestou certo nervosismo de que a “empatia” ou como dizem os “Yankees” a “química” entre o José e o George possa não ser boa o que pode estragar tudo. Como vocês se lembram o George dava-se muito bem com o outro José, aquele que é agora presidente da CÊ IÉ IÉ e cujo nome durante a recente cimeira do G 8 um jornalista romeno confundiu com a quiçá melhor região vinícola de Itália e insistiu por isso em chamá-lo Presidente Barolo. Durante dias não se falou doutra coisa …
Como vocês se devem lembrar antes do Barolo ter sido promovido para presidente de um país que não existe ele foi chefe dos lusitanos e dava-se muito bem como o George. Ambos tratam-se pelo primeiro nome e aparentemente quando se encontram estão sempre a contar anedotas um ao outro.
Vamos a ver se no fim da reunião o George trata o Sócrates por José embora eu receie que se isso acontecer o George acabe por confundir os nomes. Ainda por cima um José é presidente da Cê Ié Ié e o outro José é presidente “rotativo” da mesma Cê Ié Ié. Vocês têm que admitir que isso, mesmo sem ter em conta o Bush, é um pouco confuso embora me tenha sido explicado que é tudo muito simples: Um administra “tachos” o outro “problemas a curto prazo e alguns tachos”.
Aparentemente o José (o “rotativo”) quer em primeiro lugar discutir o Kosovo. Como vocês sabem o problema com os Balcãs é que os insoletráveis e os impronunciáveis produzem mais história do que conseguem consumir e aparentemente os impronunciáveis não estão a gostar nada da ideia de dar a independência aos insoletráveis no Kosovo
Fique impressionado com o facto do José (o “rotativo”) querer discutir isto com o George porque demonstra um certo cuidado senão mesmo uma certa acuidade política que – como disse o Bismarck - não passa da capacidade de ouvir o cavalgar distante da história antes dos outros.
Demonstra também que o José (o “rotativo”) sabe que tem que garantir que se houver batatada entre os impronunciáveis e os insoletráveis os americanos estarão lá para garantir que apanha tudo porrada. Aparentemente aí nos corredores de Bruxelas anda tudo à rasca porque como a situação no Iraque não pode ser desfodida há receios aí desse lado do charco que se houver batatada nos Balcãs os Yankees não tenham meios ou vontade para pôr os indígenas na ordem como aconteceu da última vez. (sem autorização da ONU mas com aplauso da Europa!)
O que me fez lembrar uma visita que o Jaime Gama (lembram-se dele?) fez aqui à Capital do Império quando o George foi eleito pela primeira vez já lá vão sete anos. O Gama vaio aqui a correr logo após o George ter sido eleito sob promessa de não envolver tropas americanas na “construção de nações” e lembro-me de que o Gama deu uma conferência de imprensa após conversações com o Powell (lembram-se dele?) todo satisfeito porque este lhe havia prometido que os Estados Unidos iriam continuar envolvidos nos Balcãs.
Se volvidos estes anos todos a NATO e os EUA continuam ainda a ter que garantir a “paz” entre os insoletráveis e os impronunciáveis nos Balcãs imaginem quanto tempo isso vai levar para garantir a paz entre os Ahmed que consideram Maomé profeta e os Amhed que consideram Maomé profeta. E então se os Khomeinis e Khameinis se envolverem a sério….
Eu sei que as superpotências – como disse um general romano cujo nome já não me lembro – não se devem envolver em guerras entre tribos, mas o problema é que na vida real e principalmente no topo raramente a escolha é entre o que é bom e o que é mau, mas sim entre o que é mau e o que é pior.
O José sabe disso: O mau é os insoletráveis andarem outra vez à porrada com os impronunciáveis. O pior é eles andarem à porrada e os Yankees virarem as costas.
Antes de terminar tenho a dizer-vos que ninguém aqui quer saber do encontro entre o George e o José. Da embaixada da Lusitânia disseram-se que só recebem telefonemas dos jornais a perguntar pela Madeleine e a PJ.
Abraços,
Da capital do Império,
Jota Esse Erre
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sábado, 15 de setembro de 2007
Das coisas que me disseste
Das coisas que me disseste
a probabilidade
o mito e o logos
o mais fácil era o azulejo
ali por baixo do Aqueduto e que não gostavas
Tão cedo
chegaste
e foi para me avisares
do teu gosto felino
o teu rosto pintado
os dedos frios e vermelhos sobre o café
Por isso tivemos o tempo a passar
embora saiba
desde sempre
que o barco é leve como o vento
quando entramos devagar sobre as águas claras
Mário Machado Fraião
a probabilidade
o mito e o logos
o mais fácil era o azulejo
ali por baixo do Aqueduto e que não gostavas
Tão cedo
chegaste
e foi para me avisares
do teu gosto felino
o teu rosto pintado
os dedos frios e vermelhos sobre o café
Por isso tivemos o tempo a passar
embora saiba
desde sempre
que o barco é leve como o vento
quando entramos devagar sobre as águas claras
Mário Machado Fraião
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
A fenda de Tundavala
Estes são para a Gabriela
Poder dizer amanhã
o prazer de dizer que é para amanhã.
Comprazer-se de dizer amanhã.
Quando digo 'até amanhã'
conservo a esperança de acordar no dia seguinte.
Saber que sou eu e que estou cá.
(Aqui é onde me puseram, mas isso é outra história...).
Amanhã é eu estar frente às pernas escancaradas da fenda de Tundavala
o abismo
a vertigem
o olhar deslumbrado-assustado.
Em Tundavala cheirando o ar que pressinto frio da fenda.
O abismo num desafio de pernas abertas.
Amanhã...
Vergílio Ferreira: O imaginário da felicidade

Pequeno excerto de um grande romance-tese de um dos maiores escritores portugueses do séc.XX. Autêntico poema em prosa de rara beleza e intensidade sublime. A ler, sem hesitar.
"Como se é feliz na felicidade imaginada de quando se imagina que se foi. E todavia, o imaginário, que é onde a felicidade está, estava ainda em ti antes de se reabsorver na realidade do teu corpo, vibrava ainda à tua volta e era à sua vibração como de uma febre que eu ainda estremecia. Às vezes o frémito à tua volta refluía à estrita realidade de ti, aos poros visivéis da tua pele, aos cremes e tintas visivéis da tua face, à tua mão de ossos e pele.E eu olhava-te então a distância, para te distanciar de mim. E olhava-te lá diluída e confusa. E regressava a ti como uma impossibilidade, e tu estavas lá e eu era feliz outra vez. E ajudavas a essa reinvenção de ti porque falavas pouco, palavras breves,certíssimas, e cobrias entre elas o espaço da indecisão, do subentendido, do oculto indevassável e eu amava-te terrivelmente outra vez no delírio da minha imaginação.Porque nunca houve em ti a expansão em que tudo se extravasa e torna tudo real sem nada de reserva e de intocável: Nunca foste natural até à naturalidade em que existia o teu corpo visível e tocável e redutível ao imediato da fisiologia. Porque essa mesma fisiologia te era como se a furtasses ao meu domínio e conhecimento, mesmo quando te conhecia desde a fuidez íntima de ti, do mais recôndito e proibido de ti. Qualquer coisa me furtavas sempre e ficavas inteira na tua inviolabilidade reclusa, no teu mistério por desvendar e eu não sabia o que era".
