Desde primevos tempos que o medo é a arma usada pelas classes dominantes para manterem poder e mordomias. Exércitos e polícias são eficientes em tempos conturbados quando não há pão e é necessário impor a razão. São a face repressiva visível (e sentida no corpo) do Poder. Para os subversivos ou recalcitrantes da ordem envia-se a baioneta e o cassetete, a paz desce sobre as cabeças partidas, e a sociedade volta ao seu normal funcionamento. Com o passar do tempo as sublevações ou revoluções mais importantes adquirem direito a fornecer motivos de souvenirs para turista (porta-chaves, t-shirts, canecas) e outra memorabilia que as pessoas gostam de coleccionar (a pistola de Trotsky, o paralelepípedo de Cohn-Bendit, o cravo de Otelo). Os belos ideais começam com uma afronta ao poder estabelecido, levam um tratamento da cavalaria ligeira, e acabam nas prateleiras do free shop no aeroporto.
Táxi Pluvioso
(Continue a ler no Pratinho de Couratos)
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