In Vergílio Ferreira, Para sempre, Bertrand Editores
FAR
Para bem programar as férias

Drugs
High prices
THE costliest place in the world to get high is Japan, according to the United Nations Office of Drugs and Crime's annual World Drug Report. The street price of a gram of cannabis weed was $58.30 in 2005, over twice as much as in the next most expensive nation, Australia. Americans pay nearly twice as much as Canadians. Similar disparities occur in Europe. Although the Netherlands is the only Western country where cannabis can be bought legally, punters pay more there than in Germany or France. Prices are cheapest in developing countries, where enforcement is less strict.
Sep 12th 2007
From Economist.com
O Outono
O Outono chega sempre na mesma altura
celebram as aldeias
Parto para esses sítios
onde irei rejeitar
todas as manhãs
os convites de alguns caçadores
os seus pássaros estilhaçados
-- Vai chover!
Tão inesperadamente
como o apito de um navio
Já nem sabia como era
nem
dos sinais que permanecem
por quantas gerações numerosas e dispersas
O azul é outro
andam as estrelas cintilantes pelos seus ardentes
(milhões de anos
O Outono chega sempre
Mário Machado Fraião
celebram as aldeias
Parto para esses sítios
onde irei rejeitar
todas as manhãs
os convites de alguns caçadores
os seus pássaros estilhaçados
-- Vai chover!
Tão inesperadamente
como o apito de um navio
Já nem sabia como era
nem
dos sinais que permanecem
por quantas gerações numerosas e dispersas
O azul é outro
andam as estrelas cintilantes pelos seus ardentes
(milhões de anos
O Outono chega sempre
Mário Machado Fraião
O pintor deve ter sido um freak
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Mambo 25
Um vento arrojado, uma piroga desenfreada para nenhures, uma "trovoada" estilo rebentamento, um adeus digno de tremores de trem pesado, uma asa esgaseadamente feliz, que afinal saiba o caminho para um mundo prioritariamente hedonista... abundante em sensíveis espantos.
Cansam por demais, o bom senso do puritanismo e as regras sem inteligência! Que pena, esta terra à beira mar afundada em razões.
Maria, antes a loucura e a boa morte, aquela de quem viveu..
Jean-François Bizot, a morte de um deus ex-maquina do novo Jornalismo
De 1968 até ontem, Bizot (1944/2007) foi um dos mais iconoclastas dos criativos e exigentes patrões de Imprensa franceses. Após a licenciatura em Engenharia, Bizot vai para a redacção do L´Express e aprende tudo com Servan-Schreiber e Françoise Giroud, indo depois assistir ao fim do "Maio 67" nos USA...Regressou para fundar o "Actuel", bíblia mítica dos anos 80.
Jean-François Bizot era um dos monstros sagrados - a par de Serge July, de Ph.Sollers, de Bernard-Henri Lévy - do espaço mediático parisiense. Aplicou bem a herança enorme do seu avô italiano, comprou um castelo nos arrabaldes de Paris e trabalhou com audácia e charme os princípios da NovaExpress caros aos corifeus nova-iorquinos do NY Times e da New Yorker. Antecipou, de forma peremptória, o fulgor da Rolling Stone anglo-americana e seguiu como um escravo do prazer, como o contam os seus dilectos amigos Mercadet e Burnier, clicar aqui, os diktats da escrita e do pensamento mais radicais. Esteve em todas: na descoberta das novas drogas na Indonésia ou em Goa, em reportagens inéditas nos bidonvilles musicais de Kinshasa ou Lima...Alugou barcos para emitir progrmas subversivos para a China, aquando do massacre da praça Tien An Men...Escreveu dois romances autobiográficos de excepção e uma série de obras sobre o novo Jornalismo.
O artigo do Libération começa assim:
« Citizen Bizot, mort à 126 ans
Jean-François Bizot nous a quittés à l’âge de 126 ans. Vivre jour et nuit pendant 63 ans, le compte y est. 126, c’est un bon âge pour mourir.
La nuit, il adorait. Vivre la nuit, c’est d’emblée vivre en marge. Quand la ville dort, quand tout semble permis, tout est possible, le cosmos grand ouvert. Avaler d’énormes sandwiches au saucisson, descendre la vodka, se blanchir le nez, inhaler à donf, criser de rire avec ses potes collaborateurs, prendre la tête à l’infini, réveiller des gens au téléphone et pisser vingt-cinq feuillets à la chaîne. Baiser aussi ? Non, l’amour attendait l’aube, au sortir du bouclage. On ne peut pas tout faire en même temps, même lui. Encore que… Avec un peu d’organisation, des adoratrices en espoir, entre deux maquettes d’articles à changer, de 2 heures à 3 heures du matin, bien des choses sont possibles.
Citizen Kane dans son château
La nuit. On recevait un coup de fil : «Quoi ? ! Tu dors ? Mais il est minuit…» Puis, vers une plombe et demie du mat : «Bon, on descend manger un morceau et on gratte vite fait la série des douze portraits, comme ça ce sera fait, tu vois ce que je veux dire ?» S’il y avait un truc que Bizot détestait, c’était faire comme tout le monde. Bizot, le Citizen Kane de la presse underground. Plusieurs de ses amis sont devenus grâce à lui des fans absolus de Citizen Kane, le film. On peut le visionner sans arrêt et y revoir Jean-François si beau dans son miroir. »
Léon Mercadet et Patrice Van Eersel, journalistes à Actuel.
FAR
Jean-François Bizot era um dos monstros sagrados - a par de Serge July, de Ph.Sollers, de Bernard-Henri Lévy - do espaço mediático parisiense. Aplicou bem a herança enorme do seu avô italiano, comprou um castelo nos arrabaldes de Paris e trabalhou com audácia e charme os princípios da NovaExpress caros aos corifeus nova-iorquinos do NY Times e da New Yorker. Antecipou, de forma peremptória, o fulgor da Rolling Stone anglo-americana e seguiu como um escravo do prazer, como o contam os seus dilectos amigos Mercadet e Burnier, clicar aqui, os diktats da escrita e do pensamento mais radicais. Esteve em todas: na descoberta das novas drogas na Indonésia ou em Goa, em reportagens inéditas nos bidonvilles musicais de Kinshasa ou Lima...Alugou barcos para emitir progrmas subversivos para a China, aquando do massacre da praça Tien An Men...Escreveu dois romances autobiográficos de excepção e uma série de obras sobre o novo Jornalismo.
O artigo do Libération começa assim:
« Citizen Bizot, mort à 126 ans
Jean-François Bizot nous a quittés à l’âge de 126 ans. Vivre jour et nuit pendant 63 ans, le compte y est. 126, c’est un bon âge pour mourir.
La nuit, il adorait. Vivre la nuit, c’est d’emblée vivre en marge. Quand la ville dort, quand tout semble permis, tout est possible, le cosmos grand ouvert. Avaler d’énormes sandwiches au saucisson, descendre la vodka, se blanchir le nez, inhaler à donf, criser de rire avec ses potes collaborateurs, prendre la tête à l’infini, réveiller des gens au téléphone et pisser vingt-cinq feuillets à la chaîne. Baiser aussi ? Non, l’amour attendait l’aube, au sortir du bouclage. On ne peut pas tout faire en même temps, même lui. Encore que… Avec un peu d’organisation, des adoratrices en espoir, entre deux maquettes d’articles à changer, de 2 heures à 3 heures du matin, bien des choses sont possibles.
Citizen Kane dans son château
La nuit. On recevait un coup de fil : «Quoi ? ! Tu dors ? Mais il est minuit…» Puis, vers une plombe et demie du mat : «Bon, on descend manger un morceau et on gratte vite fait la série des douze portraits, comme ça ce sera fait, tu vois ce que je veux dire ?» S’il y avait un truc que Bizot détestait, c’était faire comme tout le monde. Bizot, le Citizen Kane de la presse underground. Plusieurs de ses amis sont devenus grâce à lui des fans absolus de Citizen Kane, le film. On peut le visionner sans arrêt et y revoir Jean-François si beau dans son miroir. »
Léon Mercadet et Patrice Van Eersel, journalistes à Actuel.
FAR
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Moscovo (8)
Liberdade
El Cigarrito
“Voy hacerme un cigarrito
acaso tengo tabaco
si no tengo de onde saco?
Lo más cierto es que no pito.”
Victor Jara
Nestes tempos ‘very clean’, nos quais todos se preocupam com o meu bem-estar e de todos os que me rodeiam, vai um furor na campanha contra um dos prazeres que até o próprio Salazar quis, ‘in illo tempore’, taxar. Pôr uma taxa no uso do isqueiro. Não proibir, esclareça-se, que ele era mais de tolerar certas coisas que de as interditar, embora não apreciasse muito a Liberdade...
Tolerância – aceitar o Outro, «atitude que consiste em deixar aos outros a liberdade de exprimirem opiniões que julgamos falsas e de viverem em conformidade com tais opiniões.». E assim deveria ser esta Europa.
Por que é assim que este continente viveu?
Não. É mentira. A Europa foi intolerante o tempo todo.
Tentou impor a sua verdade a toda a parte onde chegou.
Deformou.
E mantém-se nesta senda.
A tolerância é uma mentira muito bem vendida.
A malta que se diz da Esquerda e que até pensa e tudo o resto, cala-se bem caladinha. Tem, até, uma visão longínqua da Liberdade. Não é nada, mas mesmo nada tolerante. Esqueceu-se da Liberdade.
Parece-se cada vez mais com os ‘pilgrims’ que chegaram ao Novo Mundo e se sentem no direito de impor as suas verdades, as suas leis. Daí nasceu aquilo que agora se chama Estados Unidos da América e agora se tenta reproduzir numa coisa chamada União Europeia.
Ando mesmo preocupado. Em Paris deixaram-me mais ou menos fumar, em Dublin nem por isso e acho que em Oslo a coisa é mesmo muito complicada.
O que mais receio é fazer uma embarcação para fugir com mais uns quantos rumo a não sei onde e exigirem-me uma declaração de prazeres...
Quais são os prazeres que me restam?
Inventario à pressa: e fico lixado, quase todos acabam em –ina.
Não há qualquer esperança para mim neste país onde vejo grassar e tolerar coisas que acabam quase sempre em –ância: ganância, ignorância, intolerância.
O meu inventário deixa-me em ânsias.
Ocorre-me agora o sexo.
Parece cada vez mais perigoso.
Quanto a isso, não escrevo mais nada.
«Ay, ay, ay, un cigarrito...»
Puta de Europa esta que, de repente e sem avisar, se resolveu tornar a Madre do Puritanismo e se esquece cada vez mais da Liberdade.
O charuto de Groucho Marx não me é permitido, nem o cigarro de Bogart e nem me atrevo a atacar o cachimbo de Maigret.
A Europa enlouqueceu. É uma Polónia desgovernada por um par de Humpty - Dumpties.
Ficamos decerto mais cinzentos.
Um casal disfuncional de sexagenários no Sul de Espanha.
Que procuram eles? Nada.
O que se lhes oferece para o tempo que lhes resta de vida é apenas uma Polónia de novo nazificada. Um lugar cheio de restrições, prescrições e recomendações.
Passámos, de novo, a ser todos Judeus e condenados a um holocausto.
Onde é que está a Liberdade?
E é disso que falamos de 1789 até estes dias.
A Liberdade.
“Voy hacerme un cigarrito
acaso tengo tabaco
si no tengo de onde saco?
Lo más cierto es que no pito.”
Victor Jara
Nestes tempos ‘very clean’, nos quais todos se preocupam com o meu bem-estar e de todos os que me rodeiam, vai um furor na campanha contra um dos prazeres que até o próprio Salazar quis, ‘in illo tempore’, taxar. Pôr uma taxa no uso do isqueiro. Não proibir, esclareça-se, que ele era mais de tolerar certas coisas que de as interditar, embora não apreciasse muito a Liberdade...
Tolerância – aceitar o Outro, «atitude que consiste em deixar aos outros a liberdade de exprimirem opiniões que julgamos falsas e de viverem em conformidade com tais opiniões.». E assim deveria ser esta Europa.
Por que é assim que este continente viveu?
Não. É mentira. A Europa foi intolerante o tempo todo.
Tentou impor a sua verdade a toda a parte onde chegou.
Deformou.
E mantém-se nesta senda.
A tolerância é uma mentira muito bem vendida.
A malta que se diz da Esquerda e que até pensa e tudo o resto, cala-se bem caladinha. Tem, até, uma visão longínqua da Liberdade. Não é nada, mas mesmo nada tolerante. Esqueceu-se da Liberdade.
Parece-se cada vez mais com os ‘pilgrims’ que chegaram ao Novo Mundo e se sentem no direito de impor as suas verdades, as suas leis. Daí nasceu aquilo que agora se chama Estados Unidos da América e agora se tenta reproduzir numa coisa chamada União Europeia.
Ando mesmo preocupado. Em Paris deixaram-me mais ou menos fumar, em Dublin nem por isso e acho que em Oslo a coisa é mesmo muito complicada.
O que mais receio é fazer uma embarcação para fugir com mais uns quantos rumo a não sei onde e exigirem-me uma declaração de prazeres...
Quais são os prazeres que me restam?
Inventario à pressa: e fico lixado, quase todos acabam em –ina.
Não há qualquer esperança para mim neste país onde vejo grassar e tolerar coisas que acabam quase sempre em –ância: ganância, ignorância, intolerância.
O meu inventário deixa-me em ânsias.
Ocorre-me agora o sexo.
Parece cada vez mais perigoso.
Quanto a isso, não escrevo mais nada.
«Ay, ay, ay, un cigarrito...»
Puta de Europa esta que, de repente e sem avisar, se resolveu tornar a Madre do Puritanismo e se esquece cada vez mais da Liberdade.
O charuto de Groucho Marx não me é permitido, nem o cigarro de Bogart e nem me atrevo a atacar o cachimbo de Maigret.
A Europa enlouqueceu. É uma Polónia desgovernada por um par de Humpty - Dumpties.
Ficamos decerto mais cinzentos.
Um casal disfuncional de sexagenários no Sul de Espanha.
Que procuram eles? Nada.
O que se lhes oferece para o tempo que lhes resta de vida é apenas uma Polónia de novo nazificada. Um lugar cheio de restrições, prescrições e recomendações.
Passámos, de novo, a ser todos Judeus e condenados a um holocausto.
Onde é que está a Liberdade?
E é disso que falamos de 1789 até estes dias.
A Liberdade.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Depois da trovoada - ainda a propósito da bota a pisar o cravo...
Não há nada como uma trovoada...
Uma boa trovoada: ameaçadora, com chuva a preceito.
Um temporal assim anuncia o fim do Verão.
Um temporal assim é um sinal.
Como um decreto.
Em cada relâmpago havia a imagem do Senhor Presidente do Conselho,
em cada trovão a sua voz de papo enumerando as vantagens da sua governação.
Estamos inegavelmente melhores. Somos todos muito bons.
Não há nada como uma trovoada.
Não se espantem do tempo.
O tempo agora é outro. Do país do come - e - cala.
Das bocas que delatam. Dos que ouvem e vão contar.
O Presidente - o digníssimo Senhor Presidente do Conselho corre...
Chega à Cidade e vai formoso e muito seguro enquadrado pelas TV's e Seguranças.
Não há nada como uma trovoada para provar que os tempos andam muito mudados...
Uma boa trovoada: ameaçadora, com chuva a preceito.
Um temporal assim anuncia o fim do Verão.
Um temporal assim é um sinal.
Como um decreto.
Em cada relâmpago havia a imagem do Senhor Presidente do Conselho,
em cada trovão a sua voz de papo enumerando as vantagens da sua governação.
Estamos inegavelmente melhores. Somos todos muito bons.
Não há nada como uma trovoada.
Não se espantem do tempo.
O tempo agora é outro. Do país do come - e - cala.
Das bocas que delatam. Dos que ouvem e vão contar.
O Presidente - o digníssimo Senhor Presidente do Conselho corre...
Chega à Cidade e vai formoso e muito seguro enquadrado pelas TV's e Seguranças.
Não há nada como uma trovoada para provar que os tempos andam muito mudados...
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Música de Verão
Alceu Valença, Cambalhotas
Post que leva um abraço a uma blogger, em viagem de férias, de cabelo solto ao vento
domingo, 9 de setembro de 2007
ERA UM SORRISO BONITO
Era um sorriso bonito se chegavas antes das oito. Se
chegavas tarde murchavam as flores do quadro velho, um
quadro kitsch pendurado por cima de mim.
As noites calmas da província.
No pacato restaurante poucos clientes havia:
aquela mesa de bêbados – um deles e sempre o
mesmo cantava de vez em quando um fado canalha;
alguns viajantes de passagem
e nós os dois.
Rolaram calmas as noites da província.
Cantou o bêbado muitos fados canalhas. Murcharam
e floriram as flores do quadro Kitsch.
E nunca te sentavas à minha frente.
Mário Machado Fraião
chegavas tarde murchavam as flores do quadro velho, um
quadro kitsch pendurado por cima de mim.
As noites calmas da província.
No pacato restaurante poucos clientes havia:
aquela mesa de bêbados – um deles e sempre o
mesmo cantava de vez em quando um fado canalha;
alguns viajantes de passagem
e nós os dois.
Rolaram calmas as noites da província.
Cantou o bêbado muitos fados canalhas. Murcharam
e floriram as flores do quadro Kitsch.
E nunca te sentavas à minha frente.
Mário Machado Fraião
Guarda-sol
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sábado, 8 de setembro de 2007
Irão: Guardas da Revolução conservam hard-liners
Hashemi Rafsanjani alcançou liderança no Conselho de Sábios mas Ayatollah Khamenei mantém grande apoio ao Pr., Ahmadinejad, apesar de sinais inquietantes de crise económica e política.
Ninguém sabe como se irá processar a sucessão misteriosa do actual líder supremo e, no curto prazo, de que modo se irão constituir as listas para as eleições legislativas. Agora que os dados surgem ainda mais contraditórios e amalgamados pela eleição espectacular do principal adversário do número dois da hierarquia iraniana, o liberal Rafsanjani. E onde a única coisa certa é o poder discricionário do actual Pr. continuar a ter a caução dos Guardas da Revolução e dos bandos paramilitares Basij. E do líder Supremo. Ahmadinejad tem mesmo explorado o radicalismo militarista dos seus apoiantes e multiplicado purgas e razias contra os meios da oposição iraniana no interior., numa prova abusiva de força.
O descontrolo da economia é um dado adquirido: a resignação do Governador do Banco Central e dos ministros do Petróleo e da Indústria agravam os sinais de crise. A inflação parece incontrolável e os investidores preferem jogar pelo seguro e arriscar especulativamente no imobiliário. 60 biliões de dólares foram gastos pelo Estado iraniano em compras de bens essenciais ao estrangeiro, nos últimos dois anos.
Rafsanjani lidera a face visível da alternativa liberal do poder iraniano contra a deriva militarista e populista incarnada por Ahmadinejad. Dirige o Conselho de Intendência Geral também. Os seus críticos acusam-no de ter enriquecido no Import-Export, juntamente com os seus filhos. Tem visto os seus aliados serem presos e marginalizados: o último foi o antigo negociador político com a AIEA, o corajoso Hossein Mousavian, acusado de espionagem ao serviço de uma potência estrangeira. Segundo indica o enviado especial do NY Times a Teerão, Rafsanjani só pode contar com os seus mais directos apoiantes e Khamenei não parece querer " mexer uma palha por ele", pois teme-o e considera-o um " concorrente ". Por conseguinte, Ahmadinejad só pode perder se a crise económica se agravar de forma caótica.
No cerrado puzzle de grandes manobras geopolíticas em acto no Médio Oriente e no Golfo Pérsico destaca-se o papel cada vez maior exercido pela China e pela Rússia, com objectivos opostos em grande parte. De qualquer das formas, Putin pensa no cartel dos hidrocarbonetos reforçado com as reservas irano-iraquianas, apesar de todas as impossibilidades e dos erros catastróficos já cometidos pelos USA ; Hian Jitao sonha com a instalação de refinarias e terminais no Irão em troca da cedência de mísseis com capacidade nuclear no médio prazo, ainda que Israel e Japão tenham avisado que se opunham frontalmente a tal transacção.
FAR
Ninguém sabe como se irá processar a sucessão misteriosa do actual líder supremo e, no curto prazo, de que modo se irão constituir as listas para as eleições legislativas. Agora que os dados surgem ainda mais contraditórios e amalgamados pela eleição espectacular do principal adversário do número dois da hierarquia iraniana, o liberal Rafsanjani. E onde a única coisa certa é o poder discricionário do actual Pr. continuar a ter a caução dos Guardas da Revolução e dos bandos paramilitares Basij. E do líder Supremo. Ahmadinejad tem mesmo explorado o radicalismo militarista dos seus apoiantes e multiplicado purgas e razias contra os meios da oposição iraniana no interior., numa prova abusiva de força.
O descontrolo da economia é um dado adquirido: a resignação do Governador do Banco Central e dos ministros do Petróleo e da Indústria agravam os sinais de crise. A inflação parece incontrolável e os investidores preferem jogar pelo seguro e arriscar especulativamente no imobiliário. 60 biliões de dólares foram gastos pelo Estado iraniano em compras de bens essenciais ao estrangeiro, nos últimos dois anos.
Rafsanjani lidera a face visível da alternativa liberal do poder iraniano contra a deriva militarista e populista incarnada por Ahmadinejad. Dirige o Conselho de Intendência Geral também. Os seus críticos acusam-no de ter enriquecido no Import-Export, juntamente com os seus filhos. Tem visto os seus aliados serem presos e marginalizados: o último foi o antigo negociador político com a AIEA, o corajoso Hossein Mousavian, acusado de espionagem ao serviço de uma potência estrangeira. Segundo indica o enviado especial do NY Times a Teerão, Rafsanjani só pode contar com os seus mais directos apoiantes e Khamenei não parece querer " mexer uma palha por ele", pois teme-o e considera-o um " concorrente ". Por conseguinte, Ahmadinejad só pode perder se a crise económica se agravar de forma caótica.
No cerrado puzzle de grandes manobras geopolíticas em acto no Médio Oriente e no Golfo Pérsico destaca-se o papel cada vez maior exercido pela China e pela Rússia, com objectivos opostos em grande parte. De qualquer das formas, Putin pensa no cartel dos hidrocarbonetos reforçado com as reservas irano-iraquianas, apesar de todas as impossibilidades e dos erros catastróficos já cometidos pelos USA ; Hian Jitao sonha com a instalação de refinarias e terminais no Irão em troca da cedência de mísseis com capacidade nuclear no médio prazo, ainda que Israel e Japão tenham avisado que se opunham frontalmente a tal transacção.
FAR
O monopólio da violência (4)
Do debate sobre os transgénicos na Assembleia da República, esta 5ª feira, a única coisa que me podia espantar, caso eu não fosse vacinado, foi a posição dos partidos de Esquerda. Por exemplo, o PCP, através do lider parlamentar Bernardino Soares, diz que "A gravidade desta política não pode ser desvalorizada pelos efeitos de uma acção, cujos contornos não subscrevemos e que terá contribuído para dificultar a luta contra a legalização dos transgénicos em Portugal" (Público, sem link).
De acordo que tem toda a legitimidade para não subscrever a acção. Mas digam-me, por favor, porque é que se está, neste preciso momento, a discutir os problema dos transgénicos em Portugal.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
OS BARCOS
Os barcos
levam bandeiras
os cavalos
belas cabeças
Os barcos levam nomes de mulheres
Por elas nos consumimos
e nos perdemos
e nos reencontramos
Grandes nuvens escondem um sol a acabar
no magnífico céu azul e oiro
Partiram as gaivotas rente às ondas
e percorrerem leves a extensa areia desta praia branca
outras ficam na faixa brilhante
reproduzidas
silenciosas
e passam novamente os cavalos batendo os cascos
pelo imenso paredão de luz e muita gente
Os barcos levam nomes de mulheres
ou levam nomes díspares
o Afrodite o Filho-da-Mãe
Alguém canta as trovas dos últimos trovadores
que agora já morreram
Os barcos
a brisa do mar em frente à cara
Vamos a ver hoje se não bebo.
Mário Machado Fraião
levam bandeiras
os cavalos
belas cabeças
Os barcos levam nomes de mulheres
Por elas nos consumimos
e nos perdemos
e nos reencontramos
Grandes nuvens escondem um sol a acabar
no magnífico céu azul e oiro
Partiram as gaivotas rente às ondas
e percorrerem leves a extensa areia desta praia branca
outras ficam na faixa brilhante
reproduzidas
silenciosas
e passam novamente os cavalos batendo os cascos
pelo imenso paredão de luz e muita gente
Os barcos levam nomes de mulheres
ou levam nomes díspares
o Afrodite o Filho-da-Mãe
Alguém canta as trovas dos últimos trovadores
que agora já morreram
Os barcos
a brisa do mar em frente à cara
Vamos a ver hoje se não bebo.
Mário Machado Fraião
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Leituras de Verão

Mário Machado Fraião é um açoriano, nascido na cidade da Horta, ilha do Faial, em 1952. As crónicas publicadas ao longo de catorze anos, de 1990 a 2004, em diversos jornais açorianos, foram recuperadas, corrigidas e acrescentadas, para a presente publicação, que surge com fotografias de Júlio Vitorino da Silveira.
O Mário tem ainda apreciável produção poética (Enquanto o Mar se Renova, Poemas do Mar Atlântico, Os Barcos Levam Nomes de Mulheres) encontrando-se representado em várias antologias de poesia açoriana.
Música de Verão
A Democracia e a democracia, segundo o sábio balagueriano
«Não há transformação social progressista que não implique uma certa dose de violência», escrevi eu. O beato-mor da blogosfera, a propósito deste post, entende qualificar esta ideia de "repugnante".
É curioso constatar que o beato-mor é selectivo na sua "repugnância" perante as "doses de violência" suficientes. Por exemplo, como se nota, ao beato-mor não lhe "repugna" nada as "doses de violência" do Chile de Pinochet. A "violência", como sabem todos os beatos, é selectiva, e poderá ser justificada aos olhos de Deus, desde que contra os comunistas, e restantes blasfémicos desafiadores da Ordem estabelecida por sua Santissima Trindade. Tudo o resto deve-se reger pelas boas normas Democráticas, já que a Democracia é, não a vonatde do povo (ponham-lhe um "p" pequeno por favor), mas o natural equilibrio das instituições criadas pela natural ordem das vontades todas, sejam elas mais, ou menos, as vontades dos que sempre foram detentores do privilégio da Vontade (alto lá! que isto é demasiado Nietzscheano! E esse é um Anti-Cristo! E é por causa desses espíritos caóticos que vivemos no caos da imperfeição, do desvio, do crime...).
A violência, como sabe o beato-mor, é um privilégio dos sábios. Justifica-se para correr com governos "comunistas", no Chile ou na Venezuela, já que os sábios sabem que esses governos democraticamente eleitos não são verdadeiras democracias, ou não seja a Democracia, desde Péricles, o governo dos que mais sabem. Não se justificará nunca qualquer tipo de violência, como é lógico, e resulta do axioma antes demonstrado, quando realizada contra as instituições democráticas. Se isto pode parecer um paradoxo, será apenas porque o vulgo comum é incapaz de entender a mente iluminada dos sábios.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Beleza escandinava
A Associação PONTE – Moçambique/Suécia convida
Bem-vindos ao nosso primeiro convívio (pic-nic) dia 9 de Setembro (Domingo) no “Hagaparken –Ekotemplet” Estocolmo por volta das 12h30m.
As pessoas interessadas devem trazer os seus petiscos.....Eventualmente teremos alguns instrumentos tradicionais moçambicanos no convívio.
Entrada gratuita!!!!!!!
Kära vänner och medlemmar!
Välkommen till våran första picknickträff den 8 september i Hagaparken. Vi träffas runt halv ett.
Ta med egen picknickkorg. Traditionell mocambiquansk musik spelas.
Gratis entré!!!!!!
Ett bra tillfälle att lära känna varandra bättre och ta del om olika förslag och åsikter om vår fortsatta verksamhet.
Varma Hälsningar!
P.S. No dia 8 de Setembro em Uppsala vai acontecer o Kulturnatten aonde haverá exposição fotográfica e música de Moçambique de Sérgio Santimano (Terra Incógnita) e Celso Paco (Brisa Kizomba).
Local; Nordiska Afrikainstitutet
Horas 15h00m – 19h00m
Associação PONTE – Moçambique/Suécia
As pessoas interessadas devem trazer os seus petiscos.....Eventualmente teremos alguns instrumentos tradicionais moçambicanos no convívio.
Entrada gratuita!!!!!!!
Kära vänner och medlemmar!
Välkommen till våran första picknickträff den 8 september i Hagaparken. Vi träffas runt halv ett.
Ta med egen picknickkorg. Traditionell mocambiquansk musik spelas.
Gratis entré!!!!!!
Ett bra tillfälle att lära känna varandra bättre och ta del om olika förslag och åsikter om vår fortsatta verksamhet.
Varma Hälsningar!
P.S. No dia 8 de Setembro em Uppsala vai acontecer o Kulturnatten aonde haverá exposição fotográfica e música de Moçambique de Sérgio Santimano (Terra Incógnita) e Celso Paco (Brisa Kizomba).
Local; Nordiska Afrikainstitutet
Horas 15h00m – 19h00m
Associação PONTE – Moçambique/Suécia
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Telegramas
Antigo correspondente do NY Times no Médio Oriente pessimista - Chris Hedges, que foi durante sete anos, o grande correspondente permanente do NYT em todo o Médio Oriente, não esconde o seu pessimismo face ao estilo da política belicista imposta por GW Bush. Tem receio de que, sem motivos palpáveis, aja uma intervenção maciça dos EUA/ Israel contra os 1200 sítios estratégicos (mas não atómicos) iranianos. O grande jornalista protesta contra a falta de cultura, empatia e inteligência do corpo central das embaixadas americanas espalhadas pelo Próximo Oriente. "A próxima, limitada e pequena guerra contra o Irão, com poucos Democratas a oporem-se, pode ter o potencial de incendiar um inferno regional", frisa.
Japão: Sem garagem não se pode ter carro - Eu sempre disse que o nosso PM, José Sócrates, se devia ter inspirado mais com o Japão. Por todas as razões. Algumas delas seculares e pelas dietas semelhantes no uso enorme do peixe e crustáceos na alimentação quotidiana. Ora, se o Le Monde tinha um grande correspondente há anos em Tokyo, Philippe Pons, agora arranjou-lhe um substituto, Philippe Lemaitre, que já está a dar cartas. Justamente sobre o mundo automóvel. Toda a gente sabe, que os nipónicos estão em vias de destronarem a General Motors da liderança mundial de construtores. E será a Toyota a liderar, mais mês menos mês. O estímulo da produção nacional é enorme, portanto. E as regras num conjunto tão apertado de uso, são draconianas. Só se pode comprar carro, se tiver garagem própria ou alugada. É imperativo. Nas cidades só pode estacionar em parkings. Cada vez mais caros à medida que se situam no centro das urbes, média de 2 euros por 15 minutos. O preço da gasolina ronda os 88 cêntimos. De dois em dois anos, os carros devem ir a um controlo total. Todo o carro acidentado é abatido. Viaturas estrangeiras caíram quase 50 por cento nas importações. Eu gosto muito dosToyota, os land-rovers da montanha...
Bélgica: Constitucionalista explica "vazio de poder" com cerca de 90 longos dias - Jean-Claude Scholsem explicou ao Liberation o porquê da longa e arrastada crise política que agita a Bélgica. Diz, em primeiro lugar, que de certa forma as "crises " políticas são " congénitas ao desenvolvimento " do país. E não considera que o viver em conjunto dos Flamengos e dos Wallons, se "encontre realmente condenado". " De facto, as duas partes possuem perfis psicológicos extraordinariamente diferentes. Os flamengos são reivindicativos, querem mais autonomia e os francófonos encontram-se numa péssima postura psicológica porque, no fundo, foram eles que fundaram o Estado belga em 1830. Sobretudo a sua situação económica é menos brilhante". E vai mais longe a crítica do professor de Direito Constitucional em Liège: "Os partidos estão blindados e prometeram mundos e fundos. Os médias e mesmo as Universidades também patinham no isolacionismo e divisionismo. Há cada vez menos contactos entre as elites das duas comunidades linguísticas de base. O que é extremamente perigoso".
Paquistão: USA favorece acordo Bhutto/Musharaf - Quem estiver atento ao que se passa de profundo nos Golfos Pérsico e no Indico, não pode deixar de estranhar na escalada da desagregação que envenena o poder político militar em Carachi, sob o comando unificado do general Musharaf e seus colegas. As razões eleitoralistas perseguidas pelo ditador militar pago e equipado por Washington, obrigaram-no a tecer laços inconfessáveis com as tribos das fronteiras dos confins do Afeganistão, onde a permeabilidade e oportunismo dão origem a todas as recriminações das potências credoras , USA e Inglaterra à cabeça. Parece que Musharaf acolheu no ISI, serviços secretos, os assassinos do jornalista americano David Pearl. Uma tômbola legislativa deve ser realizada, sob a pressão dos USA, para permitir o regresso do exílio da senhora Benazir Bhutto e do seu rival, Nawaz Sharif, ambos acusados de desvios astronómicos de somas durante os seus mandatos como chefes de governo.
FAR
Japão: Sem garagem não se pode ter carro - Eu sempre disse que o nosso PM, José Sócrates, se devia ter inspirado mais com o Japão. Por todas as razões. Algumas delas seculares e pelas dietas semelhantes no uso enorme do peixe e crustáceos na alimentação quotidiana. Ora, se o Le Monde tinha um grande correspondente há anos em Tokyo, Philippe Pons, agora arranjou-lhe um substituto, Philippe Lemaitre, que já está a dar cartas. Justamente sobre o mundo automóvel. Toda a gente sabe, que os nipónicos estão em vias de destronarem a General Motors da liderança mundial de construtores. E será a Toyota a liderar, mais mês menos mês. O estímulo da produção nacional é enorme, portanto. E as regras num conjunto tão apertado de uso, são draconianas. Só se pode comprar carro, se tiver garagem própria ou alugada. É imperativo. Nas cidades só pode estacionar em parkings. Cada vez mais caros à medida que se situam no centro das urbes, média de 2 euros por 15 minutos. O preço da gasolina ronda os 88 cêntimos. De dois em dois anos, os carros devem ir a um controlo total. Todo o carro acidentado é abatido. Viaturas estrangeiras caíram quase 50 por cento nas importações. Eu gosto muito dosToyota, os land-rovers da montanha...
Bélgica: Constitucionalista explica "vazio de poder" com cerca de 90 longos dias - Jean-Claude Scholsem explicou ao Liberation o porquê da longa e arrastada crise política que agita a Bélgica. Diz, em primeiro lugar, que de certa forma as "crises " políticas são " congénitas ao desenvolvimento " do país. E não considera que o viver em conjunto dos Flamengos e dos Wallons, se "encontre realmente condenado". " De facto, as duas partes possuem perfis psicológicos extraordinariamente diferentes. Os flamengos são reivindicativos, querem mais autonomia e os francófonos encontram-se numa péssima postura psicológica porque, no fundo, foram eles que fundaram o Estado belga em 1830. Sobretudo a sua situação económica é menos brilhante". E vai mais longe a crítica do professor de Direito Constitucional em Liège: "Os partidos estão blindados e prometeram mundos e fundos. Os médias e mesmo as Universidades também patinham no isolacionismo e divisionismo. Há cada vez menos contactos entre as elites das duas comunidades linguísticas de base. O que é extremamente perigoso".
Paquistão: USA favorece acordo Bhutto/Musharaf - Quem estiver atento ao que se passa de profundo nos Golfos Pérsico e no Indico, não pode deixar de estranhar na escalada da desagregação que envenena o poder político militar em Carachi, sob o comando unificado do general Musharaf e seus colegas. As razões eleitoralistas perseguidas pelo ditador militar pago e equipado por Washington, obrigaram-no a tecer laços inconfessáveis com as tribos das fronteiras dos confins do Afeganistão, onde a permeabilidade e oportunismo dão origem a todas as recriminações das potências credoras , USA e Inglaterra à cabeça. Parece que Musharaf acolheu no ISI, serviços secretos, os assassinos do jornalista americano David Pearl. Uma tômbola legislativa deve ser realizada, sob a pressão dos USA, para permitir o regresso do exílio da senhora Benazir Bhutto e do seu rival, Nawaz Sharif, ambos acusados de desvios astronómicos de somas durante os seus mandatos como chefes de governo.
FAR
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Mais música de Verão
Ney Matogrosso, Alma Latina e Vira
Post dedicado à direita patrioteira de serviço este Verão (blasfemos, insurgentes e gente arrojada). Sem esquecer aquele senhor, do golfe e da neve, que gosta de ouvir um bom blues
Moscovo (6)
Do que sinto mais falta é da praia...
Não me levem a mal.
Sinto-me um português vertical.
No Sul como caracóis e ao Norte delicio-me com a tripa enfarinhada.
Quisera-me sempre assim nesta satisfação longitudinal.
O pior de Portugal é que tem demasiados portugueses. Gente confusa e obtusa. Baralhados e enfaralhados. Barulhentos e salazarentos.
É bem feito terem Scolari, Mourinho e Anível.
Se o Cristiano contrata cinco moças que não têm competência para o ofício, o problema não é das moças é do Cristiano que quis poupar e se armou em chico-esperto...
Um português na horizontal não passa de um luso
a lamuriar a cantilena do «cada roca com seu fuso».
Um português que se arma de fátuos poderes e se acha acima do PAPA - representante de DEUS na TERRA - não passa da flatulência fraudulenta:
não se ouve, muito menos se vê, mas sente-se um cheiro NAUSEABUNDO.
Sinto-me um português vertical.
No Sul como caracóis e ao Norte delicio-me com a tripa enfarinhada.
Quisera-me sempre assim nesta satisfação longitudinal.
O pior de Portugal é que tem demasiados portugueses. Gente confusa e obtusa. Baralhados e enfaralhados. Barulhentos e salazarentos.
É bem feito terem Scolari, Mourinho e Anível.
Se o Cristiano contrata cinco moças que não têm competência para o ofício, o problema não é das moças é do Cristiano que quis poupar e se armou em chico-esperto...
Um português na horizontal não passa de um luso
a lamuriar a cantilena do «cada roca com seu fuso».
Um português que se arma de fátuos poderes e se acha acima do PAPA - representante de DEUS na TERRA - não passa da flatulência fraudulenta:
não se ouve, muito menos se vê, mas sente-se um cheiro NAUSEABUNDO.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
2+2=5 e o estado do blogue
Elis Regina, Dois prá lá, dois pra cá
Ontem estivemos de férias. Voltámos ao combate. A rentrée promete.
sábado, 1 de setembro de 2007
Sarkozy continua a minar P.S.F.
Um Rocard diminuído e um Attali gongórico juntaram-se ao corpo de notáveis socialistas que o novo Pr. francês aliciou para reconfortar a ambição e fazer face aos desafios do próximo futuro...
Sarkozy anda a fazer "gato sapato" do partido socialista francês, tão só, o maior partido político implantado. Assiste-se a uma demencial subversão do paradigma da vida democrática normal. Sarkozy "usa" o seu PM para os negócios correntes e dirige, via o seu corpo de colaboradores mais próximos, o desenrolar da sua política de ruptura. Que envolve o desfazer de barreiras do seu partido e ambiciona a realização de uma novíssima maioria presidencial tutti-frutti. Só que a crise bancária norte-americana pode destruir todos estes sonhos e panaceias de profissional da política-espectáculo. A França continua com um gravoso deficit na balança de pagamentos e os fundamentais são os mais fracos do G-8, com uma mundialização a desencantar os progressos tímidos de uma reestruturação envergonhada do sistema tecno-burocrático essencial.
Com fanfarra e muita publicidade, Jacques Attali, o super-genial sábio e bambino de Ouro da geração-Miterrand, acaba de constituir para Sarkozy, e a seu pedido, uma Comissão para a Liberalização do Crescimento, composta pelos grandes patrões gauleses e internacionais de maior sucesso, sindicalistas e universitários de prestígio. O relatório e as proposições devem estar concluídos até ao final do corrente ano. E Le Canard Enchainé conseguiu já ter o acesso a alguns dados: o sistema universitário normal francês é o pior da Europa dos 15, a taxa de investimento na Pesquisa metade da sueca e a redução das despesas públicas marca passo, quando a Espanha a diminuiu e o nível de vida da Irlanda já ultrapassou o da doce Gália. Entretanto, o preço da baguette vai aumentar...
Michel Rocard, um dos mais carismáticos e bem preparados dos políticos mundiais dos anos 80, amigo íntimo de Clinton, Helmut Schmidt e da nata da Esquerda Mundial, refeito de um AVC ocorrido no começo do Verão na Índia, deixou-se encantar pela " melodia " de Sarkozy também. Um pouco, ou muito, como o processo por que tinham sido aliciados Eric Besson, o expert económico dos socialistas, o inenarrável Bernard Kouchner, Jack Lang e Jacques Attali. Na calha, depois de Rocky, o alter-ego de toda a esquerda europeia até hoje, parece situarem-se Claude Allègre, o antigo cientista e fiel amigo de Lionel Jospin , e o neo-gaullista escritor de grande sagas históricas best-sellers, Max Gallo, das bandas de Régis Debray...
O que choca na sintonia Rocard/Sarkozy, de agora, é o facto do antigo PM rival de Mitterrand ter sido " explorado " sentimentalmente pelo exaltamento de uma falsa vaidade pessoal. Ele queria ter sido o MN Estrangeiros de Chirac, na coabitação, aceitou agora presidir a uma Comissão de Reforma do Ensino, que é um quebra-cabeças para todos os que se dela abeiram...De qualquer dos modos, Rocky andou já a dizer ao Le Monde que o PSF estava afastado do poder...por muitos e bons anos.
FAR
Sarkozy anda a fazer "gato sapato" do partido socialista francês, tão só, o maior partido político implantado. Assiste-se a uma demencial subversão do paradigma da vida democrática normal. Sarkozy "usa" o seu PM para os negócios correntes e dirige, via o seu corpo de colaboradores mais próximos, o desenrolar da sua política de ruptura. Que envolve o desfazer de barreiras do seu partido e ambiciona a realização de uma novíssima maioria presidencial tutti-frutti. Só que a crise bancária norte-americana pode destruir todos estes sonhos e panaceias de profissional da política-espectáculo. A França continua com um gravoso deficit na balança de pagamentos e os fundamentais são os mais fracos do G-8, com uma mundialização a desencantar os progressos tímidos de uma reestruturação envergonhada do sistema tecno-burocrático essencial.
Com fanfarra e muita publicidade, Jacques Attali, o super-genial sábio e bambino de Ouro da geração-Miterrand, acaba de constituir para Sarkozy, e a seu pedido, uma Comissão para a Liberalização do Crescimento, composta pelos grandes patrões gauleses e internacionais de maior sucesso, sindicalistas e universitários de prestígio. O relatório e as proposições devem estar concluídos até ao final do corrente ano. E Le Canard Enchainé conseguiu já ter o acesso a alguns dados: o sistema universitário normal francês é o pior da Europa dos 15, a taxa de investimento na Pesquisa metade da sueca e a redução das despesas públicas marca passo, quando a Espanha a diminuiu e o nível de vida da Irlanda já ultrapassou o da doce Gália. Entretanto, o preço da baguette vai aumentar...
Michel Rocard, um dos mais carismáticos e bem preparados dos políticos mundiais dos anos 80, amigo íntimo de Clinton, Helmut Schmidt e da nata da Esquerda Mundial, refeito de um AVC ocorrido no começo do Verão na Índia, deixou-se encantar pela " melodia " de Sarkozy também. Um pouco, ou muito, como o processo por que tinham sido aliciados Eric Besson, o expert económico dos socialistas, o inenarrável Bernard Kouchner, Jack Lang e Jacques Attali. Na calha, depois de Rocky, o alter-ego de toda a esquerda europeia até hoje, parece situarem-se Claude Allègre, o antigo cientista e fiel amigo de Lionel Jospin , e o neo-gaullista escritor de grande sagas históricas best-sellers, Max Gallo, das bandas de Régis Debray...
O que choca na sintonia Rocard/Sarkozy, de agora, é o facto do antigo PM rival de Mitterrand ter sido " explorado " sentimentalmente pelo exaltamento de uma falsa vaidade pessoal. Ele queria ter sido o MN Estrangeiros de Chirac, na coabitação, aceitou agora presidir a uma Comissão de Reforma do Ensino, que é um quebra-cabeças para todos os que se dela abeiram...De qualquer dos modos, Rocky andou já a dizer ao Le Monde que o PSF estava afastado do poder...por muitos e bons anos.
FAR
Ele não é pesado, é o meu cão
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